“Break Out”, clássico do metal oitentista da banda TRANCE, é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO, cuja proposta você confere nesse link.
Definição em um poucas palavras: Guitarra, Alemanha, Metal.
Estilo do Artista: Heavy Metal.
Comentário Geral: A tradição metálica da Alemanha é alardeada com justiça, afinal não só por suas bandas e festivais importantes para o gênero, o mercado alemão praticamente sustentou o heavy metal em sua Idade das Trevas, a década de 1990.
Comumente lembrada pelo power metal, a cena alemã criou uma identidade tão forte em qualquer subgênero metálico que a expressão teutonic metal foi cunhado para as bandas que traziam essa identidade.
Muitos esquecem que no DNA do heavy metal existe uma contribuição alemã forte. Se você pensar na gênese do gênero, bandas como Lucifer’s Friend, Blackwater Park, Weed, Birth Control e Virus, praticavam o proto-metal no início dos anos 1970, quando tudo ainda estava sendo forjado no palco, e as premissas metálicas estavam sendo estabelecidas.
O heavy metal alemão começou a ganhar força na virada da década de 1970 para 1980, com bandas como Scorpions (acredite, até “Blackout” [1982] a banda tinha traços fortes de heavy metal), Accept, Warlock e o esquecido Trance.
O Trance foi uma banda importante no fortalecimento da cena, que nasceu das cinzas da banda AGE, e após algumas mudanças de formação lançaram seu primeiro single em 1981. O primeiro álbum, que viria na sequência, intitulado “Break Out” (1982), foi lançado via Rockpot Records.
Neste início da carreira dividiram o palco com o Accept e o Warlock, duas bandas que já se mostravam com mais proeminência no heavy metal alemão, cenário onde o Trance vinha na segunda fileira, após o Scorpions e o Accept, ao lado do recém-formado Warlock, sendo que bandas como Helloween e Running Wild ainda não existiam.
Musicalmente, “Break Out” (1982) tem paralelos com o Scorpions dos álbuns “Lovedrive” (1979) e “Animal Magnetism” (1980), assim como ao Krokus e ao AC/DC (ouça “Get it Now”) nos movimentos mais elétricos e nervosos.
No geral, as composições são simples e diretas, com melodias certeiras, geradas por guitarras poderosas, dotadas da assinatura do hard n’ heavy alemão e ecoando a estética criada por Michael Schenker (como evidencia a hard “Confession”, que além do Scorpions, também traz algo de Nazareth e UFO) nos solos intercalados e melodias dobradas (como em “Ain’t No Love”).
O vocalista Lothar Antoni chama a atenção pela mescla de influências de Dan McCafferty, do Nazareth, e Klaus Meine, do Scorpions, enquanto desfila toda aquela dramaticidade inerente ao heavy metal.
Como um primeiro álbum, “Break Out” (1982) funciona até em seus riffs menos elaborados, e numa banda claramente moldando sua identidade em estúdio, ainda sem se preocupar com a originalidade ou com sofisticação, como em “For You Love”, “Ain’t No Love” e “Burn the Ice” (um hard n’ heavy descendente direto de “Pictured Life”, do Scorpions), faixas que ainda assim empolgam.
O teor de melodia ainda é alto dentro de “Break Out” (1982), o que faz a balança pender mais para o hard rock que o heavy metal, na maioria das vezes. O que não é um problema, pois gera uma faixa interessante como “Loser”, uma das melhores do trabalho, e descendente direta de “Mistreated”, do Deep Purple.
Todavia, uma análise mais acurada de faixas como “Break Out” e “Burn the Ice” pode mostrar camadas de peso, principalmente na seção rítmica, e harmonias com potencial mais agressivo se tivessem um direcionamento e uma produção mais voltada à força do que chamamos de true metal. Neste primeiro álbum, a produção é ainda muito crua, mas sem a aspereza das bandas inglesas.
Quem gosta, sabe que o metal oitentista é vibrante, num pendulo constante entre intensidade e complexidade. No caso do Trance o segredo está na intensidade, deixando para a segundo plano dentro de sua linguagem metálica a necessidade de ser tecnicamente rebuscado, gerando faixas diretas e objetivas, carregadas de potentes riffs e vocais consistentes (como na estridente “Higher”).
Afinal, o segredo do heavy metal está num riff e num bom refrão. Por este prisma, o Trance já mostrava potencial de sobra neste primeiro trabalho.
Aliás, a influência da Inglaterra seria a próxima parada musical da banda na busca para lapidar seu heavy metal no próximo álbum, “Power Infusion” (1983), algo que já estava sugestionado na faixa que fecha “Break Out” (1982), “Baby Child”.
Se você curte a sonoridade oitentista do heavy metal não há duvidas de que VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1982
Top 3: “Loser”, “Ain’t No Love” e “Break Out”.
Formação: Lothar Antoni (Vocal e guitarra), Jürgen Baum (Bateria), Thomas Klein (Baixo), Markus Berger (Guitarra solo).
Disco Pai: Scorpions –“Lovedrive” (1979).
Disco Irmão: Accept – “Breaker” (1981).
Disco Filho: Warlock – “Triumph and Agony” (1987)
Curiosidades: A faixa “Loser” ganhou um inesperado sucesso internacional sendo primeiro lugar em alguns países europeus. Tanto que quando a banda retomou as atividades em 2011, regravou a composição para o repertório do álbum que seria lançado em 2017, “The Loser Strikes Back”
Pra quem gosta de: Colete cheio de Patches, cerveja tipo Kölsch, e metal oitentista.
Leia Mais:
- Thunderfire – “Thunderfire” (1983) | Você Devia Ouvir Isto
- Crack Jaw – “Nightout” (1985) | Você Devia Ouvir Isto
- Accept – “Restless and Live” (2017) | Resenha
- NWOBHM | Os Discos Essenciais do Heavy Metal Britânico – Parte 1
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