Riot V – Resenha de “Armor of Light” (2018)

 

Riot V Armor of Light Speed Metal Shinigami Records
Riot V: “Armor of Light” (2018, Shinigami Records, Nuclear Blast)

Apesar de “Rock City” (1977), “Narita” (1979), e “Fire Down Under” (1981), a trinca inicial da fase clássica do Riot, ter estabelecido a base da sonoridade da banda americana fundada e liderada pelo saudoso guitarrista Mark Reale, geralmente, o primeiro disco que nos vem à mente quando se fala em Riot é “Thundersteel” (1988), que foi marcante na década de 1980.

E claramente desse legado que nasce o Riot V, que nos mostra em “Armor of Light” um power/speed metal tradicional à moda norte-americana, sem firulas e de peso concentrado na fórmula construída por vocais cheios de alma, riffs harmônicos, além de velocidade e intensidade.

E isso tudo já aparece em Victory, faixa de abertura poderosa, marcando terreno com “unhas e dentes”, ou melhor, com solos intercalados, riffs trincados e melodias dobradas em profusão.

Nesse sentido, Riot e Riot V se confundem e se completam em “Armor of Light”, segundo disco após a morte de Mark Reale, que representaria a quinta fase do Riot e, até por isso, os integrantes decidiram adicionar o V ao nome da banda.

Só para situar o leitor, é possível dividir as fases do Riot pelos vocalistas marcantes de sua história, partindo de Guy Speranza (1975-1981), passando por Rhett Forrester (1981-1986) e Tony Moore (que esteve na banda em três ocasiões: 1986-1992, 2008-2009, 2010-2013), até Mike DiMeo (1992-2004).

A quinta fase teria começado com a entrada de Todd Michael Hall, em 2013, que possui um timbre  muito parecido com o de Tony Moore, a voz do clássico “Thundersteel” (1988).

Até por isso, é natural que “Armor of Light” soe como uma versão oxigenada da abordagem clássica oitentista, bem encaixada ao heavy metal moderno (ouça a potente “Messiah”e as melódicas “Burn the Daylight” “San Antonio” ).

Ao contrário do que possa parecer, não há oportunismo nesta conduta, afinal, Don Van Stavern, baixista, e Mike Flyntz, guitarrista, estão na banda desde 1986 e 1989, respectivamente, e Frank Gilchriest, baterista, também é um velho conhecido desta formação. Completando o time, temos Nick Lee na outra guitarra.

Isso posto, o fato das composições de “Armor of Light” crescerem à partir das raízes do Riot, mais especificamente como uma fusão, ao calor da modernidade (muito pela produção de Chris “The Wizard” Collier ), de “Fire Down Under” (1981) e “Thundersteel” (1988) é apenas parte do seu poder de cativar.

Em mesma medida está a personalidade que diferencia o Riot V da simples repetição dos padrões antigos, uma personalidade que se eleva dos cantos dos arranjos, com mais força, ímpeto e velocidade, além de agressividade técnica, sem esquecer dos refrãos marcantes e das melodias bem encaixadas.

O destaque máximo de  “Armor of Light” vai para as faixas Angel’s Thunder, Devil’s Reign e “Set the World Alight” (cadenciada e melódica) com suas formas diferentes de explorar vocais instigantes, guitarras melódicas desenhadas sobre os cânones do gênero, e o todo extasiante dentro da estética norte-americana do heavy metal.

Você pode até acusar a banda de ser repetitiva em certos momentos, mas nunca de preguiçosa. Aqui a passividade jamais será um mérito, mas a consciência da música que querem praticar sim! Inclusive, se você é fã do power metal e do heavy metal melódico dos anos 1990, acredito que vai curtir muito  “Armor of Light”.

No repertório ainda temos ótimas faixas como “End of the World” (um metalzão empolgante, de refrão irresistível), “Heart of a Lion” (vertiginosa), “Armor of Light” (mais épica e com passagens interessantes) e “Raining Fire” (pesada e melódica).

A versão nacional, a cargo da Shinigami Records, ainda nos apresenta em  “Armor of Light”, décimo sexto disco do Riot, uma “releitura” para o clássico “Thundersteel”, uma das duas faixas bônus que junto ao CD bônus ao vivo com 13 músicas gravadas no festival alemão Keep It True de 2015, formam um conjunto irresistível e definitivo deste disco. 

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