Pretty Maids – Resenha de “Undress Your Madness” (2019)

 

Pretty Maids - Undress Your Madness (2020)
Pretty Maids – “Undress Your Madness” (2019, Shinigami Records, Frontiers Music srl)

O Pretty Maids possui três fases distintas em sua carreira.

A primeira é a espetacular fase oitentista, que compreende clássicos como “Red Hot and Heavy” (1984) e “Future World” (1987).

Estes discos definiram as bases da sonoridade hard n’ heavy da banda, indo até o início dos anos 1990, quando o estilo foi assolado pelo grunge.

Isso dá início às trevas de sua segunda fase, que vai de 1994, com o álbum “Scream”, até 2006, quando lançaram “Wake Up to the Real World”. Fase aliás muito bem resumida no álbum de regravações de 2014.

Com o lançamento do já clássico “Pandemonium” (2010), abriram a terceira fase de sua carreira, ao revitalizar sua abordagem sonora clássica.

Ali, modernizaram um pouco mais o hard n’ heavy classudo, dotado de riffs muito bem sacados, aliados ao peso do heavy metal, refrãos empolgantes e melodias naturais ao hard rock, que deram à dupla Ronnie Atkins e Ken Hammer o status de mestres artesãos de um gênero.

“Undress Your Madness”  é o mais novo capítulo desta fase da banda, que de modo louvável sempre se manteve ativa e produtiva.

E os dinamarqueses não decepcionam nestas novas composições, carregadas de adrenalina e andamentos encorpados, fazendo com que o convívio de faixas mais pesadas com outras voltadas ao hard rock seja harmonioso, muito e decorrência da modernização de sua proposta.

A produção de Jacob Hansen foi crucial para esta sonoridade encorpada e vibrante, conseguindo ambientar o álbum na interseção entre o moderno e o clássico, de certa forma continuando o que fizeram no ótimo “Kingmaker” (2016), álbum anterior.

Isso fica claro desde a épica faixa de abertura, “Serpentine”, com todos os aspectos clássicos do Pretty Maids impresso em timbres e sonoridade modernas.

O Pretty Maids continua sendo um dos poucos nomes que consegue transitar do AOR ao power metal, passando pelo heavy metal hard rock com fluidez e característica própria.

Algo evidente em faixas como “Firesoul Fly” (mais acessível e cativante), “Undress Your Madness” (com algumas passagens que chegam a lembrar o Rage), “Will You Still Kiss Me [If I See You In Heaven]” (com peso e melodia administrados pela boa cadência) e “If You Want Peace [Prepare For War]” (um heavy metal clássico e classudo, com toques de melodic rock), que chegam na sequência.

A voz de Atkins está ainda melhor que antes, conseguindo oscilar entre a melodia hard rock e a pujança heavy metal, sendo o único elemento que se sai magnificamente bem nas duas abordagens.

Ele particularmente se destaca em “Runaway World”, uma faixa mais açucarada cujo brilho é todo emanado de suas linhas vocais, que quando dotadas de uma determinação mais agressiva darão ainda mais poder ao peso sinuoso em “Slavedriver”.

No geral, a performance dos músicos é destacável, mostrando uma banda com foco e total domínio da musicalidade que querem trabalhar.

Só as linhas de bateria, à cargo de Allan Sørensen, que me soaram um tanto preguiçosas e lineares demais, chegando a me lembrar as de Tico Torres nos últimos quinze anos do Bon Jovi.

No restante do disco, “Shadowlands” e “Black Thunder” se destacam pelas melodias bem enfileiradas, solos instigantes e refrãos marcantes, mostrando como os clichês do passado ainda são eficientes quando trabalhados de forma inteligente.

Portanto, este álbum tem tudo que se pode pedir do Pretty Maids: um turbilhão roqueiro pesado, melódico, empolgante e energético!

Aproveite que ele saiu por aqui via Shinigami Records e vá atrás desse disco imediatamente.

FAIXAS:

1. Intro
2. Serpentine
3. Firesoul Fly
4. Undress Your Madness
5. Will You Still Kiss Me (If I See You In Heaven)
6. Runaway World
7. If You Want Peace (Prepare For War)
8. Slavedriver
9. Shadowlands
10. Black Thunder
11. Strength Of A Rose

FORMAÇÃO

Ronnie Atkins »» Vocal
Ken Hammer »» Guitarra
Rene Shades »» Baixo
Chris Laney »» Teclados
Allan Sørensen »» Bateria

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