Black Metal | Qual Banda Criou o Heavy Metal Satânico?

 

Black metal é um subgênero do heavy metal que combina elementos de thrash e death metal, notável por suas letras transgressivas, satânicas e blasfemas e as controvérsias em torno de alguns de seus artistas mais proeminentes, incluindo aí assassinatos, incêndios em igrejas, terrorismo, suicídios e acusações de nazismo.

Musicalmente, a instrumentação agressiva, pesada e poderosa é impressa por valores de produção dissonantes, um estilo vocal estridente, elementos visuais macabros como corpse paints, cruzes invertidas e toda a simbologia anticristã, satânica, pagã, nórdica (principalmente dos vikings), e apocalíptica.

A história do black metal está enraizada nas bandas de hard rock dos anos 1970 como o Black Sabbath, que também usava letras e imagens satânicas e anticristãs. O ritmo agressivo e o volume do Motorhead também foram uma influência primária no black metal. De certa forma, as imagéticas de bandas como Kiss e Misfits, também podem ser creditadas como a inspiração para a maquiagem pesada usada por muitos músicos e fãs de black metal.

Qual Banda Inventou o Black Metal?

Podemos colocar como marco zero do black metal o advento do Venom, mesmo que o satanismo e a figura do Diabo já estivesse impressa na música ocidental há uns três ou quatro séculos, como vimos neste texto.

Os dois primeiros discos do Venom, “Welcom to Hell” (1981) e “Black Metal” (1982) abriram a primeira geração do black metal, a fase onde foi forjada sua temática, numa época em que não haviam consolidadas as sub-divisões do metal extremo.

Claro que muito da imagética satânica do trio cavernoso de New Castle, como “carinhosamente” é conhecido o Venom, já existia dentro da música, não só no heavy metal.

O grande mérito do Venom está no potencial libertador dos excessos: pseudônimos mitológicos, podridão sonora, e visual exagerado foram energizados num satanismo à moda medieval, criando uma ode metálica ao adversário do cristianismo.

A 1ª Onda do Black Metal

O black metal é frequentemente visto como tendo duas fases distintas ou “ondas”. A primeira onda surgiu no início dos anos 1980 com o Venom da Inglaterra, o Bathory da Suécia e o Mercyful Fate na Dinamarca. As bandas que considero os três pilares do black metal.

Nessa época, nos anos 1980, era difícil estabelecer onde terminava o speed metal, o thrash metal, o power metal, e começaria o black metal, e até o lançamento de “Under the Sign of a Black Mark” (1987), do Bathory, por exemplo, se comparado ao que conhecemos hoje, essa fase pode ser empacotada como proto-black metal.

Ainda entre 1983 e 1984, a sonoridade do speed metal e a temática do black metal começaram a se confundir em nomes como Destruction, Sodom, Slayer, Hellhammer, Celtic Frost e Bulldozer, que faziam um metal rápido (o speed metal), pesadíssimo, e com letras (até certo ponto inocentes e infantis) de culto ao tinhoso.

Apesar de não ser uma banda rápida e ultra-pesada, o Mercyful Fate foi a banda que deu o salto intelectual do black metal. Ela até não se enquadra musicalmente nesse gênero, mas tem influência direta em sua construção.

O grande mérito do Mercyful Fate, em seus dois primeiros discos, “Melissa” (1983) e “Don’t Break the Oath” (1984), foi elaborar letras esmeradas, em grande parte concebidas por King Diamond, um adepto das filosofias modernas do satanismo, como as que vimos neste texto.

Se o Venom, como criador, era o primeiro pilar e o Mercyful Fate o segundo, o terceiro pilar do black metal como concepção musical e conceitual foi o Bathory, uma das mais influentes bandas da história do heavy metal.

Liderada por Quorthon, a banda definiria o black metal escandinavo, em discos como “Bathory” (1984), “The Return” (1985) e “Under the Sign of a Black Mark” (1987), e ajudaria a formular a vertente viking do gênero à partir do fenomenal “Blood Fire Death” (1988).

Apesar de ensimesmado e conservador em suas fronteiras, o black metal teria influência na estética viking de outra banda sueca, o Unleashed, conhecida como um dos pilares do death metal escandinavo, principalmente pela postura de palco.

A 2ª Onda do Black Metal

A segunda fase do black metal, ou segunda geração do black metal é definida à partir dessas bases por duas frentes, quase como uma sucessão de respostas à servidão ao mainstream do thrash metal e do death metal no fim dos anos 1980 e começo dos anos 1990.

A cena escandinava, mais especificamente a norueguesa é sempre a mais lembrada como aquela que solidificou o black metal como conhecemos hoje. Representada principalmente por bandas como Mayhem, Darkthrone, Burzum, Arcturus, Emperor, Gorgoroth, Immortal, Enslaved, Dimmu Borgir e Satyricon.

Essa cena fortíssima ficou atrelada aos eventos brutais não só musicais. É neste cenário que ergue o movimento que ficaria conhecido pela história do Heavy Metal e nas páginas policiais como Inner Cicle. Para saber todos os detalhes do black metal norueguês confira esse nosso texto.

Outras Bandas Importantes Para a Consolidação do Black Metal

É importante lembrar que entre essas duas gerações principais, existe um grupo de bandas que ajudaram a gestar a explosão do black metal, mas sem se fixar a um local específico.

Neste grupo estavam nomes como os brasileiros Vulcano e Sarcófago (duas das mais influentes na cena norueguesa), o suiço Samael, o grego Rotting Christ; na Repúbluca Tcheca tivemos o Root e o Master’s Hammer; além do canadense Blasphemy, e o japonês Sabbat.

Depois que os artistas noruegueses espalharam o evangelho do black metal para outros países, vieram bandas importantes como Cradle of Filth da Inglaterra, Behemoth da Polônia, Marduk e Dissection da Suécia, Xasthur dos EUA, bem como cenas significativas da Finlândia, Grécia, Brasil e Austrália.

Leia Mais:

Dica de Livros Sobre o Tema:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *