Grand Magus – Resenha “The Hunt” (2012)

 

Grand Magus - The Hunt
Grand Magus – “The Hunt” (2012, Nuclear Blast | 2020, Shinigami Records – relançamento)

Antes do amadurecimento de sua sonoridade, em discos como “Sword Songs” (2016)“Wolf God” (2019), o Grand Magus já dava mostras de que tinha muita a oferecer ao heavy rock atual. E uma prova disso foi registrada em “The Hunt”, que àquela altura já era seu sexto álbum de estúdio.

Original de Estocolmo, na Suécia, o trio transita por diversas abordagens do heavy metal e do rock, indo do classicismo de nomes como Dio, Judas Priest, Iron Maiden, Rainbow e Black Sabbath, até o legado viking de Warlord e Bathory.

Em “The Hunt”, JB Christofferson (vocal/guitarra), Mats “Fox” Skinner (baixo) e Ludwig (bateria) já haviam forjado à ferro e fogo sua identidade através de riffs com marca própria e usava com equilíbrio perfeito as melodias fortes e sinuosas do stoner rock/metal.

Esse disco tinha a responsabilidade de suceder “Hammer Of The North”, de 2010,  álbum que mudou o Grand Magus de patamar, chamando a atenção de público e mídia especializada, sendo referenciado por muitos destas como o melhor disco da carreira da banda até então.

Para essa árdua missão escolheram olhar para as referências setentistas de seu DNA musical e forjaram um disco de stoner rock/metal que poderia ser encarado como um manual prático do segmento, seja pelo instrumental ou pela interpretação das linhas vocais.

Ou seja, em “The Hunt” o Grand Magus é aquela típica banda pra quem curte o rock pesado dos anos 1970, com melodias e arranjos que remetem não só aos usuais Black Sabbath e Deep Purple, mas também ao  Budgie e Motorhead, power trios clássicos da história do rock que tomaram aquela década dourada de assalto.

As faixas vão, no geral, do stoner ao heavy metal tradicional, passando pelo classic rock enquanto desenrolam uma temática mitológica escandinava , gerando momentos marcantes: “Starlight Slaughter”, por exemplo, é uma ode ao rock setentista, com abertura típica, o groove caraterístico daquela era (lembrando até algo da simplicidade eficiente do Kiss), além de solo e linhas vocais inspirados. 

Outra com essa pegada, só que um pouco mais melódica, é a faixa-título, com um excelente trabalho de guitarras!

Mas não só essa se destaca!

Pode anotar aí: “Draksaad” (uma das melhores músicas da banda), a sabática “Sword of the Ocean” (com um refrão marcante), “Silver Moon” (com um ótimo solo), “Iron Hand”, esta última lembrando nomes como Spiritual Beggars, Terra Firma e Nebula, assim como “Storm King”, outro destaque do álbum, onde alguns vocais nos lembram o Candlemass da fase “Ancient Dreams”.

Aliás, os vocais são tão cativantes e as linhas tão marcantes que é difícil, ao terminar a audição do álbum, não sair cantarolando alguma melodia do disco.

Todavia, a melhor de todas as composições é, sem dúvidas, a épica “Sons of the Last Breath”, com seu arranjo ao violão e cordas, além de um vocal que remete a uma balada barda saída das noites em florestas escandinavas, sendo o respiro do repertório em sua maioria rápido, pesado, poderoso e épico.

Além disso, essa composição nos mostra um passo rumo a evolução que veríamos mais adiante em sua discografia. Sendo justo, todo o disco mostra músicos mais preocupados em amadurecer como compositores, lapidando a capacidade de ser coeso e renovado sem mudar sua essência.

Por isso tudo, “The Hunt” é indicado pra quem gosta de heavy rock sem nem um elemento pop que estrague a receita ou firulas desnecessárias.

A relançamento para o mercado nacional ainda traz três faixas bônus em versão demo que me permitiram certificar que a produção realmente poderia ter sido melhor nesse disco.

Mesmo prezando pela organicidade, o trabalho de estúdio capitaneado por Nico Elgstrand, conhecido pela produção de discos do Entombed, poderia ter potencializado ainda mais a sonoridade da banda, e o resultado final, um tanto magro, não soa muito diferente do que ouvimos nas versões demo.

Mesmo assim, se você é fã de rock pesado, pode ir atrás desse disco sem medo. Aproveite que a Shinigami Records acaba de nos oferecer mais esse capítulo imperdível da obra do Grand Magus!

Só não julgue o disco pela capa duvidosa!

TRACK LIST

1. Starlight Slaughter
2. Sword Of The Ocean
3. Valhalla Rising
4. Storm King
5. Silver Moon
6. The Hunt
7. Son Of The Last Breath
8. Iron Hand
9. Draksådd
Bonustracks:
10. Silver Moon (Demo version)
11. Storm King (Demo version)
12. Sword Of The Ocean (Demo version)

FORMAÇÃO

JB Christofferson (vocal/guitarra)

Mats “Fox” Skinner (baixo)

Ludwig (bateria)

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *