RESENHA | ZSK – “Ende Der Welt” (2021)

 

“Ende Der Welt” é o sétimo álbum de estúdio da banda punk alemã ZSK, ligada à cultura oi!/skatepunk e fundada em 1997, na cidade de Göttingen.

ZSK - Ende Der Welt - (2020, Shinigami Records)

Esse disco acabou de ser lançado no Brasil via Shinigami Records, numa aposta corajosa do selo, pois o ZSK é um nome ignorado pela grande maioria dos fãs de rock/metal no Brasil.

Até por isso, para situar o leitor, é bom mencionar algumas passagens biográficas destes alemães.

O nome da banda faz alusão ao polêmico “Zivile Streifenkommando” (ZSK), uma espécie de tropa de choque da polícia de Göttingen e, após a fundação, os primeiros shows foram feitos em centros juvenis ligados politicamente à esquerda, além de squats e eventos de skate.

No currículo eles somaram apresentações ao lado de Dead Kennedys, Social Distorcion, Die Toten Hosen e Bad Religion, até o anúncio da pausa nas atividades em 2007.

O retorno se daria apenas em 2010, com um novo baterista na formação, sendo esse “Ende Der Welt” o terceiro disco do ZSK após essa volta das atividades.

O ZSK canta principalmente em alemão, o que dá um tom ainda mais forte e imperativo às músicas, muito por causa da característica enérgica muito própria do idioma alemão. Apenas uma ou outra música é cantada em inglês, sendo em “Ende Der Welt” apenas a faixa “No Justice”.

No quesito “discurso” o ZSK combate a xenofobia, a violência policial, a injustiça social, o consumismo, e abraça as bandeiras do veganismo e da proteção aos animais.

Musicalmente, o ZSK não oferece nada de novo em “Ende Der Welt”, e essa nem é a proposta da banda. Eles praticam sua música simples e objetiva com energia, honestidade e entrega.

A pegada punk tradicional (lembrando nomes clássicos como Sham 69, Cockney Rejects, Descendents e Cock Sparrer) ao longo dessas doze composições está mesclada a elementos do hardcore melódico,  às pinceladas pontuais de ska e hip hop (como em “Kein Talent”), e aos ganchos melódicos fáceis do pop/punk.

Isto cria uma musicalidade enérgica e envolvente, de fato, lembrando nomes como Anti-Flag, NOFX, Rancid, Bad Religion e Pennywise, tendo como trunfo os grandes e imperativos refrãos, como o de “No Justice”, com as palavras de ordem: “no justice, no peace, no racist police”, talvez o grande destaque do disco junto com a faixa-título.

Pensando bem, sabe qual a grande sacada deste álbum?

A união de simplicidades variadas que levam a um homogêneo e atrativo conjunto de refrãos empolgantes e arranjos envolventes dentro da estética punk, uma fórmula que gera outros destaques as faixas “Die Kids sind okay”, “Mach’s gut” (com um ótima abertura em coro, que se repetirá no refrão, e pegada ska) e “Alle meine Freunde”.

Pra finalizar, destaque também ao ótimo trabalho que até lembrou a estética artística da edição brasileira do espetacular livro “Sobrevivente”, de Chuck Palahniuk.

Curte punk? Pode conferir sem medo!

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