Samael – Resenha de “Hegemony” (2017)

 
718_SAMAEL_CMYK
Samael: “Hegemony” (2017, Napalm Records, Hellion Records) NOTA:9,0

Uma das grandes metamorfoses do metal extremo, o Samael se transmutou do black metal ácido e cáustico para o industrial sombrio, mantendo seu obscurantismo e peso por modos e texturas diferentes, mas não menos eficientes.

E mesmo que a estética musical do aclamado e longínquo “Worship Him” (1991) não faça sombra neste décimo disco estúdio, intitulado “Hegemony”, lançado em 2017, os espíritos sombrios daqueles dias ainda assombram os arranjos e temas que se não chegam ao enaltecido black metal daquele álbum, também não renegam seu legado, como nos mostram as faixas “Black Supremacy” (um avassalador metal extremo à moda industrial) e “Dictate of Transparency”.

A bem da verdade é desde “Ceremony of Opposites” (1994), seu terceiro full lenght, a banda não é mais um “puro sangue” do black metal, explorando e experimentando texturas e sonoridades, sendo até ingênuo, para não dizer pouco inteligente, esperar que a banda retome aquele black metal dos primeiros anos, afinal sempre seguiram suas próprias regras.

“Hegemony” confirma esta máxima já no peso eletrônico/industrial sujo e grandiloquente, com riffs de guitarra bem alocados, da poderosa faixa-título que também abre o disco que virá com peso climático, moderno e sintético que envolve pela reverência provocada pela imponência sombria. Isso fica ainda mais claro em “Land of the Living”.

Por maiores que sejam os artifícios inorgânicos, a composições são dinâmicas, nada quadradas, que fluem continuamente com impacto, seja por momentos mais industriais (como em “Samael”, “Storm of Fire”, e a releitura para “Helter Skelter”, dos Beatles), ou nas composições mais metálicas, como em “Angel of Wrath” (essa um dos destaques do álbum pelas orquestrações programadas e pelo ritmo agressivo), e “Rite of Renewal”.

Existem bizarrices e estranhezas em meio à musicalidade moderna, inquietante e sedutora, por texturas eletrônicas e industriais, entremeadas à variação de peso e velocidade, reforçando a identidade conquistada no álbum anterior, “Lux Mundi” (2011), mesmo porque a maioria das composições foram concebidas e finalizadas em 2013.

Aquele álbum de 2011 tem importância dentro da discografia da banda por dar forma final à personalidade do Samael após explorações elásticas em álbuns como “Eternal” (1999) e “Solar Soul” (2007). Mesmo assim, a fumaça gótica ainda não se dissipou totalmente da sonoridade, fato bem provado na excelente “Murder or Suicide” (outro dos pontos de máximo do trabalho)  e em “Against All Enemies”..

O tom melancólico vem das guitarras que se dividem entre peso e melodia nos arranjos, entremeando a densidade fria e sintética da seção rítmica. Aliás, a  bateria programada que poderia dar um sabor ainda mais artificial ao trabalho, vem menos fria e quadrada pela sagacidade de Xy que programou a “caixa da bateria” ligeiramente fora do tempo da música.

Isso e o fato de momentos groovados, principalmente nos riffs, dão uma identidade mais oxigenada ao som de “Hegemony”, que é parte das comemorações dos trinta anos de banda, marcando a data com um conjunto de músicas inéditas que ainda soa como material de uma banda relvante e distante da auto-celebração que mascara a falta de criatividade.

Valeu a pena a espera!

Confira o clipe de “Black Supremacy”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=hL4u-rs4GAQ&w=560&h=315]

Confira a faixa “Angel Of Wrath”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=wpeXJVkQ1_U&w=560&h=315]

Confira a faixa “Red Planet”… [youtube https://www.youtube.com/watch?v=iSPBjuURdms&w=560&h=315]

Samael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de Bagunças Cultura Pop e Underground Samael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black Metal Review Gaveta de Bagunçaew Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black ew Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black ew Gaveta de BagunçaSamael Hegemony Resenha Industrial Black

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *