Queen | A Realeza do Classic Rock Britânico

 

O Queen foi um quarteto britânico, formado Freddie Mercury, Brian May, John Deacon e Roger Taylor, que cravou seu nome na história do rock de uma forma tão forte, que se você pensar em cinco bandas que possam figurar dentre as maiores (importância para o gênero, apelo de público e crítica) de todos os tempos (entenda, não estamos falando das melhores, pois isso vai de gosto pessoal), fatalmente um destes postos é do Queen. Indiscutivelmente!

Queen - Biografia Rock História

Com formação estável do início ao fim, o quarteto inglês trazia músicos tão diferentes quanto talentosos. John Deacon, o baixista, talvez fosse o ponto de estabilidade da banda, o fulcro técnico, sempre conciso e seguro em suas linhas, além de compositor tímido mas certeiro. São seus, clássicos como “You’re My Best Friend”, “I Want to Break Free” “Another One Bites the Dust”.

Ao seu lado, na seção rítmica, tínhamos Roger Taylor, um dos músicos mais completos de sua geração. Multi-instrumentista, Taylor fazia de sua bateria o coração da banda, além de contribuir com backing vocals de extrema qualidade, e que casavam perfeitamente com a voz de Freddie Mercury.

A voz de Freddie Mercury… A alma do Queen! Freddie era o gênio musical que tornava o Queen diferente! Ousado, criativo, e, quiçá, o maior vocalista da história do Rock, era o artista na acepção da palavra: emocional, intenso e vanguardista. A maior prova disso está no clássico “Bohemian Rhapsody”!

Completando a formação tínhamos Brian May, o intelectual do quarteto. Onde a técnica se encontrava com a emoção. Fez do timbre de sua guitarra virtuosa uma das marcas da banda, praticamente uma assinatura (assim os vocais sobrepostos) que nos agraciava com riffs preciosos e solos belíssimos.

Se no início a mistura de glam rock com heavy rock era o foco, com o tempo a banda criou um alto padrão de criatividade, em discos elaborados que iam do pop ao erudito, mas sem sair do rock. Vamos, neste artigo, passear rapidamente pela obra do Queen.

Queen – Uma Breve História da Realeza do Rock Britânico

A origem do Queen foi a banda universitária Smile, formada em 1968 por Brian May e Tim Staffell, estudantes do Imperial College, em Londres. Através de uma anúncio no mural da instituição pedindo um “baterista na escola Ginger Baker”, os dois conheceram Roger Taylor.

Em 1969 conseguiram assinar com a Mercury Records. Nesta mesma época Freddie Mercury era vocalista de uma outra banda, mas já conhecia o trabalho do Smile, pois eles até já haviam gravado alguma coisa.

O QUEEN NA DÉCADA DE 1970

Em 1970 Staffell abandonou o Smile. Brian e Roger convidam Freddie, que muda o nome da banda, e criam o Queen. Após experimentarem alguns baixistas, efetivam John Deacon. Na sequência de uma maratona de ensaios e testes eles conseguem gravar seu primeiro álbum, intitulado simplesmente “Queen”, lançado em 1973, e que trazia as ótimas “Keep Yourself Alive” e a instrumental “Seven Seas of Rhye” que seria regravada no álbum seguinte.

A partir de um acordo entre a Trident e a EMI, partem para a sua primeira turnê, abrindo um show para a banda Mott the Hoople, roubando rapidamente a cena. Aproveitando o embalo, “Queen II” sai em 1974, impulsionado pela regravação de “Seven Seas of Rhye”, agora com ótimos vocais.

Este segundo disco saiu em março daquele ano e conseguiu atingir o top 5 dos discos mais ouvidos, levando o Queen à primeira turnê como headliner que teve que ser cancelada após Brian May contrair uma hepatite. O jeito era trabalhar no próximo álbum, que viria ainda em 1974, intitulado “Sheer Heart Attack”, o primeiro a ganhar destaque internacional, seguido de uma turnê mundial onde o Queen chegou a se apresentar duas vezes no mesmo dia, em lugares diferentes.

O reconhecimento mundial viria no próximo disco, “A Night At The Opera” (1975), principalmente pela inteligente fusão de rock com música erudita, levando suas aspirações progressivas dos discos anteriores a um patamar requintado, mas acessível. Os três primeiros discos do Queen mostravam uma evolução vertiginosa, num período de apenas dois anos. Todavia, o salto de criatividade de “Sheer Heart Attack” para “A Night At The Opera” foi assustadora, e se deu em apenas um ano.

Se antes o Queen fundia subgêneros do rock, agora a alquimia era do rock com música erudita, e “Bohemian Rhapsody” é a prova de que encontraram a pedra filosofal de sua musicalidade. Uma mini-opera de sete minutos que já foi eleita como a melhor música do rock por diversos veículos especializados na mídia mundial.

Só por isso “A Night At The Opera” seria um disco especial, mas ele também marca a mudança de patamar do Queen dentro da indústria fonográfica, ganhando apoio da EMI. A gravadora passou a investir milhões em campanhas de difusão e shows pela Europa, onde o público podia experienciar um festival de luzes, maquinários e figurinos.

O álbum seguinte foi “A Day At The Races” (1976), que assim como no álbum anterior emprestava o título de um filme dos irmãos Marx. Impulsionado pelo single “Somebody To Love”, o disco vendeu meio milhão de cópias antecipadas.

Mantendo o ritmo, o Queen apresentou, em 1977, o disco “News of the World”, que apesar dos dois clássicos da abertura, “We Will Rock You” “We Are The Champions”, soava um tanto heterogêneo se comparado à compacidade dos dois discos anteriores. Ele é quase como uma colcha de retalhos de velhas composições retrabalhadas. E uma evidência disso reside na faixa “Sheer Heart Attack” que deveria ser a faixa-título do terceiro disco.

“News of the World” mostrava um Queen em transição, não querendo se repetir, mas ainda só molhando os pés na piscina da música pop que havia sido invadida pela disco music. Mesmo com a irregularidade do repertório destes dois últimos discos, o sucesso dos singles manteve o Queen em alta, entretanto, internamente o relacionamento entre os músicos estava complicado.

“Jazz” chegou em 1978 e apesar de ignorado por grande parte dos admiradores do Queen é um de seus melhores discos, impulsionado à época por “Fat Bottomed Girls” “Don’t Stop Me Now”. O disco foi lançado em New Orleans, num espetáculo de cabaré com direito a strip-tease, faquires, encantadores de serpente, malabaristas, mágicos, etc.

A década de 1970 foi fechada com o ao vivo “Live Killers”, lançado em 1979, trazendo uma versão de “Love of My Life” que se tornaria um sucesso estrondoso no Brasil. Garvado na turnê do álbum “Jazz”  (1978), este era o primeiro disco ao vivo do Queen, gravado entre janeiro e março de 1979, trazendo uma banda mais faminta e engajada ao rock n’ roll lascivo do que ouviríamos em “Live Magic” (1986) ou em “Live at Wembley’ 86” (1992), por exemplo.

O QUEEN NA DÉCADA DE 1980

O Queen abriu a década de 1980 com uma transformação em sua sonoridade em um de seus melhores discos: “The Game” (1980). Um repertório cravado de sucessos como “Play The Game”“Another One Bites The Dust”“Crazy Little Thing Called Love” e “Save Me” se mostrava criativo, variado e moderno.

Na sequência veio “Flash Gordon” (1980), uma trilha sonora do filme homônimo de Dino de Laurentis, baseado no personagem das histórias em quadrinhos de Alex Raymond. O sucesso serviu para que as apostas na banda aumentassem ainda mais, levando-os a uma histórica turnê na América do Sul em 1981, lotando estádios do Brasil e da Argentina.

Na sequência viria uma sequência de discos fracos, mas com sucesso comerciais gigantescos dos singles deles retirados. Não há como negar que mesmo sucessos estrondosos, como “Radio Ga-Ga”, “I Want To Break Free”, “A Kind of Magic” “Friends Will Be Friends”, lançados em discos como “Hot Space” (de longe o pior disco do Queen, apesar de ter liderado todas as paradas do mundo), de 1982,  “The Works” (1984) e “A Kind of Magic” (1986), são muito menores em termos musicais que o apresentado na década de 1970, além de soarem plastificadas pelas explorações eletrônicas e sintetizadas.

Claro que existiram coisas boas. “One Vision”, “Hammer to Fall” e “Under Pressure” (em parceria com David Bowie) são ótimas composições, mas até essas ficavam melhores nas versões “orgânicas” dos discos ao vivo do que na proposta mais pop defendida por John Deacon e Freddie Mercury. E nesse percurso, só veríamos um disco impecável do início ao fim por parte do Queen em 1989: o pesado e hard rock “The Miracle” (1989).

Mesmo assim, o Queen, em 1983, era um fenômeno mundial, tendo vendido pelo menos um milhão de cópias de oito de seus dez discos. Um sucesso de público e um fracasso com a crítica. Além disso, essa é a época que vários membros da banda lançaram discos solo, como o ótimo “Fun in Space” (1981) de Roger Taylor e o ruim “Mr. Bad Guy” (1985), de Freddie Mercury.

Naquele ano de 1989 o Queen era um gigante não só do rock, mas da música pop. Uma das poucas bandas a se manter permanentemente no topo desde o princípio dos anos 1970 e durante os injustos e famigerados anos 1980, e com potencial para arrasar nos anos 1990, principalmente após o lançamento do álbum seguinte, “Innuendo” (1991), cuja faixa-título é o mais próximo que o Queen chegou de fazer uma nova “Bohemian Rhapsody”, trazendo dramaticidade heavy metal e requinte clássico.

Todavia, no final daquele mesmo ano, mais precisamente em 24 de novembro de 1991, Freddie Mercury perdia a batalha contra a AIDS, levando consigo a alma do Queen. A banda nunca voltou oficialmente, apesar de também nunca declarar um fim das atividades, lançando discos póstumos e trazendo vocalistas ciclotímicos (mas sempre garantindo que não se tratava de uma continuação do Queen).

Leia Mais:

Ofertas Sobre o Tema:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *