Dia Indicado para ouvir: Quarta-Feira.
Hora do dia indicada para ouvir: Oito da Noite
Definição em um poucas palavras: Alegre, Baladas, Festeiro, Guitarra, Grudento, Hair Metal, Pra Encher a Cara, Rock Inglês.
Estilo do Artista: Hard Rock
Comentário Geral: Se você colocar a faixa “On Through the Night” (que apesar de ter o mesmo título do álbum anterior está elencada em “High n’ Dry”) para rolar não terás dúvidas de que o Def Leppard é um dos nomes mais brilhantes da NWOBHM.
Entretanto, a sequência com a sensacional “Mirror Mirror (Look Into My Eyes)” antecipa o que viria a ser conhecido como a sonoridade tradicional da banda, aliando refrãos grudentos com guitarras pesadas.
A verdade é que o álbum “High n’ Dry”, apesar de ser considerado por alguns fãs como o melhor da banda, exibia o período de transição do típico heavy rock inglês para a sonoridade festeira do hard rock americano, sendo uma espécie de representante solitário de um possível proto-hair metal.
Este tempero americanizado já era latente em canções primordiais como “The Overture” e “Hello America”, sendo que Joe Elliot sempre se considerou fora da NWOBHM, alegando que “bandas como Black Sabbath, podem ser chamadas de heavy metal, nós não.”
Sobre a controvérsia quanto ao estilo da banda ele diria: “Prefiro dizer que tocamos hard rock, ou simplesmente rock n’ roll“.
O que é uma verdade se olharmos atentamente faixas como “You Got Me Runnin'” (transpirando guitarras ao melhor estilo AC/DC e refrão à lá Kiss), “High n’ Dry” (rock n’ roll energizado) e “Lady Strange” (classic rock puro e sem gelo, com vagas lembranças ao Rolling Stones).
Esta nova abordagem mais roqueira pode ser creditada ao produtor Robert “Mutt” Lange, que ajudou a banda a “encontrar sua magia“, além de ter assinado os dois últimos clássicos do AC/DC até aquele momento (a saber “Highway To Hell” e “Back In Black”).
Mutt teve voz ativa na execução das faixas, quase com rigidez tutorial, ajudando a moldar grande parte das composições.
O melhor exemplo desta presença talvez seja o sucesso radiofônico “Bringin’ on the Heartbreak”. Com a possibilidade de ser a primeira grande power ballad dos anos oitenta, esta canção é a grande pérola do álbum, de arranjo esmerado, riffs dilacerantes, refrão forte e uma interpretação emocionada de Joe Elliot.
Foi Mutt Lange quem sugeriu ao vocalista para subir um tom nesta canção, cujo vídeo rolou de modo incessante na recém nascida MTv, pelo simples fato de existir o videoclipe para a canção, em uma época onde esta forma de divulgação musical ainda engatinhava.
Neste contexto, estavam abertas as portas do mercado americano para o Def Leppard, que seria conquistado com o próximo álbum, “Pyromania” (1983).
Entretanto, ainda havia resquícios do peso metálico em canções que promoviam o encontro da sonoridade da NWOBHM com o hard rock.
“Another Hit and Run” é uma canção cortante, mais heavy do que rock e com Elliot imprimindo mais agressividade do que malícia em seu vocal.
Já “No, No, No” é furiosa em sua roupagem heavy metal, que soaria mais pesada não fosse a timbragem utilizada nos instrumentos.
Fica evidente ao desfilar das composições que este é um álbum forjado por guitarras. Existe uma profusão de solos e riffs que nascem enquanto a banda constrói a identidade musical que fará de seu nome gigantesco.
A febre das guitarras era tamanha que tiveram uma faixa somente para si, a melódica e furiosa “Switch 625″.
Por fim, é importante mencionar que mesmo sendo um álbum de transição para o Def Leppard, sua característica musical foi encontrada aqui, no clássico “Let it Go”.
O riff instigante, a batida maliciosa, refrão pegajoso, o solo incisivo, formatando o classic rock amplificado e adornado por melodias pop.
Não obstante, o destaque deste álbum em sua época tem que ser levado em conta, visto que, neste período, muitas obras-primas ganhavam o mundo.
Além do mais, a banda vivia sérios problemas com álcool e drogas, culminando na saída do guitarrista Pete Willis, que seria substituído por Phil Collen, a peça que faltava para finalizar a mutação sonora do Def Leppard.
Por ser, possivelmente, a pedra fundamental do hard rock oitentista, você devia ouvir isto!
Ano: 1981.
Top 3: “Let It Go”, “Bringin’ On The Heartbreak” e “Mirror Mirror (Look Into My Eyes)”.
Formação: Joe Elliott (Vocal), Pete Willis e Steve Clark (Guitarras), Rick Savage (Baixo) e Rick Allen (Bateria).
Disco Pai: Thin Lizzy – “Jailbreak” (1976)
Disco Irmão: AC/DC – “Highway to Hell” (1979)
Disco Filho: The Darkness – “Permission To Land” (2003)
Curiosidades: Durante as gravações deste álbum, o Whitesnake se encontrava no estúdio ao lado registrando seu “Saints & Sinners”. Em uma da visitas a Coverdale, Joe Elliot ajudou-o a sorver uma garrafa de Brandy, enquanto o primeiro contava histórias sobre o Deep Purple, mas Elliot alega só se lembrar de “lavar o chão vomitando”.
Pra quem gosta de: Guitarristas malabaristas, concursos de biquínis, corrida de automóveis e cerveja.
https://youtu.be/qwOqlo63Kd0
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