Conheça John Peel: O Mais Importante DJ da História do Rock

 

“Eu só quero ouvir algo que não tenha ouvido ainda”. John Peel

John Peel é um dos maiores D.J.’s de toda a história da música.

Último de uma geração onde estes profissionais eram responsáveis por influenciar e não serem influenciados.

Quando ouvimos a abreviatura D.J. hoje em dia, pensamos de imediato em uma pessoa de estilo original que toca músicas em festas para as pessoas dançarem e curtirem suas horas de lazer pela madrugada a fora.

Entretanto, no início da radiodifusão, os D.J.’s, ou Disc Jockeys, eram os responsáveis por colocar os discos nos gramofones e divulgar as músicas.

Posteriormente eram utilizados os LP’s, ou long plays, seguido dos CD’s e, hoje em dia, os mp3 e stremng são o modo dos D.J.’s divulgarem as músicas, apesar dos contestáveis modos de escolha do que será tocado no rádio.

Poucos profissionais do mundo da música possuem tanta importância histórica como os D.J.’s, e muitos deles denominaram os estilos musicais dos mais diversos e ajudaram a consolidar novas formas de fazer música.

Quer um exemplo?

O Rock N’ Roll!

Foi o D.J. americano Alan Freed quem batizou o novo estilo musical que unia os sons negros com a “branquela” música country e era apresentada por nomes como Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis e Bill Halley.

John Peel BBc
John Peel em seus estúdios na BBC. Era considerado extraordinariamente excêntrico  e inigualavelmente perceptivo.

Com o apoio de Freed e outros disk jockeys contemporâneos o estilo ganhou a juventude e evoluiu de maneira assombrosa, ditando novas modas e novas regras dos jovens americanos e até mesmo interferindo no malfadado preconceito racial que envolvia o cotidiano americano.

Duvida?

Vamos voltar no tempo, onde os negros eram perseguidos pela Ku Klux Klan (da qual falamos nesse texto) nos estados americanos do sul.

Em 14 de julho de 1960, Shelley “The Playboy” Stewart, um radialista negro, apresenta um programa de rock na estação WEDR no estado do Alabama.

Incrivelmente, o público de Stewart era predominantemente branco que àquela época se apaixonaram pela música negra.

Naquela data, o radialista foi ao seu microfone e informou aos seus 800 espectadores – que na época assistiam aos shows nos estúdios da rádio – que teria que parar  o show, pois a temida organização racista conhecida pela sigla KKK havia mandado oitenta homens para atacá-lo e ameaçavam invadir o local.

Então, a mais remota hipótese ocorreu!

Os espectadores brancos se rebelaram, saindo correndo do local e atacando os agentes da Klan, lutando por um negro e o direito de ouvir a amada música negra.

Estes são apenas dois exemplos da importância destes profissionais na história moderna da música.

Cruzando o Atlântico, as rádio britânicas também tinham grande D.J.’s e o maior de todos foi…

…John Peel, o mais eclético radialista da história do rock. 

Ele não era somente radialista, ou D.J., como preferem alguns. John Parker Rovenscroft, nascido no dia 30 de agosto de 1939, John Peel, como ficou conhecido, era ainda produtor musical, jornalista e se tornou o mais antigo funcionário desta classe na antológica rádio BBC, transmitindo suas descobertas musicais desde de 1967, até sua morte em 26 de outubro de 2004, na cidade de Cuzco.

Seu maior legado foi o ecletismo musical de suas transmissões e seu estilo honesto e animado de conduzir seu programa. Sua importância para o rock britânico é incalculável, tendo disseminado o rock psicodélico no fim dos ano sessenta, encorajando o rock pesado e o rock progressivo que nasciam e tomavam cara nos anos setenta e no decorrer dos anos seguintes foi um forte divulgador dos mais variados estilos, principalmente a elevar o punk do submundo da música para as ondas de rádio.

Seu maior projeto era batizado simplesmente de Peel Sessions, onde cada artista executava quatro músicas ao vivo nos estúdios da rádio BBC.

Este programa foi um dos maiores garimpos da música moderna como nomes que iam desde o pop rock ao grindcore, passado por reggae, rock alternativo e até dance music.

Aos vinte um anos, após concluir o serviço militar, se dirigiu para os Estados Unidos  onde executou diversas atividades profissionais até o ano de 1967 e chegou a conhecer o presidente John Kennedy e seu vice presidente Lyndon Johnson durante as eleições de 1960 tendo, na época do assassinato do presidente, se passado por um repórter do Liverpool Echo e acompanhado a acusação de Lee Harvey Oswald e mais tarde enviou, realmente, a história para o periódico inglês.

Nesta estadia americana Peel trabalhou com os famosos cartões da IBM sendo conhecido com um dos primeiros programadores dos antigos computadores e nesta mesma época começou sua carreira como radialista, mesmo que sem remuneração, trabalhando para uma estação que operava em AM na cidade de Dallas.

Ainda passou por rádios de Oklahoma e Califórnia e neste período de vida americana se casou pela primeira vez com uma adolescente de 15 anos cujo relacionamento terminou em 1973.

A volta para sua terra natal se dá no ano de 1967 e neste mesmo anos inicia seu trabalho em uma rádio pirata chamada Radio London, onde se estabeleceu nos primeiros anos de carreira, criando um programa que tocava apenas os sons do underground britânico.

John Peel

A partir daí, foi um dos divulgadores máximos do tipo de música que se desenvolvia, principalmente, na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, lá do outro lado do Atlântico.

Divulgava, ainda, eventos do underground e seu programa tinha um tom quase confessional nas suas apresentações e nas participações dos seus ouvintes.

A London Radio fechou e Peel se tornou colunista do jornal International Times, um dos muitos periódicos underground que circulavam pela Inglaterra, com o nome de The Perfumed Garden, e nesta coluna ele abordava ideias deste submundo da cultura não só da ilha da rainha, mas também de todo o mundo.

Mas sua carreira no rádio não havia terminado.

A BBC estava recém lançando sua nova empreitada pop com a BBC Radio 1 que começou suas transmissões em setembro de 1967.

A nova rádio trouxe uma nova proposta que não se baseava na música clássica e na rígida cultura inglesa. Sobre esta mudança de panorama Peel tinha uma opinião clara sobre o real motivo:

“Eu era um dos que pertenciam ao primeiro lote na Radio 1 e eu acho que foi principalmente porque … A Radio 1 não tinha ideia real o que eles estavam fazendo e isso  fez com que tivessem que tirar as pessoas das rádios pirata porque não havia mais ninguém.”,

No início de sua estrada na estação de rádio mais famosa do mundo ele dividia a apresentação do programa Top Gear com mais dois radialistas, Pete Drummond e Tommy Vance, até que em 1968 virou a única voz do programa até o seu fim em 1975.

Neste ínterim ganhou mais um programa que era apresentado nas madrugadas de quarta-feira com o nome de Night Ride.

O molde deste novo show era baseado em uma outra atração capitaneada por ele quando estava na London Radio, também batizada de The Perfumed Garden.

O programa não tinha limites no que tange a temas desenvolvidos e Peel chegou a declarar que este era um programa onde você podia ouvir sobre nada.

John Lennon e Yoko Ono apresentaram um cassete com as batidas do coração de seu filho e numa das apresentações houve uma polêmica quanto a doenças sexualmente transmissíveis.

Mas foi neste mesmo período que John Peel se firmou como um radialista da madrugada e sua fama começou a crescer de tal maneira que ele participava de atrações televisivas em alguns programas como uma espécie de jurado.

Num destes programas conhece Sheila Gilhooly que, alheio à música, era o grande amor de sua vida.

John adentra os anos setenta maravilhado com a ideia de que seus ouvintes deveriam ter acesso aos mais diversos grupos daquele início de psicodelia setentista e achava que era sua obrigação mostrar-lhes canções de Black Sabbath à T. Rex.

Nesta época os festivais começam a dominar o território musical britânico.

No início da nova década, acontece o primeiro Gladstonbury Festival que ficou inteiramente identificado com a figura de Peel por causa das transmissões apresentadas na BBC Radio 1.

Aos olhos do público britânico ele seria eternamente associado ao festival.

Outra ligação histórica de John Peel era sua anual lista denominada Festive 50, onde ele enumera suas músicas favoritas naquele ano e esta lista se associou aos costumes natalinos, pois ela era tocada no ar e os espectadores ainda podiam votar nas suas três canções favoritas naquele ano em uma eleição que acontecia até o fim de novembro.

Todas as listas podem ser encontradas no site da BBC Radio 1.Destaque para a lista denominada Millenium: The All Time Chart.

Entretanto, o que torna Peel um dos maiores nomes da música moderna eram suas…

…Peel Sessions.

Famosas pelos álbuns que surgiram nos anos 90, as Peel Sessions eram gravações musicais coordenadas por John Peel nos estúdios da rádio BBC Radio 1.

Estes registros depois viravam álbuns que eram lançados pela gravadora Strange Fruit Records e dentre estes álbuns alguns marcaram história, como os de Napalm Death, Souxsie & The Banshees e Samshing Pumpkins, sem esquecer, é claro, do Led Zeppelin.

A primeira sessão sob o comando de John Peel se deu em 1967 e foi executada pela banda Tomorrow. Já a última foi realizada no ano de 2004 com a banda Skimmer.

Durante todo este período as Peel Sessions se tornaram lendárias por quebrar regras e mostrar aos ouvintes um pouco das mais diversas bandas espalhadas pelo mundo, sem preconceitos.

A escolha do artista ou banda que iria participar das sessões era feita de maneira orgânica, onde Peel tinha uma breve conversa com seu produtor, Jon Walters, acerca dos artistas que tinham despertado seu interesse naquela semana.

Uma chamada de telefone era realizada e a banda era convidada a vir aos estúdios Maida Vale da BBC para uma sessão de três ou quatro canções.

John Peel

Sempre que indagado quanto à qual sessão o impressionou mais ele alegava ser impossível de escolher, pois eram tantas já gravadas que ele poderia cometer uma injustiça.

Entretanto, haviam grupos que eram convidados diversas vezes para tocar nos estúdios da rádio londrina.

A banda The Fall, um dos grupos preferidos do radialista, gravou cerca de trinta e duas sessões  e o The Delgados gravou cerca de dezesseis.

Claro que as mais famosas estão a cargo de grandes nomes como o já citado Led Zeppelin, Bob Marley, The Smiths, Nirvana, Pink Floyd e The WhiteStripes.

Mas o que faz de Peel um visionário e suas sessões tão importantes era que os convites eram feitos antes destes grupos se tornarem grandes.

Nirvana executa Drain You em uma suas Peel Sessions. [youtube https://www.youtube.com/watch?v=YbgcPB6NS7c&w=420&h=315]

No ano de 1967 foram realizadas quatorze sessões com Pink Floyd, Traffic, Tyrannosaurus Rex, Fleetwood Mac, Ten Years After, Soft Machine, Cat Stevens, Jimi Hendrix e David Bowie.

Note que naquele ano todos estes nomes ainda estavam engatinhando no cenário musical.

O Pink Floyd acabara de lançar seu primeiro álbum (minuciosamente analisado nesse texto), o T. Rex ainda usava seu primeiro nome e era basicamente um grupo de folk rock.

O Fleetwood Mac era um simples conjunto de blues rock com um guitarrista promissor e nem sonhavam com o sucesso estrondoso que fariam nas próximas décadas.

Jimi Hendrix ainda era um roqueiro londrino e preparava seu histórico Are You Experienced e sem falar que Bowie era um simples trovador nos primórdios do que viria a ser conhecido como Glitter Rock.

Até o fim dos anos 60, passaram pelo projeto Deep Purple, Tim Buckley, Kinks e diversos nomes nos mais variados gêneros.

No site da BBC Radio 1 podem ser conferidas todas as Peel Sessions realizadas durante a carreira deste magnifico garimpeiro que foi John Peel.

Destaque especial para a Peel Session de Son House, um dos maiores bluesman de todos os tempos.

Depois destes programas iniciais, as sessões ficaram mundialmente famosas e se tornaram sinônimo de qualidade e diversidade, entrando para a história da música com suas quatro mil sessões e seus mais de dois mil artistas.

Isso tudo fez de John Peel, reconhecidamente…

…Uma Ponte do Undergroud ao Mainstream. 

A vida de John Peel estava como havia pedido a Deus.

Uma esposa, quatro filhos, trabalho estável.

Este trabalho era mais do que apenas tocar músicas e descobrir novas bandas.

John era um garimpeiro no underground e uma ponte destas preciosidades não lapidadas até o famigerado mainstream.

Em 1976, ele deu mais que um empurrão no desajustado punk para que fosse catapultado a estilo musical que vendia muito, afinal, a única diferença entre mainstream e underground musical é a quantidade de vendas, já que a qualidade, muitas das vezes, está mais ligada às bandas do underground.

Naquele ano ele foi arrebatado por um álbum de uma nova banda oriunda de Nova York chamada Ramones. Após ouvir aquele disco, a canção Judy Is A Punk encerrou seu programa naquela noite e no programa seguinte Blitzkrieg Bop foi ao ar.

O punk acabava de dominar a BBC, pois rapidamente os tracklists recheados de rock progressivo e arroubos hippies foram tomados de assalto por canções que muitas vezes não passavam dos três minutos.

No fim de 1976, transmitiu seu primeiro Festive 50 com algumas canções da nova forma de se fazer rock n’ roll.

 John Peel apresentando o programa Top Of The Pops de 1986.[youtube https://www.youtube.com/watch?v=CSuxrjW4TlU&w=420&h=315]

A nova década trouxe John Peel apostando no que seria chamado de pos-punk.

Gravou sessões com Bauhaus, Simple Minds e UB40, e suas transmissões começaram a ficar mais ecléticas com sua tentativa de inserir algumas coisas de reggae nas ondas da rádio BBC.

Em 1982, era possível ouvir os primeiros versos falados sobre as batidas do hip-hop e John Peel notou que os anos oitenta seriam a década das canções comerciais e o início do marketing musical, que se tornaria a maior força a impulsionar as canções que iria tocas nas rádios.

Mas ele se sentia “incorruptível” e continuou hasteando a bandeira do underground promovendo sessões com New Order, Pulp, The Cure e Cocteau Twins.

Paradoxalmente, neste período John apareceu com maior frequência no Top of The Pops. Porem, sem se prender aos apelos financeiros dos empresários das bandas da época ele divulgava world music, o início das bandas indies.

Em 1987, deu apoio ao que ficou conhecido como invasão hardcore, que era liderada pelos pioneiros do grindcore,  o Napalm Death.

Sempre olhando para o futuro ele termina a década de oitenta tocando músicas de bandas como Happy Mondays, Stone Roses, Pixies, De La Soul, New Order e Nirvana.

Ou seja, suas transmissões eram musicalmente proféticas para a nova década que se iniciava. Nos anos seguintes teve seu lugar na BBC ameaçado pelos novos diretores da emissora, mas sua reputação o salvou.

Até que em 2004 chegou para John Peel…

…O fim das transmissões.

Com o advento do novo milênio John Peel trabalhava mais do que nunca e ainda revelava talentos como The White Stripes, The Datsuns, The Strokes e The Hives.

Porém, em 26 de outubro de 2004, um ataque fulminante do coração cala uma das vozes mais importantes do rádio mundial.

Ele faleceu na cidade inca de Cuzco de maneira repentina com sua esposa Sheila ao seu lado.

Muitos tributos em seu nome foram realizados, mas o rádio perdeu uma de suas mais originais vozes.

Os fãs de longa data perderam seu herói e os músicos perderam uma companheiro de luta no underground.

Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions Cultura Pop e Underground John Peel BBC Radio 1 Sessions 

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