Candlemass -“Epicus Doomicus Metallicus” | Você Devia Ouvir Isto

 

Mergulhe no mundo do doom metal com o icônico álbum do Candlemass, Epicus Doomicus Metallicus. Descubra por que é considerado uma obra-prima do gênero.

“Epicus Doomicus Metallicus”, primeiro disco do Candlemass é um álbum clássico no mundo do doom metal. Lançado em 1986, é considerado uma obra-prima do gênero e influenciou inúmeras bandas desde então. Vamos dar uma olhada mais de perto no que torna este álbum tão especial e por que ele ainda é relevante hoje. Este disco é nossa indicação de hoje na seção VOCÊ DEVIA OUVIR ISTOcuja proposta você confere nesse link.

Candlemass - Epicus Doomicus Metallicus (1986) Resenha

Definição em um poucas palavras: Épico, sombrio, classudo, arrastado, pesado.

Estilo do Artista: Epic Doom Metal

Comentário Geral:  Este primeiro disco do Candlemass é um marco para o doom metal, um segmento do heavy metal que sustenta harmonias densas numa estrutura rítmica lenta, arrastada, por vezes no limite para executar as dobras melódicas.

As bandas pioneiras do doom metal se inspiraram no que o Black Sabbath fazia para definir no acelerado metal oitentista sua forma de praticar o estilo. Nomes como Saint Vitus, Pentagram, Trouble, Witchfinder General, The Obsessed e Pagan Altar desenvolviam suas composições com riffs de guitarra repetitivos, ásperos e às vezes atonais; vocais limpos e fortes, nuances psicodélicas, peso metálico e atmosfera variando do frio e da tristeza épica ao desespero e a fúria.

Nesse sentido, a banda sueca Candlemass, em meados da década de 1980, mudou o jogo quando trouxe para “Epicus Doomicus Metallicus”, seu primeiro álbum, uma atualização do doom metal pelas vias mais épicas e dramáticas, mesmo que as premissas básica permanecessem as mesmas de antes. O grande segredo do Candlemass era imprimir doses de power metal norte-americano no estilo tradicionalmente lento do doom metal, além de uma carga dramática altíssima, tanto instrumental quanto nas linhas vocais.

“Epicus Doomicus Metallicus” é uma obra-prima do doom metal por vários motivos. Em primeiro lugar, os riffs lentos e pesados ​​do álbum e o som atmosférico e sombrio criam uma sensação de mau presságio e desespero que é central para o gênero. Os temas de morte, desespero e ocultismo do álbum também ressoam profundamente nos fãs de heavy metal e influenciaram inúmeras bandas. Além disso, os valores de produção e musicalidade do álbum são excelentes, com cada instrumento e performance vocal contribuindo para a sensação geral de escuridão e melancolia. Todos esses fatores se combinam para fazer do Epicus Doomicus Metallicus um clássico atemporal do gênero doom metal.

Abaixo você tem ofertas em disco de vinil e em CD do clássico “Epicus Doomicus Metalicus“, da banda Candlemass.

Fundado na Suécia em meados dos anos 1980, o Candlemass sempre teve na figura do baixista Leif Edling, um fã confesso e devotado de Black Sabbath, seu líder musical e intelectual. Ele começou a tocar em bandas aos dezesseis anos no final da década de 1970. O embrião do Candlemass surgiria apenas em 1982, com o nome de Nemesis, um quarteto fortemente inspirado pelas bandas da NWOBHM (principalmente o Angel Witch), e onde Leif também acumulava a posição de vocalista.

O Nemesis chegou a gravar um EP com cinco músicas, intitulado “The Day of Retribution”, que seria lançado em setembro de 1984 pelo selo Fingerprint Records. Algumas daquelas composições seriam inclusive retrabalhadas no futuro pelo próprio Candlemass.

A mudança de nome veio no final de 1984 por causa de uma loja sueca de eletrônicos homônima que ameaçou processá-los se não fizessem tal alteração. Com isso, o Candlemass nascia ainda naquele ano herdando o espólio do Nemesis.

Diferente do Nemesis, o Candlemass nasceu com um conceito, tanto que no ano seguinte eles já estavam finalizando composições como “Demons Gate”, “Crystal Ball”, “Dark Reflections” “Under The Oak”, logo registradas em demo-tapes que eram enviadas para as gravadoras em busca de um contrato.

Deu resultado e eles conseguiram assinar com um selo pequeno, o francês Black Dragon Records, apenas para um disco e com um orçamento pequeno, só dois mil dólares para gravá-lo. Nestas condições nasceu “Epicus Doomicus Metallicus”.

Ao lado de Leif Edling, dos tempos de Nemesis, quando o Candlemass lançou “Epicus Doomicus Metallicus”, em 10 de junho de 1986, estava apenas o baterista Mats Ekström. O trio principal da banda nesta época era completado pelo guitarrista Mats Björkman.

O Candlemass não tinha um vocalista definido. Tanto que a voz de “Epicus Doomicus Metallicus” é de um vocalista convidado. Mesmo que tenha sido Leif a gravar os vocais das demo-tapes, ele tinha a consciência de que aquelas composições precisavam de estilo vocal diferente para extrair todo o potencial delas.

“Epicus Doomicus Metallicus” foi gravado no Thunderload Studio, em Estocolmo, e além do vocalista convidado Johan Längquist, à época na banda Jonah Quizz, trazia também a participação do guitarrista solo Klas Bergwall.

Ambos são peças fundamentais para o resultado final das músicas, pois ajudaram o trio da formação oficial a dar personalidade à sonoridade desenvolvida pelo Candlemass e que fundaria o epic doom metal.

Principalmente por faixas como “Solitude” (com o melhor riff do disco), “Crystall Ball”, “Demon’s Gate” (com bateria poderosa) e “A Sorcerer’s Pledge” que definiam uma forma diferente de praticar o heavy metal, com os olhos no passado do gênero, mas pés fincados na estética própria do minimalismo, da repetição cadenciada e hipnótica e sem qualquer traço de virtuosismo (mesmo que o disco tenha muitas passagens instrumentais longas e solos sensacionais).

Aliado a isso, a produção orgânica, com força e definição nas frequências graves, foi certeira para criar o clima obscuro da musicalidade sustentada por batidas lentas da bateria e guiada pelos riffs monstruosos que duelam com os vocais mais dramáticos da década.

Apesar de toda essa relevância histórica que “Epicus Doomicus Metallicus” tem hoje, de álbum definidor do doom metal moderno, na época ele vendeu pouquíssimo e passou quase despercebido, pois a proposta do disco não casava com a competição de peso e velocidade da época. Algo semelhante ao que aconteceu com o primeiro disco do Trouble, lançado dois anos antes.

Mas tudo mudaria à partir do próximo disco, “Nightfall”, principalmente com a chegada do vocalista Messiah Marcolin que ajudou a estabilizar a formação e se tornou um símbolo do Candlemass. Mas aí é assunto para outro texto.

Aproveite que o selo nacional Hellion Records relançou Epicus Doomicus Metallicus”, em 2021, numa edição exclusiva com mini-poster e slipcase e vá atrás deste clássico, pois, sem dúvidas, você devia ouvir isto!

Ano: 1986

Top 3:  “Solitude”, “Crystal Ball”, “A Sorcerer’s Pledge”.

Formação: Leif Edling (baixo), Mats “Mappe” Björkman (guitarra), Mats Ekström (bateria), Klas Bergwall (guitarra – músico convidado) e Johan Längquist (vocais – músico convidado)

Disco Pai:  Black Sabbath – “Sabbath Bloody Sabbath” (1973)

Disco Irmão: Candlemass – “The Door To Doom” (2019)

Disco Filho: Solitude Aeturnus – “Into the Depths of Sorrow” (1991)

Curiosidades: A faixa “A Sorcerer’s Pledge” conta a participação da vocalista Cillie Svenson, que fez nela a sua única experiência no heavy metal. Já o vocalista Johan Längquist voltaria a gravar um disco com o Candlemass em 2019, o especalular “The Door To Doom”, e por isso citado como o disco irmão de “Epicus Doomicus Metallicus”.

Pra quem gosta de: Histórias épicas, velas, rituais, cruzes, crânios e vinho.

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