Freedom Call – “Master of Light” (2016) | Resenha

 

“Master of Light” é o nono álbum de estúdio da banda alemã Freedom Call, lançado em novembro de 2016.

Freedom Call - Master of Light (2016, Shinigami Records) Resenha Review

Formada no ano de 1998, a banda Freedom Call já estreou grande em meio ao turbilhão que o Power Metal Melódico se encontrava na virada do milênio, sendo que seus três primeiros álbuns, “Stairway To Fairyland” (1999), “Crystal Empire” (2001) e “Eternity” (2002), estruturaram a sonoridade majestosa da banda por meio de melodias alegres e mensagens positivas.

Durante sua trajetória sofreram com mudanças de formação, mas deram continuidade a seu inabalável Power Metal característico e carismático, chegando a “Master of Light” (2016), seu nono trabalho de estúdio (lançado no Brasil via Shinigami Records), sem apresentar inovações, mas agradando muito quem é apreciador do estilo.

A banda, formada atualmente por Chris Bay (vocal e guitarra), Ilker Ersin (baixo), Lars Rettkowitz (guitarra) e Ramy Ali (bateria), oferece “doze faixas que mais uma vez apresentam diferentes aspectos do Metal Melódico com alguns números rápidos, mas também referências progressivas”, como bem disse o, também co-produtor do álbum, vocalista e guitarrista   Chris Bay.

“Metal Is For Everyone” abre o álbum mostrando que a festa Power Metal, de tonalidades melódicas e épicas, com arranjos majestosos, vai continuar, esbanjando vigor no primeiro capítulo do conceito que envolve novamente guerreiros mitológicos e seus nobres valores, aqui personificado como o Mestre da Luz, que estampa a igualmente cômica e original capa, fugindo aos padrões suntuosos e artísticos, mas se mostrando eficiente após um primeiro impacto, ainda mais quando a arte no remete ao trabalho de Vasilis Lolos e David MGaig em “Vikings”, clássico recente do selo de quadrinhos Vertigo/DC.

Ainda com relação à faixa de abertura, ela também mostra passagens bem ajambradas e empolgantes, principalmente quando descambam a manusear os moldes mais tradicionais do Heavy Metal, com palhetadas pesadas e precisas.

Antes de falar das demais faixas, é importante salientar a contribuição da límpida produção, que não satura as evoluções das faixas, ou deixa o álbum com sabor artificial, pelo contrário, conseguindo adoçar organicamente ainda mais as melodias pela clareza das guitarras, mas sem diminuir a pujança necessária à cozinha.

Na sequência do álbum, temos “Hammer of Gods”, uma típica peça do Heavy Metal Melódico, sendo impossível não lembrarmos da fase clássica do Helloween, principalmente nos riffs de guitarra, com linhas envolventes e uma leve pegada Hard Rock.

E o trabalho sairá pouco deste padrão apresentado nas duas primeiras composições, podendo soar até mesmo genérico em faixas como “Kings Rise And Fall”, “Rock The Nation” “Emerald Skies”, cujas variações aparentam ser precisamente calculadas.

Todavia, os detalhes instigantes aqui e acolá, que emergem das bases e clichês do Power Metal Melódico fazem de faixas como “A World Beyond” (uma das duas melhores do álbum, com guitarras bem estruturadas e ótimas melodias com um “q” de Gamma Ray), “Master of Light” (com ótimos arranjos vocais e inclua-se aí os backing vocals), “Cradle of Angels” (que balada linda! Quanto bom gosto!), “Hail the Legend” (mais grudenta impossível), “Ghost Ballet” (com pegada leve pop) e “Riders In The Sky” (outra das duas melhores do trabalho e com ecos de Helloween pré-Michael Kiske) agradáveis até mesmo àqueles que não são versados na poesia metálica da banda.

Estas mesmas faixas de destaque mostram uma geometria musical mais assimétrica que o usual, principalmente quando imprimem momentos imprevisíveis nos arranjos, o que torna a audição uma bem-vinda aventura musical em meio ao clima épico, de vozes bem trabalhadas, refrãos pegajosos, bumbos duplos e performance instrumental digna de nota, que, por vezes, flerta com o Melodic Rock moderno.

E aqui, neste último flerte, está a grande sacada do trabalho, afinal, quando chegamos à última faixa, “High Up”, fica claro o modo como pegaram melodias e progressões tipicamente pop e as transformaram em Heavy Metal, simplesmente acelerando o tempo, injetando testosterona aos arranjos e enchendo a bateria de força pulsante.

Mas quando você se der conta disso já será tarde, pois já estará subjugado pela envolvência desta fórmula e colocando o álbum no repeat.

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