Withering Surface – “Meet Your Maker” (2020) | Resenha

 

“Meet Your Maker” é o quinto álbum da banda dinamarquesa de Melodic Death Metal Withering Surface, lançado em 2020 via Mighty Music, e que ganhou uma versão nacional à cargo do selo Hellion Records.

Withering Surface - Meet Your Maker (2020, Hellion Records) Resenha Review

O Withering Surface foi fundado na Dinamarca, em 1994, com o objetivo de explorar aquela nova forma melódica de praticar o death metal de bandas como In Flames, At The Gates e Dark Tranquility.

Até o show de despedida em fevereiro de 2005 (a banda já havia comunicado o fim das atividade em dezembro do ano anterior) foram quatro discos de estúdio, EPs e singles, shows em festivais, turnês ao lado de Dimmu Borgir, Old Man’s Child, Arch Enemy e Opeth, e até indicações ao Grammy de seu país, o que construiu o nome da banda como a maior representante do gênero oriunda da Dinamarca.

Porem, em 2020 o Withering Surface pôs fim ao hiato de quinze anos, anunciando novas apresentações em festivais de verão e uma turnê dinamarquesa, além de apresentar um novo trabalho.

A formação que empreende este retorno traz os membros originais Allan Tvedebrink (guitarra), Jakob Møller Gundel (bateria) e Michael H. Andersen (vocal), ao lado de Morten Lybecker (teclado) e Marcel Lysgaard Lech (guitarra) que tocaram no banda em épocas diferentes, além do novo baixista Jesper Kvist.

“Meet Your Maker”, o primeiro álbum do Withering Surface desde “Force the Pace”, de 2004,  traz nove novas composições que dialogam com a herança musical da banda desde a abertura climática, profunda e épica com a faixa-título.

Essa faixa irá resumir tudo aquilo que ouviremos ao longo do trabalho, principalmente nas faixas mais comuns (como “Mourning Light” e “The Apprentice”): death metal melódico com predisposição para riffs nervosos, passagens climáticas, grooves bem colocados e refrãos melodicamente construídos pra marcar.

Ou seja, mesmo que adormecida por todos essas anos, a identidade musical do Withering Surface permanece intacta, sendo que várias músicas por aqui remetem mais a “Scarlet Silhouettes” (1997), seu primeiro disco, do que a uma continuidade de onde pararam em 2004.

Claro que a proposta tem seus pontos de renovação dentro das melodias agressivas e aceleradas, ou dos grandes refrãos, tudo retrabalhado por aquele acento progressivo tão inerente ao melodic death metal original com a clara intenção de agradar tanto os antigos fãs quanto a nova geração.

As similaridades com os antigos trabalhos de In Flames (como na ótima ““Room 417) e Soilwork existem, assim como de Children of Bodom nos momentos mais agressivos que esbarram no black metal, mas diluídas numa personalidade própria.

Corroboram essa observação os destaques que chegam em sequência: “Raised Right” (com um toque prog/black metal interessante), “Alone” (pesadíssima), a já citada “Room 417” (um manual em quatro minutos de melodic death metal) e “In A City Without Soul”.

“Leaves in the Stream” nos dá a possibilidade de observar ainda algumas transições e elementos que remetem ao thrash metalo que dinamiza e oxigena uma proposta musical dentro de um estilo que sempre corre o risco de soar datado.

Essa dinamização fica clara numa composição como “I’ll Soon Be Gone”, uma power ballad multi-facetada e progressiva, outro dos destaques do disco, não só por ser uma belíssima canção, mas por trazer um dueto entre o vocalista Michael H. Andersen e sua filha de 19 anos, Elizabeth Gorboi Andersen.

Resumindo, “Meet Your Maker” é uma mistura moderna de melodic death metal com thrash metal, bem dinamizada com um peso groovado, vocais rasgados, e contrastes nos arranjos gerando um contorno musical multifacetado.

Vá atrás porque vale muito a pena!

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