Queen | 5 Discos Pra Conhecer A Mágica Banda Britânica

 

Queen foi uma banda de rock britânica cuja fusão de heavy metal, glam rock e pop o tornou um dos grupos mais populares das décadas de 1970 e 1980. Com formação estável do início ao fim, o quarteto inglês trazia músicos tão diferentes quanto talentosos, numa fusão que gerou discos brilhantes e marcou a história da música pop eternamente.

Hoje, queremos escolher 5 DISCOS essenciais da discografia do Queen, não necessariamente os cinco de maior sucesso, dando um panorama geral da importância da banda.

Antes da listagem, um comentário pessoal. Acredito que a discografia da banda é muito bem dividida pelas coletâneas “Greatest Hits” (1981) e “Greatest Hits II” (1991), sendo que, no geral, a primeira fase (até 1981), aos meus ouvidos, é musicalmente superior à segunda (de 1981 à 1991), mesmo que nesta fase tenhamos dois pontos altíssimos da discografia, em “The Miracle” (1989) e “Innuendo” (1991). No quesito “sucesso comercial” acredito que seja o inverso!

Queen - Melhores Discos

1. “Sheer Heart Attack” (1974)

Este terceiro disco do Queen é um dos grandes álbuns do Heavy/Hard Rock setentista. Vinda de dois discos interessantes, a banda encontrava enfim sua sonoridade que, no geral, fundia o glam rock ao heavy rock com melodia, virtuosismo e energia.

Mais detalhadamente, olhando faixa-a-faixa, fica evidente como misturaram, com maestria, a pompa do rock progressivo (como na faixa “In The Lap Of The Gods”), a ousadia do Glam Rock (mais latente em “Tenent Funster”), o peso do Heavy Rock (afinal de contas, “Stone Cold Crazy” antecipou em uma década o thrash metal e até um pouco da malícia das sonoridades burlescas (“Bring Back That Leroy Brown” é irresistível!), que seria outra das marcas da fase setentista do Queen.

Existiam sim referências a Black Sabbath, Cream e Led Zeppelin, mas a originalidade que seria amplificada ao longo dos álbuns clássicos que se seguiriam até 1980 já estava aqui. Os riffs e solos de Brian May aparecem marcantes em “Brighton Rock” e “Now I’m Here”, enquanto percebemos um Freddie Mercury criativamente livre ousando em “Dear Friend” e na sacana “Killer Queen”.

“Killer Queen”, aliás, era o hit que o Queen precisava, fazendo deste “Sheer Heart Attack” o primeiro sucesso mundial da banda, que a levou inclusive a até fazer dois shows em lugares diferentes no mesmo dia. Neste disco temos o ápice do heavy rock à moda Queen, mas não o ápice musical do Queen, que ainda viria no próximo disco.

2. “A Night At The Opera” (1975)

O melhor disco do Queen! Não só pelo marco que foi “Bohemian Rhapsody”“A Night AT The Opera”, disco de 1975, traz a excelência e a vanguarda que só se reproduzem no grandes, no gênios.

Musicalmente, o disco vai além de “Bohemian Rhapsody”. É necessário fazer justiça a preciosidades como “You’re My Best Friend” (que traz Deacon ao electric piano), “I’m In Love With My Car”, “Death on Two Legs” “Love of My Life” (num arranjo mais romântico – no sentido de estilo musical), música que seria hit avassalador no Brasil em sua versão belíssima registrada no álbum “Live Killers”. 

O próximo disco do Queen seria “A Day At The Races”, de 1976, que em diversos fatores (capa, abordagem musical, e título emprestado de filmes dos irmãos Marx) soa como uma continuação, uma segunda parte, de “A Night At The Opera”, e teria todos os méritos para estar nesta lista.

3. “Jazz” (1978)

Antes de “Jazz”, disco de 1978, o Queen apresentou, em 1977, o disco “News of the World”, que apesar dos dois clássicos da abertura, “We Will Rock You” “We Are The Champions”, mas ele é quase como uma colcha de retalhos de velhas composições retrabalhadas. Naquele momento, o mundo da música estava mudando na segunda metade dos anos 1970.

Os sintetizadores já comandavam a música pop, e o punk tornava o requinte obsoleto no rock. Até por isso, acredito que “Jazz” não ganha reconhecimento que merece, pois este é um dos mais ousados e multifacetados trabalhos do Queen, tanto quanto é esquecido.

Só por conter “Fat Bottomed Girls” (cuja capa do single despertou a ira das feministas), “Bicycle Race”“Don’t Stop Me Now” (segundo single do disco), os grandes hits do repertório, já o credencia como um dos grandes discos da banda.

Além destas, “Mustapha” (com seus motivos árabes), “Jealousy” (triste e bela), “Dreamer’s Ball” (com tempero burlesco à lá New Orleans) e “Dead on Time” (mais roqueira) completam um repertório irrepreensível.

Uma curiosidade: “Jazz” foi lançado em New Orleans, num espetáculo de cabaré com direito a strip-tease, faquires, encantadores de serpente, malabaristas, mágicos, etc.

4. “The Game” (1980)

A primeira divisão discográfica quanto a musicalidade do Queen veio com “Live Killers” (1979), um fechamento de sua melhor fase em termos criativos e musicais. A década de 1980 se apresentava e o Queen se rendia às texturas eletrônicas e se aproximava com força da música pop. “The Game” é o primeiro disco desta nova fase. Lançado em 1980, ele tinha a capacidade de reafirmar todas as características mais marcantes da música do Queen, ao mesmo tempo que não mascarava uma renovação sonora.

Mesmo vendo este disco como uma abertura de horizontes na música do Queen, eu gosto de pensar nele como parte de sua era gloriosa, pois não dá pra falar em queda de qualidade num disco que traz “Play The Game” (um AOR de primeira linha e o primeiro single do Queen a trazer sintetizadores), “Another One Bites The Dust” (a perfeita fusão de disco music com rock, e líder dos charts por várias semanas seguidas), “Crazy Little Thing Called Love” (uma brilhante releitura do rock dos anos 1950) e “Save Me” (balada impecável ainda com resquícios do som mais tradicional do Queen).

Acredito que o sabor mais pop deve ter assustado quem esperava algo no moldes setentistas. O Queen trazia em duas faixas (“Another One Bites The Dust”  e “Crazy Little Thing Called Love”) uma espécie de impulso pelo vácuo do sucesso de filmes (e suas trilhas sonoras) como “Os Embalos de Sábado à Noite” (1977) e “Grease – Nos Tempos da Brilhantina” (1978). Basta uma conferida no clipe da segunda faixa para ter essa certeza.

Todavia, também é inegável que em “The Game” temos uma das últimas vezes em que o rock se impunha de modo vibrante num disco do Queen, observação reforçada por “Dragon Attack” (de refrão instigante) e “Don’t Try Suicide” (mais ligada às raízes do gênero).

Além disso, “Sail Away, Sweet Sister” garante que a classe estaria impressa nesta verve mais pop do Queen. Até 1989 o Queen experimentaria seu ápice comercial, ironicamente quando passava por sua pior fase criativa, gerando singles de sucesso dentro de discos pouco inspirados.

5. “The Miracle” (1989)

“The Miracle” foi o primeiro grande disco do Queen pós-“The Game”! Não há como compará-lo com os discos que vieram nesse ínterim. As canções são recheadas de conteúdo pop e espirito roqueiro sendo impossível destacar a performance de algum integrante em separado.

Tirando a dispensável abertura com “Party”, todo o resto é de alto nível, e dialoga com o legado do Queen, ao mesmo tempo que soa oxigenado, e renovado. “I Want It All” é talvez a melhor música do quarteto desde “Under Pressure”, de 1981, enquanto “The Invisible Man” é pop, dançante, eletrônica, mas muito bem feita na mescla de texturas, e “Breakthru” (carregada da identidade marcante da banda) traz a melhor interpretação de Freddie Mercury dentre os últimos quatro discos do Queen. Claro que devemos destacar “Scandal” (que mostra como o teclado deve ser usado no rock e ganhou um dos melhores clipes da banda), e a melódica “The Miracle”.

Naquele ano de 1989 o Queen era um gigante não só do rock, mas da música pop. Uma das poucas bandas a se manter permanentemente no topo desde o princípio dos anos 70 e durante os injustos e famigerados anos 80, e com potencial para arrasar nos anos 1990, principalmente após o lançamento do álbum seguinte, “Innuendo” (1991), cuja faixa-título é o mais próximo que o Queen chegou de fazer uma nova “Bohemian Rhapsody”, trazendo dramaticidade heavy metal e requinte clássico.

Todavia, no final daquele mesmo ano, mais precisamente em 24 de novembro de 1991, Freddie Mercury perdia a batalha contra a AIDS, levando consigo a alma do Queen.

A banda nunca voltou oficialmente, apesar de também nunca declarar um fim das atividades, trazendo vocalistas ciclotímicos, e sempre garantindo que não se tratava de uma continuação do Queen. Mas isso é assunto para um outro texto que você confere aqui.

Leia Mais:

Ofertas Sobre o Tema:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *