JUDAS PRIEST – “British Steel” (1980) | Clássico da Música

 

O Judas Priest, com seu clássico “British Steel”, se tornou a primeira banda do heavy metal vinda dos anos 1970 a catalisar todos os melhores ingredientes do heavy rock inglês numa imagética que basicamente criou o que entenderíamos como cultura heavy metal.

Tanto pela identidade visual quanto pela força de sua música.

Colocaram velocidade nas guitarras melódicas e eletrizantes, agora em dupla; imprimiram uma dramaticidade cáustica nos vocais, tudo desenhado numa estrutura mais cerebral e menos instintiva, encaixando riffs, refrãos precisos e dinâmica envolvente.

E com isso criaram o modelo a ser explorado pelos adeptos do estilo criado pouco tempo antes pelos conterrâneos do Black Sabbath.

Sem dúvidas, o Judas Priest não foi apenas inspiração e parte importante da NWOBHM, mas sim uma das três bandas mais influentes da história do heavy metal.

Um estudo rápido mostrará que todo o heavy metal oitentista e seus afluentes mais pesados beberam direto da fonte que jorrava das guitarras de K. K. Downing e Glenn Tipton.

Dave Mustaine, líder do Megadeth, já disse que “Sad Wings of Destiny”, o segundo álbum do Judas Priest, foi sua primeira influência, assim como o Slayer, no início,executavam sua infernal versão de Judas Priest na rotação máxima. Você pode perceber essa sombra de influência até mesmo no hard rock do Ratt.

Isso sem falar na postura de palco e nos trajes de gala cheio de couro, jeans, correntes e rebites que virariam o uniforme do estilo, sem nem imaginar que Rob Halford buscou inspiração nos clubes e bares voltados ao público LGBT na época.

O próprio Cronos, vocalista e baixista do Venom, uma das bandas mais chocantes e provocativas da primeira metade dos anos oitenta no metal inglês, reafirma essa importância do Judas Priest para o visual do heavy metal:

“O Judas Priest foi a primeira banda a usar propriamente toda aquela imagem com couro e tachas… Era uma imagem fantástica, forte e perigosa…”

Ou seja, o Black Sabbath pode até ter inventado o heavy metal, mas foi o Judas Priest que deus seus 10 mandamentos, dando ao gênero sua formatação final e sua imagética bem definida.

Mesmo assim, o sucesso comercial nos Estados Unidos e Europa só veio com “British Steel”, seu sexto álbum de estúdio, lançado em 1980, um ano tão emblemático para a música pesada que com ele nascia não só um número impressionante de clássicos, mas também o histórico festival Monsters of Rock.

Com esse disco o Judas Priest forjou o estilo heavy metal além da música e se colocou numa posição de destaque numa época em que gigantes morriam (Led Zeppelin), outros nasciam (Iron Maiden) e dois deles ressurgiam como fênix (AC/DC com Brian Johnson e Black Sabbath com Dio).

Ou seja, “British Steel” ajudou a impulsionar e definir o heavy metal na década de 1980 e é sobre esse clássico da música que vamos falar nesse artigo especial.

Judas Priest British Steel 1980

O CAMINHO DO JUDAS PRIEST ATÉ “BRITISH STEEL”

O embrião do Judas Priest como o conhecemos surgiu em setembro de 1969 por Alan Atkins e Bruno Stappenhill, mas problemas sucessivos levaram ao fim das atividades em 1970.

O vocalista Al Atkins logo descobre um trio formado por K. K. Downing, Ian Hill e o baterista John Ellis, e como estava à procura de um projeto novo se candidatou ao posto de vocalista.

Quem sugeriu o nome Judas Priest (retirado de uma música de Bob Dylan) para a nova banda (que era batizada como Freight) foi justamente o vocalista.

Mas o início foi complicado e o ano de 1973, em especial, foi agitado e decisivo para o Judas Priest. Em dado momento, só K. K. Downing e Ian Hill permaneceram na banda.

Nesse período entra em cena Rob Halford, ator de teatro e irmão da namorada de Ian Hill, que é o escolhido para o posto de vocalista, trazendo consigo o baterista Jon Hinch, ambos da banda Hiroshima.

Com esta formação o Judas Priest volta aos shows pela Europa até ser descoberto pela Gull Records que logo os coloca em estúdio para gravar e trabalhar em seu primeiro disco, após a assinatura do contrato em abril de 1974. Mesmo mês, aliás, que Glenn Tipton entra para comandar a segunda guitarra.

Pela Gull Records lançaram o primeiro álbum, “Rocka Rolla”, em setembro de 1974 e o seguinte, “Sad Wings of Destiny” (1976), já com o velho conhecido Alan Moore novamente nas baquetas.

Esse segundo álbum do Judas Priest, inclusive, é sempre lembrado como o efetivo pontapé inicial do seu legado musical, responsável por ser o primeiro passo na unificação e amplificação do espectro do heavy metal naqueles primeiros dias.

Não há como negar que com “Sad Wings of Destiny” o Judas Priest tirou o heavy metal de suas amarras no hard rock, e que este é um dos discos indispensáveis de suas discografia.

A turnê deste disco é tão bem sucedida que conseguem um contrato com uma gravadora multinacional, no caso a CBS/Columbia, por onde lançam “Sin After Sin” (1977), “Stained Class” (1978) e o disco com dois nomes de 1979: “Killing Machine”, na Inglaterra, e “Hell Bent For Leather”, nos Estados Unidos.

E aqui quero deixar menção honrosa ao disco “Stained Class” nessa fase setentista, pois ele contém uma das melhores músicas da história do heavy metal: “Beyond the Realms of Death”. 

Uma faixa composta pelo baterista Les Binks (um dos integrantes que ajudaram o Priest a amadurecer sua fórmula) com letra densa de Rob Halford, e solo de guitarra brilhante. Anos mais tarde essa música geraria sérios problemas jurídicos para a banda.

Até esse ponto da carreira, o Judas Priest manteve um relativo sucesso comercial na Inglaterra, com vendagens de discos expressivas, mas o mercado norte-americano ainda não havia sido atingido da mesma forma.

“UNLEASHED IN THE EAST”: O MARCO FINAL DE UMA ERA

O foco do Judas Priest seria então girado para ganhar o mercado norte-americano.

Mas antes eles lançariam um grandes discos ao vivo da história do rock, onde iniciariam o trabalho com um produtor que ajudaria-os a alcançar o ambicioso objetivo.

A longa turnê mundial que se seguiu a “Killing Machine”/“Hell Bent For Leather” rendeu como fruto o clássico disco ao vivo “Unleashed in the East”, e aqui começa a parceria com Tom Allom, que mudaria não só a carreira do Judas Priest, bem como a forma de se praticar o heavy metal.

JUDAS PRIEST Unleashed in the East
“Unleashed in the East” (1979, Columbia)

Até por isso, esse disco é um passo importante para o que ouviríamos em “British Steel”, pois entre maio e agosto de 1979, a banda trabalhou com o Allom no estúdio de Ringo Starr, em Ascoff, na Inglaterra.

A ótima recepção do disco ao vivo motivou o Judas Priest a não mexer numa parceria que deu certo e chamar o produtor novamente para trabalhar no próximo disco de estúdio, que começaria a ser gravado no início de 1980.

O repertório de “Unleashed in the East” é irrepreensível: “Sinner”, “The Green Manalishi”, “Diamonds ans Rust”, “Exciter” “Victim of Changes” são os pontos altos dos shows gravados em fevereiro de 1979.

Quando o disco saiu o baterista Les Binks já havia deixado o Judas Priest. As fotos de capa e encarte não são do show, mas feitas posteriormente na Inglaterra, e nelas, percebe-se a bateria vazia.

Os rumores de que muito do disco foi refeito em estúdio eram fortes, principalmente nos vocais de Rob Halford que estava gripado nos dias de shows. O que não diminui a importância deste que é o primeiro grande disco ao vivo do heavy metal.

Além disso, “Unleashed in the East” traz um resumo perfeito da fase setentista do Judas Priest, antes de de tornarem os deuses do heavy metal em “British Steel” e ajudar a dar o pontapé inicial na NWOBHM.

A NEW WAVE OF BRITISH HEAVY METAL

Antes de falarmos de “British Steel”, de fato, vamos tentar entender como esse disco surgiu junto com um dos movimentos mais influentes e representativos da história do heavy metal.

A New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) foi um período na virada das década de setenta para a de oitenta, quando uma nova geração de bandas de cabeludos emergiram praticando um tipo de heavy rock que o punk tentou varrer para baixo do tapete.

Os nomes mais icônicos do movimento eram o Def Leppard, de Sheffield, o Iron Maiden de Londres, o Saxon de Yorkshire e o Venom de Newcastle.

Alguns historiadores do metal britânico insistem que o Judas Priest teve um impacto importante no movimento, mas definitivamente não foi parte dele, mesmo que seus álbuns de maior sucesso, como “British Steel” e “Screaming For Vengeance” tenham chegado justamente no período áureo da NWOBHM.

Alguns líderes da NWOBHM eram fãs declarados do Judas Priest, como o próprio Cronos, que mencionamos no início desse artigo e Brian Ross, líder do Blitzkrieg e do Satan, que disse:

“E acho que o Judas Priest foi a influência principal nas bandas da New Wave. Eles estabeleceram os padrões que todos nós tentamos alcançar.”

As associações do Judas Priest com o movimento são várias. Além de época, eles estavam trabalhando com o produtor Tom Allom, o mesmo do clássico “On Through the Night”, do Def Leppard.

JUDAS PRIEST E O DESEJO DE CONQUISTAR A AMÉRICA!

O Judas Priest, como algumas bandas inglesas (Rainbow e Whitesnake, por exemplo) que buscavam o sucesso, queria também conquistar o mercado norte-americano.

Foi justamente Tom Allom, o produtor do disco ao vivo “Unleashed in the East”, que deu a eles o segredo comercial para entrar neste disputado centro do mercado fonográfico: “o que eles precisam agora, de verdade, é de um disco comercial”.

O que Allom fez foi renovar o som da banda sem descaracterizá-lo, simplificando alguns elementos e criando alívios dinâmicos no repertório guiado por riffs intigantes e bons refrãos.

Anos mais tarde, Rob Halford reforçou a importância do produtor para a carreira do Judas Priest:

“Tom teve a ideia de simplesmente manter as coisas despojadas e muito simples e diretas. Lembre-se, ele foi o engenheiro dos dois primeiros discos do Black Sabbath. Então, sonoricamente ele estava ciente que se você colocar coisas demais numa faixa ela começa a ficar menor ao invés de maior. Isso parece estranho, mas é verdade. Assim, o que você consegue distanciando as coisas é fazer tudo se destacar ainda mais. O som de bateria aumenta, as guitarras soam maiores, tudo soa maior porque podem ganhar seu próprio espaço. Isso funcionou inacreditavelmente bem para nós em ‘British Steel’. Não existe outro disco que soe como ele, nesse sentido, no catálogo da banda.”

Um ponto-chave para esta renovação da musicalidade pela simplicidade foi a troca do técnico baterista Les Binks para o objetivo e preciso Dave Holland.

O baixista Ian Hill chamou a atenção para esse fato numa entrevista ao site Ultimate Classic Rock:

“Quando você tem duas guitarras distorcidas, o que acontece por baixo precisa ser comparativamente simples, para deixar as guitarras respirarem. Se estivéssemos tocando padrões de bateria e linhas de bateria complicados, parte disso teria se perdido. “

O tempo mostraria que o direcionamento escolhido foi o correto, afinal “British Steel” (1980) foi o disco responsável por popularizar o nome do Judas Priest no mercado norte-americano.

Principalmente pelas músicas “Living After Midnight”“Breaking the Law” (com seu refrão forte e certeiro, guitarras poderosas e curta duração), que foram dois singles de sucesso na terra do Tio Sam.

O vocalista Rob Harlford anos mais tarde diria que, mesmo nada sendo planejado, tudo parecia sincronizado (a explosão da NWOBHM, o começo do fenômeno dos videoclipes e essas duas composições certeiras para o mercado norte-americano) e que se não fosse assim “as coisas poderiam ter tomado um rumo bem diferente”.

Judas Priest - British-Steel (1980) band
KK Downing, Ian Hill, Rob Halford, Dave Holland e Glenn Tipton of Judas Priest em Londres em fevereiro de 1980.

AS GRAVAÇÕES DE “BRITISH STEEL”

Entre janeiro e fevereiro de 1980, o Judas Priest começou a trabalhar no sucessor de “Killing Machine”. Após definirem a esolha por Tom Allom para a produção partiram para o estúdio.

O disco “British Steel” foi gravado no Starling Studios, que fica na mansão de Ringo Starr, em Ascot, na Inglaterra, ao longo de um mês, acompanhados do engenheiro Louis Austin e de Allom.

A produção merece menção por seu trabalho além dos vocais bem equalizados e a instrumentação bem timbrada. Os efeitos que ele criou são imprescindíveis para o álbum.

Para Rob Halford, se eles “tivessem seis meses para mixar e produzir [o disco], ele sairia completamente diferente”.

O vocalista ainda chama a atenção para o prazo apertado que tinham para finalizar o trabalho, o que imprimiu em todas as faixas um senso de urgência que só injetou adrenalina e vibração ao disco!

O estúdio situado no porão da mansão foi construído por John Lennon, quando ele ainda era o dono da propriedade, antes de vendê-la para Ringo Starr.

Ringo Starr, à época morando na França, deixou uma lista de recomendações para os inquilinos que foi pronta e totalmente desobedecida.

Logo após começarem o trabalho, os músicos sentiam que o estúdio era muito pequeno e claustrofóbico. Isso os motivou a explorar a residência em busca de sonoridades diferentes.

Não só isso, usaram os cômodos da mansão para registrar as músicas. Cada integrante usou um cômodo diferente para gravar seu instrumento.

Não deixaram nem a cozinha e os banheiros de fora.

Caixas com talheres foram usadas para criar efeitos, assim como garrafas de leite sendo quebradas, lâmpadas estourando dentro do forno micro-ondas e portas sendo batidas.

Com isso, conseguiram criar uma sonoridade única que exala um clima urbano e industrial, das metalúrgicas e fábricas britânicas, também muito bem resumido do título e na capa do disco.

A masterização foi feita nos Estados Unidos e existe uma história interessante sobre isso.

Antes do lançamento do disco, a assessoria de imprensa divulgou que as master tapes haviam sido roubadas no estúdio em Nova York, com um pedido de resgate de cinquenta mil dólares.

A banda só soube do fato pelos jornais e ficou furiosa com a assessoria de imprensa, pois parecia ser uma estratégia de marketing que não se adequava à proposta.

“BRITISH STEEL”: REDEFININDO O HEAVY METAL PARA OS ANOS 1980

Lançado em abril de 1980, “British Steel” era um dos discos mais relevantes daquele período.

A banda chegou para gravar o disco apenas com uma parte das composições prontas, o que foi bom pro resultado final do disco, afinal, puderam experimentar junto ao produtor enquanto compunham.

Desta forma, saiu a primeira parceria do trio K. K. Downing, Glenn Tipton e Rob Halford. Todos estavam envolvidos num mesmo objetivo: transformar o Judas Priest num sucesso nos Estados Unidos.

Judas Priest British Steel
Judas Priest – “British Steel” (1980, Columbia)

Até por isso, se comparado aos discos anteriores, “British Steel” é muito comercial.

“United” (que parecia um hino de torcida de futebol da Inglaterra) e “Living After Midnight”, por exemplo, eram altamente radiofônicas, simples, mas extremamente cativantes.

Aliás, “Living After Midnight”, numa clara busca pela sonoridade pegajosa e cativante do AC/DC, foi o tiro certo de “British Steel” para abrir o mercado norte-americano.

Outro grande hit do disco é “Breaking the Law”, aliás esse é primeiro hit mundial da banda.

E através desta composição, o Judas Priest ensinou que dava pra ser heavy metal e comercial simultaneamente, sem perder a qualidade, com um riff poderoso em escala menor e um refrão direto.

“Nós sempre reconhecemos a importância das músicas mais comerciais. Elas nos colocam para tocar no rádio e levam a banda a um público que de outra forma jamais iria nos ouvir”, declarou Ian Hill sobre o apelo comercial de certas músicas do Judas Priest.

Porém, mesmo com “The Rage” tendo uma abertura estranha para uma banda como o Judas Priest (uma linha de baixo de reggae), faixas como “Rapid Fire” (a declarada faixa favorita de Rob Halford), “Steeler” (rápida, ousada e barulhenta),“Metal Gods” (a faixa que definiria a banda) e “Grinder” mostravam que a alma heavy metal estava plenamente impressa.

Aliás, “Rapid Fire” e “Steeler” antecipavam ideias que seriam usadas largamente pelas bandas de thrash metal dali a poucos anos.

Esse apelo comercial ajudo-os a figurar em programas de televisão da época, como o Top of the Pops e para que, em 1989, “British Steel” atingisse a marca de um milhão de cópias vendidas.

Um fator importante para esse sucesso e também para criar a imagem do Judas Priest foram os videoclipes.

O video de “Living After Midnight” foi gravado numa performance ao vivo da banda no Sheffield’s City Hall, já do “Breaking the Law” trazia uma produção mais trabalhada e se tornou um dos mais vistos clipes de heavy metal. 

Estes videos foram determinantes para criar a imagética do Judas Priest dentro da cultura pop, principalmente após o advento da MTv.

O disco cravou a 34º posição nos charts americanos e a 4º nas paradas britânicas e foi extremamente influente no heavy metal oitentista. Sobre esse aspecto o baixista Ian Hill declarou:

“Acho que nós atingimos o topo na hora certa. É muito gratificante quando alguém chega em você e diz que foi influenciado pelo seu trabalho”.

Ou seja, o apelo comercial que misturava peso e faixas mais acessíveis deu certo.

E como bem nos disse Rob Halford: “depois de ‘British Steel’ o Priest se tornou a maior banda de heavy metal no mundo”!

A ESCOLHA DO TÍTULO E A ARTE DE CAPA

A ideia do título é comumente atribuída a Rob Halford, cujo pai era um operário das fábricas britânicas.

A inspiração teria vindo após ele ver uma lâmina com o nome “Shefffield Steel” nela.

Porém, outras fontes citam Ian Hill como o criador do título.

A única certeza é a de que K. K. Downing queria que o disco se chamasse “Sermons For the Teenage Rebel”. Ideia logo rechaçada.

A arte de capa inicialmente gerou controvérsias e foi desenvolvida pelo artista Roslav Szaybo a pedido da CBS, junto com o fotógrafo Bob Elsdale.

A dupla já havia trabalhado junto na arte de capa do álbum anterior do Judas Priest, e a mão que aparece na foto estampada em “British Steel” é do próprio Roslav Szaybo.

“Fizemos uma lâmina superdimensionada com o título do álbum e o logotipo do Priest impressos em uma tela recortada de alumínio. Não havia Photoshop naquela época, então tudo era fotografado de verdade”, revelou anos mais tarde Elsdale.

Uma curiosidade interessante é que a lâmina original feita para a capa do disco ficou pendurada na parede do estúdio de Elsdale por muitos anos. Mas um dia simplesmente desapareceu de lá!

Inicialmente, era para ter sangue saindo dos dedos na capa, mas alguns países acharam essa abordagem ofensiva e contatavam a gravadora pedindo para que a capa fosse retocada.

Desta forma, a mão que segura a lâmina na versão oficial do album já não estava mais com os dedos cortados e sangrando.

Judas Priest - British Steel tour

A TURNÊ

A turnê começou antes do lançamento do disco e a banda de abertura no primeiro momento foi o Iron Maiden na Inglatera, e nos Estados Unidos Scorpions e Def Leppard.

O repertório dos shows, num primeiro momento, incluíam clássicos do passado como “Hell Bent For Leather”, “Beyond the Realms of Death”, “Victim of Changes”, “Starreaker” “Take on the Wolrd” ao lado de apenas duas novas composições.

A surpresa era a saída de “Exciter” dos shows, que gerou especulações sobre a capacidade de Dave Holland em tocá-la ao vivo. Tipton o defendeu na revista Sounds dizendo que se ele tocava “Rapid Fire” certamente era capaz de tocar “Exciter”, e que esse não era o motivo para a tirarem dos shows.

Na verdade, a banda ainda trabalhava o repertório do disco ao vivo, incluindo apenas “Grinder” “Steeler” de “British Steel”.

Segundo Tipton eles não haviam feito uma turnê britânica para “Unleashed in the East” e então decidiram fazer uma turnê final tocando material daquele disco ao vivo.

Existe uma história interessante sobre a turnê desse disco, quando Rob Halford resolveu usar uma metralhadora no fim da performance de “Genocide” para impactar o público:

“Era uma verdadeira metralhadora cheia de balas de festin. Sim, e tive essa ideia, no final de ‘Genocide’. Eu pegava a metralhadora (risos) e atirava na multidão. E todos pensaram ‘Você está louco?’

“Na verdade, pegamos uma metralhadora de verdade e um cara nos acompanhou na turnê (para verificar e carregar). Era uma metralhadora completa, uma coisa do tipo John Dillinger.

“Há uma foto muito famosa minha com aquela metralhadora. Estavam filmando e você pode ver as cápsulas saindo, a fumaça e outras coisas. Lembro-me de fazer isso no Palladium em Nova York e foi constrangedor porque não funcionou.”

Judas Priest - British Steel - Rob Halford Machine Gun
Rob Halford resolveu usar uma metralhadora com balas de festim no fim da performance de “Genocide”.

O Judas Priest embarcaria para uma turnê norte-americana de junho a agosto de 1980 movido pelos sucessos dos singles de “Breaking the Law” “Living After Midnight”, e com diversas datas sold out.

Ao seu lado na América estavam nomes como Def Leppard, Scorpions, Sammy Hagar, April Wine e Shooting Star.

Após a cansativa turnê norte-americana, eles foram direto para a histórica primeira edição do Monsters of Rock, ao lado de Rainbow, Scorpions, Saxon, Riot, Touch e April Wine.

show aconteceu no Donington Park, em Leicestershire, na Inglaterra, no dia 16 de agosto de 1980 e, segundo Glenn Tipton, esse “foi um dos mais importantes shows que o Priest já fez na Europa”.

O mês de agosto ainda lhes traria mais um show na Alemanha, mas logo era hora de aproveitar a boa fase e pensar no próximo disco.

DEPOIS DE “BRITISH STEEL”

Imparável, o Judas Priest entraria em estúdio ainda naquele ano para gravar “Point of Entry”, com capas diferentes para os mercados europeu e norte-americano e um repertório heterogêneo.

O que não impediu que passassem todo o ano de 1981 na estrada até entrarem em estúdio novamente, ao lado de Tom Allon, para produzir “Screaming For Vengeance”.

Nele o Judas Priest resumiria o puro heavy metal, fazendo a banda ser respeitada como um dos símbolos máximos do estilo, numa época em que isso significava quase ter superpoderes.

Mas isso é assunto para outro artigo!

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1 comentário em “JUDAS PRIEST – “British Steel” (1980) | Clássico da Música”

  1. Judas Priest é uma das minhas melhores bandas!!!! Ajudou a influenciar mais e mais o mundo heavy metal e a quebrar tabus em termos de tudo!!!! Black Sabbath, Judas Priest e Dio foram os caras que inventaram o Heavy metal praticamente…roupas de coro, preta e suas letras temáticas ajudaram a proporcionar muita coisa boa no Metal!!!! valeu

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