Hot Breath – Resenha de “Hot Breath” (2019)

 

Hot Breath - Hot Breath (2019, Hellion Records, The Sign Records)
Hot Breath – “Hot Breath” (2019, Hellion Records, The Sign Records)

Uma das bandas mais interessantes surgidas na efervescente cena sueca do vintage rock certamente foi o Honeymoon Disease, com destaque a seu segundo disco “Part Human, Mostly Beast”lançado em 2017.

Digo isso pois a expectativa de ouvir o que o Hot Breath tinha a oferecer ficou maior após saber que dois de seus integrantes estavam no Honeymoon Disease e com participação ativa na concepção dos seus dois ótimos discos: a guitarrista e vocalista Jennifer Israelsson e o baterista Jimi Karlsson.

A dupla se juntou a músicos conhecidos da cena sueca como Anton Frick Kallmin, do Hypnos, e Karl Edfeldt, do Grand, e em outubro de 2018 já trabalhavam neste que é seu primeiro EP, lançado em 2019, e contendo seis amostras do poder de fogo do quarteto (material recentemente lançado no Brasil via Hellion Records).

Podemos dizer que o Hot Breath  pratica um rock n’ roll puro, simples e eficiente, sustentado por guitarras e encarnado de um instinto rebelde advindo das referências clássicas dos anos 1960 e 1970.

Porém, esqueça as comuns emulações de Thin Lizzy, Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple. Aqui, eles buscam as possibilidades de groove que o blues acelerado oferece ao rock, como fizeram Chuck Berry, AC/DC e Status Quo, mescladas à energia cativante do Sweet e à determinação feminina de bandas como The Runaways e Joan Jett and the Blackhearts.

Adicione algumas doses de proto-punk à lá Stooges, backing vocals bem encaixados e uma timbragem orgânica e crua. Esqueça a psicodelia e os climas de teclados, pois apesar de existirem eles são bem discretos (todos à cargo de Axel Söderberg, do Horisont).

“Still Not Dead”, abertura certeira, entrega as ditas influências de AC/DC e Status Quo de saída, enquanto “1000 Miles” lembra uma fusão de Stooges com Sweet pela truculência proto-punk sobreposta a melodias envolventes, mesmo que imperativas, além das ótimas linhas de baixo e do refrão grudento.

Por falar em linhas de baixo, “Slight Air” se destaca por elas, mas não só, da mesma forma que em “What You Read”, uma música mais sisuda e também com a pegada proto-punk, a bateria brilha por não somente sustentar as harmonias, mas por se tornar parte dos arranjos.

Admito a inexistência de originalidade da proposta, mesmo porque tudo aqui me parece uma continuidade do que a dupla Jennifer Israelsson\Jimi Karlsson fazia no Honeymoon Disease, em especial no primeiro trabalho, “The Transcendence” (2015). Entretanto, eles compensam a falta de originalidade com muita vontade.

E se você gosta de um rock cheio de energia, sustentado por uma cozinha pulsante, saturado de solos e riffs que funcionam perfeitamente em sua simplicidade e um vocal feminino forte, “Maniac” “Got It All”, as melhores faixas por aqui, certamente irão te acertar em cheio, pelo sentimento crú e as harmonias rebeldes, mas bem trabalhadas.

Por fim, chama a atenção o excelente trabalho em estúdio feito por Jamie Elton (ex-Amulet) e Hans Olsson durante o ano de 2019, deixando toda essa festa rock n’ roll ainda mais enérgica e sem nenhum aspecto datado.

Rock n’ roll com doses cavalares de adrenalina e rebeldia juvenil!

FAIXAS:

1. Still Not Dead
2. Maniac
3. 1000 Miles
4. Got It All
5. Slight Air
6. What You Read

FORMAÇÃO:

Jennifer Israelsson – Vocals and Guitar
Karl Edfeldt – Guitar
Anton Frick Kallmin – Bas
Jimmy Karlsson – Drums

vy  

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