O death metal é um dos subgêneros mais populares e fascinantes do heavy metal. Hoje queremos falar desta forma brutal de se fazer música e escolher os 70 discos essenciais do metal da morte.
Death metal. Um estilo musical que começou no underground e chegou a ganhar o mainstream em dado momento se transmutou em tantas formas diferentes que fica até difícil defini-lo atualmente.
Isso porque, o death metal não somente, mas o metal extremo como um todo, está além da musica em si. Mesmo as bandas que não possuem um som altamente brutal tem presença em suas fileiras devido a sua postura ou influência em bandas principais de cada sub-gênero da música extrema, vide o que o Mercyful Fate significa para o black metal.
Seja da obscuridade do satanismo, ao som forte das bombas de uma guerra, ou do misticismo contido nas letras deprimentes das aproximações góticas, o metal extremo é versátil e apaixonante. Assim, com ou sem couros, tachinhas e capas pretas, cruzes invertidas e pentagramas, em nome do bem ou do mal, as bandas que se dedicam ao extremismo metálico estão representando a música na sua forma mais brutal.
O death metal, se valendo de brutalidade em contraste com a harmonia musical, é um nicho do extremismo metálico que conseguiu unir como nunca visto antes de seu advento, mensagens anti-religiosas, literárias, escatológicas, pútridas ou bélicas com trilha sonora perfeita para tais cenários.
Justamente por isso, agora apresentamos onze álbuns relevantes para quem quer conhecer um dos mais intrigantes e instigantes estilos do metal extremo. Guarde o seu preconceito e se introduza na música anti-conformista do death metal.
O que é death metal?
O melhor adjetivo para o death metal é o titulo que um dos seus pilares concedeu ao seu derradeiro álbum de estúdio: “O Som Da Perseverança” (titulo do álbum The Sound Of Perseverance, de 1998, lançado pela banda Death).
Em resumo, poderíamos dizer que o death metal é um subgênero do heavy metal que apresenta guitarras distorcidas e de afinação grave, bateria poderosa, tempos acelerados e vocais guturais. Uma das características mais distintivas do subgênero é seu conteúdo lírico, que frequentemente aborda temas de horror e imagens transgressivas.
Mas o death metal é muito mais do que isso, e encaixa-lo nestes quesitos seria diminuir sua qualidade como expressão artística. Afinal, o death metal tem como foco principal, desde seu advento, explorar temas incômodos, indo alem dos paradigmas pré-estabelecidos pelas convenções. A sonoridade sempre mostrou total indignação aos belos padrões musicais e sociais, sem que isso depreciasse o produto artístico final.
As bandas que mergulhavam no death metal confrontavam a hipocrisia da não abordagem de certos temas pelo senso comum, adjetivando tais elementos como errados, mas que, ironicamente, nos cercavam cotidianamente. Toda esta postura de revolta fica clara nos vocais altamente irados, guitarras dilacerantes e cozinha pulsante, quase sempre em uma velocidade extrema e recheada de brutalidade.
Qual banda inventou o death metal?
Já dedicamos um artigo inteiro para discutir a gênese do death metal, mas é indiscutível que, apesar de ser um estilo moldado com o tempo, a grande mente do death metal foi Chuck Schuldiner, que fundou um dos marcos do estilo em 1983, o Mantas, ao lado do baterista e vocalista Kam Lee, que mais tarde viria a fundar outro importante nome do estilo, o Massacre.
Alteraram o nome da banda para Death em 1984, e fizeram história ao lado de outros precursores, como Possessed, Hellhammer, que mais tarde viraria o fabuloso Celtic Frost, e o Morbid Angel. Como todo estilo musical, o death metal não começou a partir de um único nome e muito menos possui uma data de nascimento.
Foi uma revolução musical de jovens cheios de energia que queriam uma música mais pesada em todos os sentidos, tendo o Death transitado livremente dentre as mais diversas variações dentro do gênero, até atingir uma sonoridade sem precedentes, e na sua fase final era o expoente máximo do techincal death metal.
Quais são as principais bandas de death metal da história?
No final da década de oitenta já haviam duas cenas muito fortes, separadas em dois continentes: América do Norte e Europa.
Na América no Norte tínhamos a Flórida, mundialmente conhecida pelos seus furações e pela sua fortíssima cena death metal. Esta cidade nos revelou verdadeiros bastiões do estilo como Obituary, Deicide, Morbid Angel, e Cannibal Corpse, por exemplo, além do próprio Massacre e do Death. O death metal norte-americano ainda tinha algumas bandas clássicas pinçadas em outras cenas pontuais, como a de Nova Iorque (Immolation ) ou da Califórnia (Autopsy).
Na Europa, a qualidade e a quantidade de bandas não deixavam a desejar frente aos norte-americanos. A cena escandinava se destacava fortemente pela originalidade da sua forma, vide as bandas Entombed, Dismember, Carnage, Hypocrisy e Unleashed, que formataram o molde sueco do gênero. A originalidade era tamanha que era possível distinguir as bandas suecas de death metal das demais simplesmente pelo timbre das guitarras.
A cena sueca se destacou pela forma nada ensimesmada com que tratava o death metal, gerando nomes como At The Gates, Dark Tranquility e Desultory, que ajudariam a estabelecer as bases do que viria a se tornar o death metal melódico, ou Gotemburg Sound, energizado por In Flames e Arch Enemy principalmente.
Outra cena européia que trouxe a diversidade como padrão foi a britânica. Variedade, pioneirismo e influência, pra ficar em apenas três adjetivos, formavam a essência do death metal britânico. Pense por um instante na diversidade musical de bandas como Paradise Lost, Anathema, My Dying Bride (o trio de ferro do death/doom metal inglês), Carcass (pioneiro do splatter/goregrind e do death metal melódico), Bolt Thrower, Napalm Death (criadora do grindcore), Benediction, Extreme Noise Terror e o Cancer, pra ficar apenas nas mais clássicas.
Todas estas bandas que ajudaram a conjurar o death metal britânico surgiram combinando a raiva do death metal com o estilo agressivo do crust/punk, tanto inglês da cena UK82, quando das bandas escandinavas de punk/hardcore, e dando um toque mais refinado às harmonias de guitarras herdadas do heavy metal clássico britânico da NWOBHM.
Claro que não poderia deixar de citar a fortíssima cena brasileira de death metal, impulsionada pelo Sepultura em seu primeiro disco de onde, e de onde saíram Torture Squad, Rebaelliun e, principalmente, o Krisiun.
Obviamente existem outras bandas espalhadas pelo mundo, com trabalhos interessantes e que valem a pesquisa do leitor que se interessar por este estilo musical viciante, mas que para um artigo introdutório ao death metal, prefiro deixar de fora, tentado buscar uma amplitude maior de desdobramentos do death metal.
Como o Death Metal se desenvolveu ao longo dos anos?
Com o tempo, o death metal se especializou em tirar do recôncavo da mente humana os desejos mais obscuros e ilícitos. A partir daí, nasceram sub-estilos que se baseavam nos mais diversos assuntos incômodos: necropsia médico-legal, canibalismo, decapitação, e toda inspiração que pudesse ser tirada de filmes de terror classe B.
Desta forma, experimentamos os nojentos versos de bandas como o Cannibal Corpse e o Carcass, esta última que nos apresentou uma das mais fantásticas metamorfoses dentro do estilo. E quando todos achavam que nada mais veloz e brutal que o death metal poderia ser criado, o Napalm Death surgiu para fazer estremecer todas as paredes das casas dos que alardeavam a chegada do ápice do peso no Heavy Metal.
Até por isso, não seria exagero dizer que o death metal é um estilo que esta sempre inovando, sendo uma das ramificações do heavy metal, com mais diversidade dentro de si: temos o brutal death metal (de bandas como Raise Hell, Lock Up, Jungle Rot), o melodic death metal (de Arch Enemy, Children of Bodom e o próprio Carcass), o technical death metal (de Death, Cryptopsy e Nile) e, pasmem, existe até uma fusão de jazz com death metal perpetrada pela banda Virulence em seu álbum “A Conflict Scenario”, uma peça pitoresca da história da música.
Os 70 Melhores Discos de Death Metal da História
Primeiramente, minha lista não busca os cânones do death metal, mas álbuns que considero ótimas mostras da variedade que este estilo tão subestimado pode apresentar. O principal é ouvir cada disco e identificar qual mais caiu em seu apreço pessoal, e assim partir para novas descobertas do mundo da “podreira” musical. Aqui estão os álbuns que mais gosto dentro do estilo. E lembre-se, o melhor das listas é o que não está nelas!
- Celtic Frost – “To Mega Therion” (1985)
- Possessed – “Seven Churches” (1985)
- Death – “Scream Bloody Gore” (1987)
- Napalm Death – “From Enslavement To Obliteration” (1988)
- Morbid Angel – “Altars Of Madness” (1989)
- Pestilence – “Consuming Impulse” (1989)
- Entombed – “Left Hand Path” (1989)
- Terrorizer – “World Downfall” (1989)
- Nocturnus – “The Key” (1990)
- Master – “Master” (1990)
- Paradise Lost – “Lost Paradise” (1990)
- Carnage – “Dark Recollections” (1990)
- Obituary – “Cause Of Death” (1990)
- Napalm Death – “Harmony Corruption” (1990)
- Dismember – ” Like an Ever Flowing Stream” (1991)
- Autopsy – “Mental Funeral” (1991)
- Massacra – “Enjoy the Violence” (1991)
- Unleashed – “Where No Life Dwells” (1991)
- Morgoth – “Cursed” (1991)
- Massacre – “From Beyond” (1991)
- Grave – “Into the Grave” (1991)
- Cancer – “Death Shall Rise” (1991)
- Asphyx – “The Rack” (1991)
- Pungent Stench – “Been Caught Buttering” (1991)
- Atheist – “Unquestionable Presence” (1991)
- Dark Throne – “Soulside Journey” (1991)
- My Dying Bride – “As the Flower Withers” (1992)
- Cadaver – “…In Pains” (1992)
- Gorefest – “Gorefest” (1992)
- Cannibal Corpse – “Tomb of Mutilated” (1992)
- Bolt Thrower – “The IVth Crusade” (1992)
- Deicide – “Legion” (1992)
- Malevolent Creation – “Retribution” (1992)
- Miasma – “Changes” (1992)
- Sinister – “Cross the Styx” (1992)
- Cynic – “Focus” (1993)
- Morbid Angel – “Covenant” (1993)
- Benediction – “Transcend the Rubicon” (1993)
- Necrophobic – “The Nocturnal Silence” (1993)
- Brutality – “Screams of Anguish” (1993)
- Carcass – “Heartwork” (1993)
- Brujeria – “Matando Güeros” (1993)
- Desultory – “Into Eternity” (1993)
- Gorement – “The Ending Quest” (1994)
- Amorphis – “Tales From a Thousand Lakes” (1995)
- Death – “Symbolic” (1995)
- At The Gates – “Slaughter of the Soul” (1995)
- Molested – “Blod-draum” (1995)
- Suffocation – “Pierced From Within” (1995)
- Dark Tranquillity – “The Gallery” (1995)
- Hypocrisy – “Abducted” (1996)
- Cryptopsy – “None So Vile” (1996)
- In Flames – “The Jester Race” (1996)
- Edge of Sanity – “Crimson” (1996)
- Gorguts – “Obscura” (1998)
- Incantation – “Diabolical Conquest” (1998)
- Exhumed – “Gore Metal” (1998)
- Death – “The Sound Of Perseverance” (1998)
- Arch Enemy – “Burning Bridges” (1999)
- Children of Bodom – “Hatebreeder” (1999)
- Immolation – ” Close to a World Below” (2000)
- Krisiun – “Conquerors of Armageddon” (2000)
- Rebaelliun – “Annihilation” (2001)
- Impaled – “Mondo Medicale” (2002)
- Soilwork – “Natural Born Chaos” (2002)
- Bloodbath – “Nightmares Made Flesh” (2004)
- Nile – “Annihilation of the Wicked” (2005)
- Gojira – “From Mars to Sirius” (2005)
- Amon Amarth – “With Oden on Our Side” (2006)
- Septicflesh – “Communion” (2008)
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Uma matéria com 70 álbuns de Death Metal feita por um brasileiro (ou até mesmo um gringo), no qual não é citada bandas como Vulcano, Sarcofago, Genocídio, Headhunter D.C, Sextrash, Mystifier, In Memorian não me parece ser algo normal….
Fora isso, bom conteúdo!
Triste. A Headhunter DC, talvez a melhor banda de death metal da histórias do Brasil fora da lista.
Excelente matéria, vou anotando as bandas que nunca ouvi prá depois procurar e ouvir na minha plataforma streaming. Muitas aí gosto muito como krisiun, Bolt thrower e a preferida Benediction. Valeu!
Parei no 58° e Clandestine dos Entombed?
🤦🏻♂️