H. P. Lovecraft | As 4 melhores histórias do Horror Cósmico

 

As histórias de Lovecraft são uma leitura obrigatória para os fãs de terror. Descubra as 4 melhores histórias de Lovecraft que o deixarão aterrorizado e fascinado.

H P Lovecraft - Contos Melhores Essenciais Obrigatorios

Se você é fã de literatura de terror, não pode perder as obras de H.P. Lovecraft. Suas histórias são conhecidas por sua atmosfera misteriosa, horror cósmico e descrições vívidas de criaturas de outro mundo. Aqui estão as 4 principais histórias de Lovecraft que causarão arrepios na espinha.

Howard Phillips Lovecraft nasceu na cidade de Providence, em Rhode Island, em 1890. Muito antes de ser um escritor primeiramente ignorado e posteriormente reverenciado, foi uma criança interessada em artes e ciências. Definitivamente, foi um leitor precoce e que sempre esteve às voltas com a loucura e com a tragédia, fatores impactantes em sua arte. Não seria exagero comparar a criatividade e excelência de H. P. Lovecraft – que se dedicava à ficção científica (mesmo quando este termo ainda engatinhava) e ao terror clássico e psicológico – com a brilhante e genial advinda da mente de J. R. R. Tolkien. Porém, Lovecraft contaria a ascensão de de Sauron cujo poder viria do livro negro “Necronomicon” e não a vitória das forças “do bem” como Tolkien o fez.

Pioneiro de um gênero, ele admitiu ter buscado inspiração em seus pesadelos de infante adoentado quase que permanentemente, e exerceu influência não somente nas futuras gerações de escritores do estilo (como Stephen King, Peter Straub, Clive Barker, Neil Gaiman, Jay Anson, Brian Setzer, Ramsey Campbell dentre outros), mas o peso de sua escrita rebuscada e até certo ponto arcaica foram de dourada inspiração para contemporâneos como Clark Ashton Smith, Robert Block e Robert E. Howard (o criador de Conan).

Sua forma de escrever era tão magnífica que se comparava a Edgar Allan Poe, tanto em qualidade quanto em inspiração e pioneirismo, mas ele tinha predileções pelo o horror dos pesadelos, o terror psicológico ou a angústia do suicídio. Suas histórias pareciam lendas de eras remotas do nosso planeta, como se ele tivesse acesso a segredos milenares e suas histórias trazem uma fusão de horror gótico e lendas de um mundo perdido. Infelizmente, o autor teve pouco reconhecimento quando vivo, mas se tornou o preferido dentre os autores das gerações futuras e hoje tem status de cult para os aficionados em histórias de terror.

Se você quer entender mais sobre a genialidade de Lovecraft indicamos o livro “H.P. Lovecraft: contra o mundo, contra a vida: Contra o mundo, contra a vida”, de Michel Houellebecq.

As 4 Melhores Histórias de H. P. Lovecraft

Hoje, vamos pinçar quatro contos essenciais de sua vasta coleção de histórias geniais. Use essa lista apenas como uma forma de entrar no universo lovecraftiano, pois existe muito mais ser explorado em sua obra. Em tempo, ignoramos na lista o clássico “O Chamado de Cthulhu”, pois dedicamos um texto especial só para esse conto (que você pode conferir aqui). Sem dúvidas, esta história traz a essência da personalidade literária de Lovecraft e seria o primeiro item da nossa lista se já não tivéssemos dissecado-o num momento anterior. Também não vamos entrar em detalhes sobre  os Mitos de Cthulhu, afinal, dedicamos esse texto aqui para entender como esse universo compartilhado foi desenvolvido não só por Lovecraft.  Também indicamos o conto “Entre as Paredes de Eryx”, nesse texto especial.

Abaixo você encontra uma oferta dos dois volumes de “H. P. Lovecraft – Medo Clássico”, duas coletâneas de contos de Lovecreft que incluem os 4 contos citados neste artigo.

1) “A Música de Erich Zann” (1922)

Considerado pelo próprio Lovecraft como um de seus melhores escritos, “A Música de Erich Zann” foi publicado em março de 1922 na revista “National Amateur”. Tanto que existem referências ao personagem em outras histórias de Lovecraft.

A trama gira em torno de alguém debilitado física e emocionalmente que busca um lugar que ninguém nunca ouvira falar. Um lugar que já existiu, mas inexplicavelmente desapareceu. Neste lugar, nosso personagem morou durante um certo tempo. Neste mesmo período, ali residia um músico que tocava melodias e harmonias que nunca tinha ouvido antes. Um músico misterioso e isolado.

Seu nome: Erich Zann! “Um compositor de gênio altamente original”, que para mim parecia inspirado na lenda do músico Giuseppe Tartini (1692 – 1770), sobre a qual falamos nesse texto especial. Zann tocava melodias que infundiam um terror indefinível, “o temor de prodígios vagos e mistérios ameaçadores”. 

Narrado em primeira pessoa, o conto revela uma “amizade” entre o nosso personagem e o músico misterioso, envolta por eventos tensos que se sucedem enquanto ambos encaram as sombras do desconhecido e do sobrenatural, já sugestionando o terror cósmico que se seguiria futuramente.Tudo minuciosamente descrito pela escrita de Lovecraft. Claro, ainda um escritor em maturação, ele ainda trazia fortes influências de Algernoon Blackwood na ambientação e na dinâmica.

2) “Herbest West: Reanimator” (1922)

Aqui H. P. Lovecraft apresenta um de seus mais influentes contos, mesmo que indiretamente. Ironicamente, esta foi uma das histórias mais ignoradas pelo próprio Lovecraft em sua obra (talvez pelo ritmo que prejudicou o final um tanto acelerado e anti-climático. Lovecraft faria melhor futuramente), ao mesmo tempo que, ironicamente, foi o inspirador de um dos filmes que também o tornaria famoso na segunda metade do século XX.

Mas “Herbert West: Reanimator” tem a primazia de ser uma das primeiras histórias de zumbis de toda a literatura, como corpos reanimados cientificamente dotados de agressividade e comportamento animalesco, ao mesmo tempo que oferecia um dos estereótipos mais interessantes da ficção científica: o cientista louco.

Para o cânone lovecraftiano essa história é importante por ser a primeira onde é mencionada a Miskatonic University, que apareceria em contos chave de seu universo como “A Sombra Vinda do Tempo”, “A Cor que Caiu do Espaço”, “Nas Montanhas da Loucura” “Horror de Dunwich”.

A história das “diversões blasfemas” do Dr. Herbest West é narrada pelo seu colega de profissão não identificado, revelando a transformação do médico ambicioso gradualmente num monstro, acometido de um final trágico (onde vemos uma remissão leve, também, a “O Médico e o Monstro”, de Robert Louis Stevenson).

Infelizmente, “Herbert West: Reanimator” é um dos contos onde Lovecraft deixa seu racismo ainda mais amostra e veemente do que veremos em contos como “O Horror em Red Hook”“A Sombra Vinda do Tempo”, por exemplo.

3) “A Cor que Caiu do Espaço” (1927)

Esse é um dos grandes contos de Lovecraft que, aparentemente, estaria fora dos Mitos de Cthulhu, mas é uma das melhores peças do terror cósmico escrito por ele.

De leitura fluida e extensão curta, “A Cor que Caiu do Espaço”, publicado na “Amazing Stories” de setembro de 1927, narra a história de um vilarejo a oeste de Arkham (um lugar cujos “antigos habitantes foram embora, e os estrangeiros não gostam de morar”) que se vê ameaçado quando um meteoro cai na propriedade de um fazendeiro local e traz consigo uma estranha aberração cromática que afeta a flora e a fauna da região, criando o cinzento e estéril “descampado maldito” onde nada cresce.

É possível perceber que ele imbuíra ainda mais seu enredo de características oníricas e reticências da insanidade. Além disso, Lovecraft carrega seu conto de preciosismo nas descrições de locais e emoções e somos capazes de até sentir o cheiro do vale amaldiçoado só por sua forma de desenhá-lo.

Entretanto, aconselho não começar sua leitura por aqui, pois a escrita pode incomodar quem não está acostumado com a forma de Lovecraft. Além dos dois anteriormente listados, indico ler ao menos “Dagon”, “Ar frio”“A Cidade Sem Nome” antes de se dedicar a “A Cor que Caiu do Espaço”.

4) “Nas Montanhas da Loucura” (1936)

Mais extenso conto da lista, esta talvez seja a real obra-prima de Lovecraft, ainda melhor que o aclamada “O Chamado de Cthulhu”. De modo impecável, Lovecraft narra, em primeira pessoa, a expedição empreendida pelo geólogo Dyer, da Universidade de Miskatonic e o terror que ele encontrou por lá, num lugar abominável, mais antigo que qualquer outro na Terra, e que reescreverá a história do planeta como a conhecemos.

A precisão de localizações, descrições, e horários é quase jornalística, assim como o uso de termos técnicos e científicos, dando um caráter ainda mais penetrante e profundo à trama, que mistura horror cósmico com um leve toque de ficção científica, justificada nas maravilhas tecnológicas (para a década de 1930) usadas na expedição da Antártida.

Um conto com tensão à flor da pele, onde mitologia arcana, loucura e  medo convergem na história mais rica de Lovecraft para sua mitologia artificial, constituindo seu maior esforço na reunião do classicismo gótico com o senso épico da fantasia.

Além das constantes referências ao Necronomicon, e um desenvolvimento detalhado dos Grandes Antigos e sua civilização, com guerras e criações, Lovecraft também referencia o grande escritor Edgar Allan Poe em parte do conto, inclusive no terror sugestionado, que está sempre à espreita.

Não só isso, “Nas Montanhas da Loucura” tem um ritmo envolvente, mostrando um escritor já dono da classe que seria sinônimo do nome Lovecraft. Este conto faz de Lovecraft incluso nas listas de grandes histórias curtas da literatura, e por isso sera obrigatório em nossa lista!

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *