Magnum – Resenha de “The Serpent Rings” (2020)

 

Magnum - The Serpent Kings (2020, Shinigami Recods)
Magnum – “The Serpent Rings” (2020, Shinigami Recods)

Realmente o fã do Magnum não tem muito o que reclamar desde que a banda retomou as atividades em 2001.

Pelo menos no que tange a seus discos mais recentes a qualidade só tem se mantido, acompanhando a boa quantidade de lançamentos, com destaque a “Lost On The Road To Eternity”, de 2018.

Seu sucessor, chega agora em 2020, initulado “The Serpent Rings”, mantendo a boa fase e a sonoridade que marcou sua carreira.

Ou seja, os veteranos de Birmingham continuam incansáveis e eficientes ao nos oferecer doses generosas de seu AOR/hard rock tipicamente britânico neste mais novo trabalho.

Só para situar o leitor, o Magnum foi fundado por Bob Catley (vocais) e Tony Clarkin (guitarra) na tradicional Birmingham, no início dos 1970, se destacando com os discos clássicos  “On a Storyteller’s Night” (1985 e que trazia o sucesso “Just Like an Arrow”), “Vigilante” (1986, produzido por Roger Taylor, do Queen), e “Wings of Heaven” (1988).

“The Serpent Rings” traz a impressionante marca de ser o vigésimo primeiro disco de estúdio do Magnum e ainda nos traz a estréia do renomado baixista Dennis Ward (Pink Cream 69, Place Vendome, Unisonic, entre outros) na formação.

Ao todo são onze músicas melódicas, criativas, voltadas a aspectos épicos (que combinam com o tema fantástico das letras) e pontualmente afinadas a seus momentos mais progressivos, mesmo que a base seja tipicamente AOR e a orientação seja claramente ao rock n’ roll mais direto.

“Where Are You Eden?” abre o trabalho entregando um corpo melódico bem desenvolvido, encarnado pelos espíritos do passado. Se você gosta do hard rock/AOR oitentista bem construído, certamente esse início irá te prender, principalmente pela sonoridade orgânica e o envolvente senso progressivo/sinfônico.

De cara, esse disco me pareceu uma mistura do Kansas com Axel Rudi Pell, ou seja, melodic/hard rock de cadência hipnotizante, cheio de climas, guitarras vibrantes, refrãos certeiros, mas também com harmonias extasiantes e pontualmente complexas.

Nesse sentido, faixas como “You Can’t Run Faster Than Bullets” (com cadência e arranjos sinuosos de guitarra), “Madman or Messiah” (atualizando o manual do AOR), “Not Forgiven” (com um riff que lembrou o AC/DC), “The Serpent Rings” (uma das melhores músicas das últimas duas décadas da banda, carregada de orientalismos) e “House of Kings” (espetacular em termos de musicalidade) se destacam como pontos de máximo dessa proposta, onde o Magnum canaliza toda a sua maturidade e experiência para uma musicalidade familiar, mas nada datada.

As guitarras de Tony Clarkin estão brilhando com técnica, precisão, certa ousadia e muita identidade em seus solos e riffs, sabendo o momento certo de arriscar protagonismo ou de jogar pelo time. Isso fica claro nos movimentos mais pesados de “Man”, por exemplo.

Outra observação vai para o tecladista Rick Benton que desfila um arcabouço variado de referências, desde o progessivo mais complexo e sinfônico ao épico e melódico do AOR, conseguindo soar moderno e imprescindível para todas as composições (em especial “The Archway of Tears”).

Não só por esses destaques, mas principalmente por eles “The Serpent Rings” pode ser descrito como uma peça de extremo bom gosto, esmerada ao detalhes. Um exemplo de como praticar um hard rock envolvente melodicamente, mas com classe sinfônica e backing vocals imersivos.

Por isso tudo posso afirmar que eles conseguiram superar com louvor o trabalho anterior e só isso já significaria que você precisa ir atrás deste novo trabalho do Magnum.

FAIXAS:

1. Where Are You Eden?
2. You Can’t Run Faster Than Bullets
3. Madman or Messiah
4. The Archway of Tears
5. Not Forgiven
6. The Serpent Rings
7. House of Kings
8. The Great Unknown
9. Man
10. The Last One on Earth
11. Crimson on the White Sand

FORMAÇÃO

Tony Clarkin »» guitarra
Bob Catley »» vocal
Dennis Ward »» baixo
Rick Benton »» teclados
Lee Morris »» bateria

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *