O que é Black Metal? Os 50 Melhores Discos do Metal Negro

 

Estes são os 50 melhores discos do Black metal, um subgênero do heavy metal polêmico por natureza, que tipicamente assume temas anticristãos, satânicos e pagãos.

Estes são os 50 melhores discos do Black metal, um subgênero do heavy metal que tipicamente assume temas anticristãos, satânicos e pagãos.Estes são os 50 melhores discos do Black metal, um subgênero do heavy metal que tipicamente assume temas anticristãos, satânicos e pagãos.

Black metal é um subgênero do heavy metal que tipicamente assume temas anticristãos, satânicos e pagãos. As canções de black metal normalmente têm um andamento rápido e apresentam vocais estridentes, guitarras fortemente distorcidas e estruturas musicais não convencionais. É um segmento do metal extremo tipificado por riffs de guitarra em tremolo, distorcidas e agudas, vocais estridentes, blast beats e batidas explosivas que também freqüentemente apresentam som cru e subproduzido. As estruturas musicais convencionais são geralmente substituídas por passagens extensas.

O black metal da primeira onda surgiu de uma ampla gama de abordagens do metal extremo em seus primórdios e nem sempre se assemelhava ao som tipicamente associado ao black metal moderno. A popularidade da primeira onda diminuiu no final da década de 1980 devido a ascêncão do thrash metal e à popularidade do death metal. Com a década de 1990, veio a segunda onda do black metal, liderada pela cena norueguesa.

A cena norueguesa criou um estilo mais repetitivo, focado em riffs de tremolo, com batidas explosivas e bateria de chute duplo se tornando uma prática comum. Esses artistas também experimentaram estruturas musicais, rejeitando o padrão verso-refrão padrão, em favor de seções estendidas. Enquanto isso, muitas cenas e bandas começaram a surgir em diferentes países ao redor do mundo, inspiradas nos sucessos das bandas norueguesas.

Já no  final dos anos 1990, algumas das bandas de black metal se afastaram da sonoridade minimalista e repetitiva, subproduzida e nada polida, implementando estruturas tecnicamente exigentes e modernizarando a produção. Nos anos 2000, os principais nomes do gênero amplificaram o tecnicismo e agregaram massas sonoras densas e dissonantes inspiradas na Música Clássica de vanguarda. Os temas abordados pelos compositores também mudaram ao longo do tempo para incluir natureza, folclore, mitologias, paganismo, depressão, ansiedade e filosofia.

Black Metal: Como o Satanismo se Misturou ao Heavy Metal?

Michael Moynihan, em seu livro“Lords of Chaos”, reflete muito bem sobre o caráter dorock n’ roll e do heavy metal dentro de uma sociedade cristã. Segundo ele “o Rock n’ Roll há muito tempo tem sido um adversário para muitos dos pilares básicos do cristianismo, mas o heavy metal underground levou isto às últimas consequências”. Nos anos 1970, o occult rock se desenvolveu à margem do rock e do heavy metal, salvo por pontualidades de nomes como AC/DC, Kiss e Alice Cooper que usavam sua forma mais teatral, até na virada da década, quando vimos nascer nomes como Venom, Mercyful Fate e Bathory.

Abaixo você encontra uma oferta do livro “Lords of Chaos”, de Michael Moynihan. Este é um título obrigatório se você quer entender a ascenção do black metal nos anos 1990.

O Venom foi a banda que definitivamente mudou o jogo. Se antes, as blasfêmias e aspectos satânicos eram insinuados, com o Venom a coisa escrachou de forma quase histriônica. Com pseudônimos evocando seres mitológicos, eles elevaram o proto-satanismo do Black Sabbath a um alto patamar provocativo e blasfemo, usando a potência musical do Motorhead para criar uma sonoridade crua, agressiva e cavernosa para emoldurar seu satanismo gótico, que beirava a ingenuidade.

Para entender as diferentes formas de satanismo, acesse este post. 

O segundo disco do Venom, “Black Metal”, lançado em 1982, além de clássico, batizou o novo gênero que vinha sendo gestado desde o advento do heavy metal, mesmo que o satanismo de suas letras seja “fajuto” e longe de uma filosofia concreta. Naquele mesmo ano, na Dinamarca, “Nuns Have No Fun” apresentava ao mundo o Mercyful Fate. Essa sim uma banda influenciada pela filosofia satânica de Anton LaVey, muito pela liderança de seu vocalista, King Diamond. Seus dois clássicos primeiros álbuns traziam rituais mágicos, pesadelos, pactos e declarações de alianças satânicas. Com isso, o Mercyful Fate trouxe para o jogo do heavy metal um protótipo de máscara satânica  que seria utilizada na segundo geração do black metal.

King Diamond possivelmente era o único dentre seus pares que investiam numa mensagem satânica que realmente buscava aspectos reais do satanismo e não somente usá-lo como oposição aos valores sociais e religiosos do ocidente. Ele é um admirador de LaVey, tendo mantido correspondência durante anos com muitos membro da Igreja de Satan. Muitas canções, nos diversos álbuns da banda, trazem versos carregados da temática satanista e “Into The Coven”, “Come To The Sabbath” e “The Oath” têm reais ligações com a Bíblia Satânica de Anton Szandor LaVey.

Já o Bathory foi a espinha dorsal do que seria de fato conhecido como black metal. Seus três primeiros discos seguem o modelo do Venom, mas ainda mais crú, barulhento e ríspido, à começar pelas letras, que envolviam satanismo e magia negra, todavia, nos álbuns seguintes veríamos algo mais elaborado, mudando o conceito para uma temática pagã e viking.

Se a Europa tinha Venom, Mercyful Fate e Bathory, a América enfrentava uma forma ainda mais conservadora de “satanismo na música”. Nos Estados Unidos, o conservadorismo chegava às raias dos romances de Nathaniel Hawthorne, mesmo nas últimas décadas do século XX. Os acusados de satanismo musical na América, eram nomes como Motley Crue (por causa do disco “Shout At the Devil”), Kiss, Misfits e seus filhos Samhain e Danzig. O jornal  New York Post chegou a noticiar que as canções destas bandas eram uma “descarada admissão” de que os músicos estavam “mancomunados com Satanás”.

Enquanto isso, o Slayer forjava seus clássicos primeiro álbuns, assim como o Possessed, com o que havia de mais concreto no satanismo dentro do heavy metal naqueles dias, nos Estados Unidos, mesmo que hoje muito daquelas letras soem tão ingênuas quanto os poemas que você escrevia nos cadernos da escola na sua adolescência. Cruzando novamente o Atlântico, nomes como Sodom, Kreator, Hellhammer e Celtic Frost, flertavam com temas satânicos, mas sem a fidelidade de seus predecessores europeus, tanto que logo mudaram seus rumos, usando temáticas mais abertas dentro do desenvolvimento do thrash metal, até como fez os nossos Sepultura, Sarcófago e e Vulcano.

Todas estas bandas usavam a estética ingênua do satanismo medieval, mas não há dúvidas que os europeus sempre foram mais radicais no quesito blasfêmia. O próximo passo em agressividade e peso partindo do thrash metal seria o death metal, um gênero que chegou a ganhar o mainstream no final da década de 1980. Isso não impediu que bandas importantes do estilo tivessem sua parcela satânica na temática. Nomes como Deicide e Morbid Angel eram os mais marcantes. Glen Benton, vocalista do Deicide, encarnava uma espécie de anticristo do heavy metal. 

Em dado momento, o thrash metal e o death metal eram parte do mainstream musical, independente do teor satânico ou não! Em resposta a essa condição diametralmente oposta ao papel de oposição às normas e ao mundo pop, a Noruega ofereceu um dos movimentos mais ultrajantes da história da música, que tem impacto até os dias de hoje: o black metal norueguês. Conhecida como segunda geração do black metal, essa cena recomeçou exatamente de onde pararam Venom e Bathory em suas verves mais satânicas, capitaneadas por bandas como Mayhem, Darkthrone, Bruzum e Immortal.

Mas o Black Metal norueguês essa cena merece um post só pra si, e você confere ele aqui. 

A partir de então, o black metal ríspido, violento e blasfemo se fundiu aos demais subgêneros do heavy metal, principalmente ao death metal, gerando ápices da blasfêmia, como o EP “Fuck Me Jesus” (capa histórica na edição da Osmose Productions), do Marduk. Um dos últimos exemplos de fidelidade ao satanismo no mundo musical veio de Jon Nödtveidt, da banda sueca Dissection, que era membro da Misanthropic Luciferian Order, ordem ocultista fundada em 1995, na Suécia, com conceitos complexos próximos ao luceferianismo, entremeados de neo-gnosticismo e niilismo, resultando numa visão tríptica de Satã.

Os 50 Melhores Discos do Black Metal:

Abaixo listo os 50 melhores discos da história do black metal dentro das suas mais diversas vertentes e facetas, com a condição de escolher apenas um disco por banda. Para conferir o disco basta clicar nos links em azul.

  1. Venom – “Black Metal” (1982)
  2. Vulcano – “Bloody Vengeance” (1986)
  3. Sarcófago – “I.N.R.I.” (1987)
  4. Bathory – “Blood Fire Death” (1988)
  5. ROOT – “Zjeveni” (1990)
  6. Master’s Hammer – “Ritual” (1991)
  7. Darkthrone – “A Blaze in the Northern Sky” (1992)
  8. Beherit – “Drawing Down the Moon” (1993)
  9. Mystifier – “Goetia” (1993)
  10. Katatonia – “Dance of December Souls” (1993)
  11. Murder Rape – “Celebration of Supreme Evil” (1994)
  12. Mayhem – “De Mysteriis Dom Sathanas” (1994)
  13. Amen Corner – “Fall, Ascension, Domination” (1994)
  14. Emperor – “In the Nightside Eclipse” (1994)
  15. Enslaved – “Frost” (1994)
  16. Dissection – “Storm of the Light’s Bane” (1995)
  17. Ulver – “Bergtatt: Et eeventyr i 5 capitler” (1995)
  18. Abigor – “Nachthymnen (From the Twilight Kingdom)” (1995)
  19. Burzum – “Filosofem” (1996)
  20. Blut aus Nord – “Memoria Vetusta I: Fathers of the Icy Age” (1996)
  21. Rotting Christ – “Triarchy of the Lost Lovers” (1996)
  22. Dark Funeral – “The Secrets of the Black Arts” (1996)
  23. Sabbat – “The Dwelling” (1996)
  24. Arcturus – “Aspera Hiems Symfonia” (1996)
  25. Satyricon – “Nemesis Divina” (1996)
  26. Gorgoroth – “Under the Sign of Hell” (1997)
  27. Dimmu Borgir – “Enthrone Darkness Triumphant” (1997)
  28. Immortal – “At the Heart of Winter” (1998)
  29. Dawn – “Slaughtersun (Crown of the Triarchy)” (1998)
  30. Marduk – “Panzer Division Marduk” (1999)
  31. Windir – “Arntor” (1999)
  32. Paysage d’Hiver – “Paysage d’Hiver” (1999)
  33. Summoning – “Stronghold” (1999)
  34. Deströyer 666 – “Phoenix Rising” (2000)
  35. Weakling – “Dead as Dreams” (2000)
  36. Thorns – “Thorns” (2001)
  37. Watain – “Casus Luciferi” (2003)
  38. Moonsorrow – “Verisäkeet” (2005)
  39. Taake – “…Doedskvad” (2005)
  40. Agalloch – “Ashes Against the Grain” (2006)
  41. Wolves in the Throne Room – “Two Hunters” (2007)
  42. Alcest – “Souvenirs d’un autre monde” (2007)
  43. Primordial – “To the Nameless Dead” (2007)
  44. Patria – “Hymns of Victory and Death” (2009)
  45. Deathspell Omega – “Paracletus” (2010)
  46. Murmuüre – “Murmuüre” (2010)
  47. Deafheaven – “Sunbather” (2013)
  48. Behemoth – “The Satanist” (2014)
  49. Mgła – “Exercises in Futility” (2015)
  50. Batushka – “Литоургиiа (Litourgiya)” (2015)

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