Judas Priest – “Sad Wings of Destiny” | Você Devia Ouvir Isto

 

Dia Indicado para ouvir: Terça-Feira.

Hora do dia indicada para ouvir: Sete da Noite.

Definição em um poucas palavras: Adulto, Grudento, Guitarra, Pesado, Rock Inglês, Som de Macho, Urbano.

Estilo do Artista: Heavy Metal.

Judas Priest Sad Wing Of Destiny
JUDAS PRIEST: “Sad Wings of Destiny” (1976, Gull)

Comentário Geral: O Judas Priest foi a primeira banda do heavy metal setentista a catalisar todos os melhores ingredientes do heavy rock inglês numa imagética que basicamente criou o que entenderíamos como cultura heavy metal. Tanto pela identidade visual quanto pela força de sua música.

Colocaram velocidade nas guitarras melódicas e eletrizantes, agora em dupla; imprimiram uma dramaticidade cáustica nos vocais, tudo desenhado numa estrutura mais cerebral e menos instintiva, encaixando riffs, refrãos precisos e dinâmica envolvente.

E com isso criaram o modelo a ser explorado pelos adeptos do estilo criado pouco tempo antes pelos conterrâneos do Black Sabbath. (como vimos neste texto)

Todo esse legado começa aqui, em “Sad Wings of Destiny”, segundo disco da banda lançado em 1976.

“Rocka Rolla”, álbum anterior, o primeiro da banda lançado em 1974, tinha uma produção magra, que não explorou o potencial daquelas composições.

Até por isso, este segundo álbum é sempre lembrado como o efetivo pontapé inicial do legado musical do Judas Priest, responsável por ser o primeiro passo na unificação e amplificação do espectro do heavy metal naqueles primeiros dias.

Também oriunda de Birmingham, é fato que o Judas Priest ainda estava buscando sua identidade neste disco, que seria definitivamente lapidada em “Stained Class” (1978).

Em comparação com o Judas Priest, seus conterrâneos do Black Sabbath eram relativamente minimalistas. O quinteto liderado pelas dinâmicas e técnicas trocas das guitarras de KK Downing e Glenn Tipton, criando linhas incisivas, buscava muitas progressões harmônicas do hard rock e até certa lisergia progressiva, com mudanças de andamentos constantes, quebras de tempo, e ousadas harmonias.

“Sad Wings of Destiny” traz temas mais profundos, com conceitos baseados em Sun Tzu, Shakespeare e política, em versos que beiravam a ingenuidade em forma, é fato, mas serviram para injetar no metal um espírito confrontador.

Mensagem impressa pelos vocais dinâmicos e impactantes de Rob Halford, capaz de ir dos histrionismos de Ian Gillan, à malícia e força de Robert Plant, derramando agressividade e técnica na estética proto-metal de meados dos anos 1970.

Mas ainda assim era um Judas Priest não modernizado como veríamos anos adiante!

Indo da psicodelia intimista de “Dream Deceiver” ao lirismo glam/heavy rock de “Epitaph” (misturando eruditismo com belas harmonias vocais), passando pelo potencial do peso e da estética heavy metal que viria na próxima década impresso em clássicos como “The Ripper” “Victim of Changes”, fica claro que “Sad Wings of Destiny” é uma experimentação de peso e agressividade nos primórdios do heavy metal.

“Victim of Changes” é um caso à parte. Simplesmente uma das cinco melhores músicas de toda a discografia do Judas Priest. Suas guitarras abafadas foram uma das inspirações do thrash metal, enquanto seus intervalos nos versos remetem aos desdobramentos do blues. Ainda temos andamentos sincopados e efeitos de space rock, e, pra fechar, um andamento quase etéreo.

Essa composição é a junção de outras duas faixas:  “Whiskey Woman”, escrita pelo primeiro vocalista do grupo, Al Atkins, e “Red Light Lady”, escrita por Rob Halford. As duas foram mescladas e rearranjadas pelos guitarristas K.K. Downing e Glenn Tipton.

Os tons sombrios e levemente progressivos de “Prelude” aclimatam o ouvinte para o heavy metal cortante de “Tyrant”, com seu ritmo cavalgado e linhas de guitarra cortantes que só não soam mais pesados devido à produção amaciada em voga na época.

Ainda assim é interessante observar como alguns andamentos soam brutais e poderosos mesmo com esta produção, como nas harmonias vocais e de guitarras de “Island of Domination”.

E nessa faixa, em especial, fica a sensação que os produtores ainda não tinham a técnica certa para trabalhar esse tipo de sonoridade.

“Island of Domination” consegue soar melódica e pujante nas várias mudanças de andamentos típicas do heavy rock setentista, mostrando como o baixista Ian Hill possuía um timbre encorpado para dobrar as guitarras nos versos e fechar as lacunas nos solos.

Já “Genocide” se apresenta mais cadenciada, e com as guitarras dialogando com os vocais, enquanto “Deceiver” anunciava a identidade que marcaria o futuro da banda e seria a base para o que chamaríamos de heavy metal clássico.

Mas não há como negar que com “Sad Wings of Destiny” o Judas Priest tirou o heavy metal de suas amarras no hard rock, e que este é um dos discos indispensáveis de suas discografia.

Obrigatório, para entender a história do heavy metal! Ou seja… VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!

Ano: 1976

Top 3: “Victim of Changes”, “The Ripper” e “Island of Domination”

Formação: Glenn Tipton (guitarra), Ian Hill (baixo), K. K. Downing (guitarra), Rob Halford (vocal), e Alan Moore (bateria).

Disco Pai: Black Sabbath – “Paranoid” (1970)

Disco Irmão: Scorpions – “Virgin Killer” (1976)

Disco Filho: Slayer – “South of Heaven” (1988)

Curiosidades: Dave Musaine, líder do Megadeth, declarou que “Sad Wings of Destiny” foi o primeiro disco a ter alguma influência sobre ele. Além disso, a edição nacional do LP trouxe os lados trocados no vinil em relação às edições americana e inglesa. 

Pra quem gosta de: Jeans & Couro, colete com patchesmetal clássico, garage days e cerveja gelada.

https://youtu.be/UbMFhI_GSFs

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