Vulcano – Resenha de “Live III – From Headbangers to Headbangers” (2018)

 

Vulcano - Live III From Headbangers to Headbangers
Vulcano: “Live III – From Headbangers to Headbangers” (2018, Heavy Metal Rock Records) NOTA:10,0

O Vulcano é uma lenda!

Formado no ano de 1981 em Santos/SP, a banda sempre mostrou versatilidade de um álbum  para outro, como uma das poucas brasileiras a ter consciência da arte como agente mutável de acordo com a maturidade das mãos que a forja.

Com isso, foi pioneira na cena nacional do metal extremo, influenciando até mesmo cenas internacionais. Uma consequência imediata do poder e vanguardismo de sua música, principalmente nos seus primeiros discos, donde podemos destacar o clássico “Blood Vengeance” (1986).

Um verdadeiro amálgama do que havia de mais extremo em termos de heavy metal naquele período, diluindo influências e moldando-as a seu modo, com personalidade, rispidez e solidez. O “faça-você-mesmo” daquele álbum de 1986 e sua produção crua influenciaram de modo inegável a cena escandinava do black metal. A começar pela capa que trazia uma igreja em chamas.

Sendo “Blood Vengeance” (1986) um marco do metal nacional, este preâmbulo de faz necessário quando temos em mãos o terceiro disco ao vivo da banda Vulcano, onde este trabalho é desfilado na íntegra. Isso mesmo, de “Dominions of Death” à “Bloody Vengeance” (essa música fica ainda melhor com o passar do tempo), ao vivo e sem amenidades!

Com exclusividade de lançamento pela Heavy Metal Rock Records, “Live III – From Headbangers to Headbangers” (2018) traz vinte e três composições da banda registradas em Nova Odessa/SP, no dia 21/10/2017, em comemoração aos 34 anos da loja Heavy Metal Rock e os 35 anos do VULCANO.

Um disco que mantém outra tradição do Vulcano: os discos ao vivo. Afinal, antes mesmo de “Bloody Vengeance”, tivemos em 1986 o clássico “Live!” (1985).

Pense na ousadia… Uma banda que lançava um disco ao vivo sem nem ter um full lenght na discografia.  Em 2014 viria o segundo capítulo ao vivo, “Live II Stockholm Stormed”, gravado na Suécia em maio de 2013.

Claro que os tempos de modelagem sonora já passaram e a banda traz a força de sua história quando entra num palco, bem definida em timbres, intensidade, e técnica, resultando numa troca de energia vívida com a platéia, enquanto transita por momentos que vão do death ao thrash metal, passando pelo black metal. 

Não há como conter o arrepio quando Luiz Carlos Louzada (que a todo momento de comunica com a platéia, contextualizando cada uma das composições) anuncia que “os portais do inferno se abrem pra vocês”!

E à partir daí, segue o massacre com “Church at a Crossroad”, “Witches Sabbath”, e “The Signals”, estas duas últimas que estavam no repertório do histórico “Live” de 1985.

Uma passada no ótimo “Tales from the Black Book” (2004) com a faixa “The Gates of Iron”, referenciada como sexta música do tracklist, mas ela troca de lugar com a quinta “The Evil Always Returns”, faixa pinçada do split com a banda nórdica Nifelheim, intitulado “Thunder Metal”, que curiosamente é o título do arrasa-quarteirão que segue após “Propaganda and Terror”. Estas duas composições estão presentes no mais recente álbum do Vulcano, “XIV”,  assim como a seguinte, “I’m Back Again”.

Ou seja, movimentos musicais que percorrem toda a história da banda, com energia e determinação furiosa que conferem dinamismo às músicas, ao mesmo tempo que envolve a platéia na apresentação, por sua vez ajudando Louzada a entoar suas letras místicas e satânicas, e até certo ponto, poéticas. Como é o caso de “Red Death” que abre o segundo CD, e foi retirada de “Anthropophagy” (1987), um dos melhores discos do Vulcano.

Aliás, o segundo CD é uma aula de história de metal extremo nacional, afinal a sequência com “Total Destruição”, “Guerreiros de Satã”, e “Legiões Satânicas”, antecipa a execução na íntegra do álbum “Blood Vengeance”.  Ou seja, é só se jogar no headbangin enquanto um clássico atrás do outro do metal underground brasileiro espanca nossos ouvidos!

As guitarras de Zhema Rodero e  Gerson Fajardo guiam o som bruto, selvagem e bem old-scholl, alicerçados pelo trabalho técnico e pesado de Arthur Von Barbarian (baterista) e Carlos Diaz (baixista), nos oferecendo momentos de pura selvageria metálica, como na sequência “Awash in Blood” (de “Drowning in Blood” [2011]), “The Tenth Writing” (de “Wholly Wicked” [2014]), e “Welcome to the Army” (de “Ratrace” [1990]) que fecha o primeiro CD. Inclusive, esta última faixa nunca havia sido executada em nenhuma turnê do Vulcano.

Após quase quatro décadas, o Vulcano dá mais uma prova de sua integridade dentro do heavy metal, festejando e honrando um legado riquíssimo e influente dentro da história do metal extremo, com um material de altíssima qualidade. Desde execução, captação, produção e embalagem, tudo é de primeiro nível. Clamo pela existência de filmagens deste show que possam render um DVD!

Como o próprio título do disco antecipa, este é um álbum de fãs de heavy metal, fazendo heavy metal para fãs de heavy metal.

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