Avenger – “Prayers of Steel” (1985) | Você Devia Ouvir Isto

 

Dia Indicado para ouvir: Quinta-Feira.

Hora do dia indicada para ouvir: Cinco da Tarde.

Definição em um poucas palavras: Adulto, Guitarra, Pesado, Alemanha, Metal, Urbano.

Estilo do Artista: Power/Speed Metal.

AVENGER Prayers of Steel
Avenger: “Prayers of Steel” (1985 | 2018 Hellion Records)

Comentário Geral: Apesar da força desde a gênese do gênero, com boas bandas de proto-metal e hard rock nos anos 1970, o heavy metal alemão começou a ganhar força na virada da década de 1970 para 1980, com bandas como Scorpions, Accept, Warlock e o Trance.

Mas foi em meados dos anos 1980 que o metal alemão realmente mostrou a sua força com uma geração que trazia nas primeiras fileiras Helloween, Running Wild, Grave Digger, Kreator, Sodom e Destruction.

Ou seja, os nomes do heavy metal alemão naquela segunda metade dos anos oitenta mediam suas forças na categoria dos peso-pesados.

Em meio a esse turbilhão de peso e velocidade que se moldava, em 1983, nascia o Avenger, banda liderada por Peter ‘Peavy’ Wagner (baixo e vocal), que investia em riffs rápidos e melodias fortes, injetadas de pujança teutônica para conjurar sua fórmula de power/speed metal.

Entre os anos de 1984 e 1985 o Avenger escreveu sua história com três demos, um full lenght e um EP.

“Prayers of Steel”, o primeiro e único full lenght do Avenger, foi lançado em maio de 1985, e de cara gerou comparações com o Accept, muitas delas com pouca ou nenhuma base se pararmos para prestar atenção às diferenças e não valorizarmos tanto as poucas semelhanças.

Força e dinamismo eram as palavras de ordem das dez composições aqui listadas e que, historicamente, solidificaram as estruturas musicais do que mais tarde evoluiria como o enaltecido speed metal alemão.

À começar pela postura, letras e imagens próximas ao black metal do Venom, passando pelas aceleradas influências do heavy metal britânico, principalmente do Judas Priest, até chegarmos à explosiva e técnica seção rítmica que ecoaria de forma influente até o fim da década seguinte dentro do heavy metal europeu.

“Battlefield” e “South Cross Union” abrem o trabalho mostrando diversidade sem fugir à estética metálica vigorosa, mantendo uma coesão que segue pela faixa-título (única a ser executada por Peavy no Rage, futuramente), “Halloween” e “Faster Than Hell”, que fecham o primeiro lado da versão em LP, desfilando riffs rápidos e certeiros e com os vocais de ‘Peavy’ chamando a atenção pela alta qualidade em tempos onde o speed metal ainda tinha figuras diletantes no posto.

Mas as grandes pérolas do tracklist estão no lado B.

Ali encontra-se “Sword Made of Steel”, um dos melhores momentos do heavy metal alemão nos anos oitenta, com suas guitarras sombrias e senso épico. Um típico hino do metal teutônico. Também ouvimos como destaques “Assorted By Satan” “Rise of the Creature”, a melhor faixa de “Prayers of Steel” para mim. Ouça e faça suas comparações.

Como a própria capa entrega, existem muitos clichês e certa dose de ingenuidade inerentes àquela década (leia as letras e você vai entender o que quero dizer), mas ao contrário dos cultos vintage dos dias atuais, o Avenger estava na linha de frente dos pioneiros do speed metal do Velho Continente, com fortes esbarrões no thrash metal, e sem as melodias que infestariam (para o bem ou para o mal) o segmento na década seguinte. Na verdade, os arranjos são pouco virtuosos, mas com honestidade e paixão vibrando a cada nota.

No geral, “Prayers of Steel” é um tesouro do metal oitentista a ser redescoberto, pois se não tem o brilhantismo dos clássicos de sua época, tem a importância história que apenas poucos deles também possuem.

Além disso, “Prayers of Steel” é o debut que mostra todo o potencial dos músicos envolvidos, principalmente, Peavy Wagner e Jorg Michael, que seriam nomes relevantes no heavy metal noventista nas fileiras do Rage e do Stratovarius, respectivamente.

Em agosto de 1985, o Avenger ainda lançaria o EP “Depraved to Black”, mas seria obrigado a mudar de nome, não só porque existiam várias bandas homônimas pelo mundo (inclusive uma emblemática no Brasil), mas pelo fato de que o Avenger inglês tinha a propriedade registrada pelo nome e uma discografia em construção.

‘Peavy’ Wagner, em 1986, decidiu rebatizar a banda como Rage, tendo em seu álbum de estréia, “Reign Of Fear”, lançado naquele mesmo ano, o inicio de uma nova história, mas com o três quartos do time que gravou “Prayers of Steel”. Além de Peavy, tínhamos Jochen Schroeder nas guitarras, e Jörg Michael na bateria.

Em 2017, o Rage lançaria “Seasons Of The Black”, um disco que incluía um CD bônus com regravações de músicas de “Prayers of Steel” e do EP “Depraved to Black”. A motivação para as regravações veio da época em que Peavy mergulhou neste material antigo da banda com o intuito de relançá-los.

E é de emocionar ver como composições do porte de “Southcross Union”, “Down to the Bone” (a melhor das releituras), “Sword Made of Steel” (que ganhou ainda mais peso e força em seu arranjo sincopado e Peavy caprichando nos vocais), “Assorted By Satan” superaram o teste do tempo, sem desbotar ou oxidar dentro da evolução do Heavy Metal nestes trinta e dois anos. Na verdade, estão soando ainda mais fortes nestas regravações.

Um disco histórico, e por isso, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!

Ano: 1985

Top 3: “Sword Made of Steel”, “Prayers of Steel” e“Rise of the Creature”.

Formação: Peter “Peavy” Wagner (vocal e baixo), Jochen Schröder (guitarra), Alf Meyerratken (guitarra) e Jörg Michael (bateria).

Disco Pai: Judas Priest – “Stained Class” (1978)

Disco Irmão: Helloween – “Walls of Jericho” (1985)

Disco Filho: Rage – “Seasons of the Black” (2017)

Curiosidades:  Em 2018, a Hellion Records relançou “Prayers of Steel” no Brasil com um CD bônus que trazia as duas primeiras demos de 1984, além de sobras de estúdio que dentre elas duas são versões inéditas. Um verdadeiro resgate histórico de uma parcela indispensável do metal alemão.

Pra quem gosta de: Colete cheio de Patches, cerveja tipo Kölsch, e metal oitentista.

AVENGER Prayers of Steel band+

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