Nesta lista separamos 13 bons livros curtos, de diversos estilos, para aqueles momentos em que você quer se divertir com uma boa leitura, mas não esta com a disposição para encarar uma saga épica de 700 páginas.
“Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro”. Djavan há algum tempo já cantava sobre o prazer de se ler um livro em um dia frio, mas se formos analisar a real situação, fora da licença poética musical, não são muitos os livros que podem ser devorados em apenas um dia frio, ou chuvoso.
Tudo bem que esta tese soa relativa pelo fato de que cada individuo lê em uma velocidade particular e assim, alguns podem ler até quinhentas páginas em um dia, enquanto outros não passam de algumas dezenas de páginas viradas no mesmo espaço de tempo. Sendo assim, tentei fazer uma pequena lista de bons livros que podem ser lidos “em apenas uma sentada”, para utilizar um termo popular.
De forma bem simplista, poderíamos categorizar os romances curtos como aqueles com 200 páginas ou menos, as novelas, com 60 a 120 páginas, em média, e os contos girando em torno de 4.000 palavras. Nossos escolhidos estão entre romances curtos e novelas como uma celebração da brevidade na literatura gerando livros que poder ser consumidos de uma só vez.
Estes são 13 ótimos livros para se ler em apenas um dia
Como qualquer lista que se preze, vamos determinar as regras da enumeração.
- Primeiro, não considerei contos para preencher a lista, visto que, este formato já prima pela compactação para ser lida de um fôlego só.
- Segundo, nenhum dos nomes aqui presentes está colocado em uma ordem de preferência ou de qualidade, sendo todos considerados igualmente indicados.
- Terceiro, tentei montar uma lista de livros livre de rótulos e busquei diferentes tipos de histórias, indo de clássicos incontestáveis à obra infanto-juvenis nacionais.
Divirtam-se e encontre um bom lugar para ler estes livros, em dia frio, ou não!
Franz Kafka – “A Metamorfose”
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Impactante, depressivo e alegórico. Três adjetivos que definem rapidamente “A Metamorfose”, um livro que pode ser lido em apenas um dia, mas que precisa de vários dias para ser absorvido e compreendido, além de uma vida para deixar de se impressionar com a história macabra e fantástica Greg Sanza.
“A Metamorfose”, do genial Franz Kafka, é uma fantasia sobre rejeição e preconceito, que foi escrita em doze dias no ano de 1912, demorou três anos para ser publicada e trouxe um alerta aos costumes da sociedade de sua época.
“A Metamorfose” mostrou ainda o desespero humano frente às mudanças repentinas e como não nos damos conta do que realmente nos tornamos, simplesmente nos acostumando sem perceber e entender tal mutação.
Neil Gaiman – “Coraline”
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Saindo do clássico recheado de interpretações sutis e críticas veladas de Franz Kafka para o mundo surreal do terror imaginativo de Neil Gaiman, trazemos o clássico infanto-juvenil “Coraline”, uma trama que já foi adaptada para o cinema e se tornou roteiro de quadrinhos.
Neil Gaiman se firmou como um dos mais versáteis e criativos escritores populares da literatura fantástica moderna, com influências claras de autores renomados no gênero.
Lançado em 2002, “Coraline” representa a evolução da obra do autor e se tornou comparável ao definitivo “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carol. O paralelo entre as obras é evidente.
Ambas se desenrolam em uma realidade paralela mas se diferem pelo fato da obra de Neil Gaiman decorrer com um surrealismo recheado de nuances do terror clássico. Perfeito para o tal dia de chuva cantado pelo Djavan.
José Saramago – “Caim”
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Um pouco mais de atenção à este livro, afinal, o português José Saramago é um dos maiores escritores da história e laureado com o Prêmio Nobel de Literatura. Em um relato irônico e mordaz, ele irá gerar certo incômodo nos leitores mais ortodoxos e principalmente os mais religiosos no delicioso “Caim”.
Isso porque, a obra relata uma versão alternativa de parte do Velho Testamento, onde testemunhamos toda uma disputa entre Deus e Caim; sim o irmão de Abel e filho de Adão e Eva.
Com isso, José Saramago desconcerta seu leitor ao apresentar Deus com uma espécie de detonador do crime de Caim ao não aceitar sua ofertas e, numa visão um pouco mais crítica, o autor coloca Deus como um mentor intelectual do primeiro crime na Terra.
Sempre escrito com letra minúscula, não nos fica claro de qual deus (o ateu) Saramago está se referindo. Mas as evidências são claras e o final de “Caim” é surpreendente.
Jorge Amado – “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”
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Saímos de um Nobel de Literatura, José Saramago, para um imortal da Academia Brasileira de Letras, Jorge Amado, que só não foi laureado com o Nobel, pois morreu antes da nomeação.
Jorge Amado é mais do que um ícone da literatura nacional e esta pequena obra-prima que é “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água” representa o modus vivendi da boêmia baiana de sua época.
Na trama, Joaquim Soares da Cunha era um respeitado pai de família e funcionário exemplar de uma repartição pública, até que resolve largar tudo e cair na esbórnia, se entregando aos prazeres da vida, principalmente à bebida. Nesta sua nova vida ganha a alcunha de Quincas Berro D’Água.
A história de “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água” gira em torno das duas controversas explicações para a sua morte onde a família conta aos amigos uma versão mais nobre dos últimos momentos do boa-vida, enquanto seus amigos de vida noturna divergem com outra versão.
George Orwell – “A Revolução dos Bichos”
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Sem dúvidas, “A Revolução dos Bichos” é uma das maiores críticas alegóricas ao comportamento humano.
George Orwell, o responsável por esta genial obra curta, publicava sob um pseudônimo, e seu nome real era Eric Arthur Blair, fez um pouco de tudo. Foi soldado, livreiro, lavador de pratos, professor e jornalista.
Com “A Revolução dos Bichos” Orwell mostrou como estas experiências políticas e profissionais moldou sua visão do mundo.
Envolta num clima de fábula, a narrativa deste livro é um enrubescedor e desconcertante desenho da transformação ocorrida por quem tem o poder absoluto.
Com isso, “A Revolução dos Bichos” Uma leitura obrigatória para quem ama a liberdade e quer ter uma visão muito clara de como nasce o totalitarismo.
Jay Asher – “Os Treze Porquês”
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A leitura de “Os Treze Porquês” é um tapa de mão espalmada que pega em cheio deixando ainda mais rosadas as maçãs do nosso rosto.
Isso porque Jay Asher criou uma história simples, densa e que faz você pensar e se arrepender de qualquer mentirinha que tenha dito sobre alguém ao longo da sua vida, principalmente durante os cruéis anos da adolescência.
Nas pouco mais de cem páginas de “Os Treze Porquês” somos mergulhados no turbilhão de emoções descrito por treze fitas, praticamente um relato postmortem deixados por uma suicida, de quais eram os treze porquês de sua drástica atitude.
Por isso tudo, “Os Treze Porquês” é uma fábula moderna e juvenil cuja lição final é simples: cuidado com que sai da sua boca e com o que você faz, pois isso pode levar a consequências irreversíveis.
Charles Bukowski – “Pulp”
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O bom e velho Charles Bukowski não podia faltar em nossa lista, não é mesmo?
Um dos maiores, se não o maior, dos escritores denominados malditos, Charles Bukowski traz em “Pulp”, sua última obra, todos os temperos que sempre deram paladar à sua saborosa forma de escrever.
Nestas novela de pouco mais de 150 páginas, Charles Bukowski descreve uma saga no submundo de um detetive de segunda classe na cidade de Los Angeles.
O clima noir criado pelo autor é uma clara homenagem ao que foi chamado de subliteratura policial, mas com sutis reflexões acerca do fim da vida e uma visão extremamente sexy e gostosa – em todos os sentidos – da morte.
Como tudo o que Bukowski escreveu: “Pulp” é uma obra-prima!
Stephen King – “Ascensão”
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A maneira de escrever de Stephen King é única. Suas descrições de lugares e personagens é fabulosa. Mas o mais louvável nas obras dele é a maneira de amarrar todos os elementos de suas tramas, sejam elas de terror ou não.
O fato é que ninguém escreve uma história de terror e suspense como Stephen King, geralmente em romances gigantescos.
Mas Stepehen King também é um brilhantes escritor de contos (como vimos neste artigo) e de novelas, sendo que “Ascensão” é uma das melhores destas. Quando Scott Carey fica doente, velhos amigos e novos vizinhos vêm em socorro.
Você não encontrará a narrativa sangrenta de King aqui em “Ascensão”. Na verdade, esta é uma história bastante delicada sobre amizade e as maneiras como uma comunidade tende a circular em torno de si mesma … com um toque sobrenatural, é claro.
Quer mais um livro de Stephen King para ler em um dia, então vá atrás de “The Colorado Kid”.
Agatha Christie – “O Misterioso Caso de Styles”
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Agatha Christie é um fenômeno no gênero policial e se tornou a romancista mais vendida de todos os tempos, criando alguns mais emblemáticos investigadores da literatura.
Afinal, Hercule Poirot e Miss Marple estão no panteão das mentes dedutivas prodigiosas, junto a Sherlock Holmes, Auguste Dupin, Philip Marlowe e Jules Maigret.
A maioria dos romances de mistério de Agatha Christie é curto e todos merecem uma leitura.
Comece com seu primeiro romance, “O Misterioso Caso de Styles”, que também apresenta o lendário inspetor Hercule Poirot.
Aqui ele resolve um assassinato, Agatha Christie começa sua carreira lendária e o gênero de mistério nunca seria o mesmo.
Hermann Hesse – “Demian”
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Mais um nome laureado com o Nobel de Literatura, Hermann Hesse é um dos maiores escritores de todos os tempos e este “Demian” é considerado por muitos sua maior obra, no mínimo é a primeira das grandes composições do autor.
Eu admiro muito este livro apesar do meu preferido na obra de Hermann Hesse ser “O Jogo das Contas de Vidro”.
Nas páginas de “Demian”, Hesse mostra toda a influência causada por Nietzsche em prol de um tema psicologicamente ameaçador como a fragilidade dos sustentáculos dos valores morais da sociedade e da família.
O alvo de ameaça é o jovem Emil Sinclair que fora criado em uma família que pregava tais frágeis valores e uma vez fora do âmbito familiar percebe que o mundo que não é como na cartilha pregada em por seus pais e avós. Tal percepção é ajustada pelas experiências ao lado de Max Demian.
Marcos Rey – “Um Cadáver Ouve Rádio”
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O que seria dos leitores da minha geração sem a fantástica Coleção Vaga-lume? Muitos de nós fomos iniciados na leitura pelas mirabolantes criações de Marcos Rey, como o histórico e delicioso “O Mistério do Cinco Estrelas”.
Marcos Rey, que era o pseudônimo de Edmundo Nonato é um versátil escritor que ataca nas mais diversas frentes literárias que vão desde os livros infantis como este, aos romances adultos.
Neste “Um Cadáver Ouve Rádio”, que seria uma continuação de “O Mistério do Cinco Estrelas”, ele cria um enredo curioso que mistura armas orientais, loja de pássaros e músicos de forró, para elucidar a misteriosa morte do sanfoneiro Boa-Vida.
Darrell Huff – “Como Mentir com Estatística”
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Este livro além de ser muito divertido, seria uma leitura obrigatória para quem não quer ser enganado pelo uso de dados estatísticos manipulados.
Isso porque “Como Mentir Com Estatística”, de Darrell Huff, livro publicado em 1954, é como um manual ilustrado, extremamente didático, do mau uso da estatística para maquiar dados e influenciar opiniões.
Escrito com um humor perspicaz, “Como Mentir Com Estatística” é uma leitura acessível e agradável, distante dos tecnicismos da matemática que ira te envolver.
Sem falar que a obra de Darrell Huff é indispensável numa época em que somos bombardeados diariamente por gráficos, infográficos e tabelas estatísticas que pretendem provar verdades irrefutáveis.
Willian Beckford – “Vathek, Um Conto Árabe”
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Mais um clássico da literatura que vem para fechar a nossa lista. Diversas vezes, “Vathek, Um Conto Árabe”, de Willlian Beckford, é listada como um dos primeiros livros sobre vampirismo, mas que nos traz muito da vida e costumes dos califas e a forma da vida desta parte do oriente.
A narrativa de “Vathek, Um Conto Árabe” é agitada com fenômenos surreais repletos de entidades sobrenaturais, vampiros, sacrifícios humanos e luzes misteriosas, adocicadas por um clima de 1001 noites.
Nunca é demais lembrar que Willlian Beckford era um dos principais conhecedores da literatura árabe e muitas vezes chocou a sociedade londrina com suas histórias extravagantes. Um livro curto, mas histórico!
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