“Living the Dream”, vigésimo quinto disco de estúdio do Uriah Heep, foi o único título cobrado por não estar em nossa lista de Melhores Discos lançados em 2018 (que você pode conferir aqui).
Na verdade, este mais recente disco do Uriah Heep havia entrado em nossa triagem inicial, mas como tínhamos outros títulos que nos emocionaram mais, ele acabou ficando de fora! Costumo dizer que de nomes como Deep Purple, Iron Maiden, Uriah Heep, Metallica e o Judas Priest (inclusive, “Firepower”, que resenhamos aqui, também não entrou em nossa lista) precisam ir além, pois esperamos bem mais deles pelo que já fizeram.
Porém, confesso que “Living the Dream” é um disco que cresceu com as várias audições posteriores e se aquela mesma lista fosse elaborada hoje, certamente eu o colocaria dentre os Melhores Discos de 2018.
E como “Living the Dream” acaba de ser lançado no Brasil, via Hellion Records, esta parece ser a oportunidade perfeita para uma resenha detalhada deste DISCAÇO!
Facilmente o melhor disco do Uriah Heep em pelo menos duas décadas (eu iria além, e ousaria apontar como o melhor desde “Abominog” [1982], mas vamos evitar polêmicas), “Living the Dream” tem a habilidade de caminhar por referências daquele melodic rock oitentista registrado em “Raging Silence” (1989), disco que ajustou a proposta do fraco “Equator” (1985), ao mesmo tempo que olham para as raízes da banda, da época de clássicos atemporais como “Demons and Wizards” (1972) e “The Magician’s Birthday” (1972).
+ Confira nosso texto especial sobre o clássico “Demons and Wizards”, do Uriah Heep, aqui!
Ou seja, o quinteto inglês consegue, no alto de seus cinquenta anos de carreira, conjurar um dos melhores momentos de sua discografia, imprimindo o puro espírito das suas melhores fases por um excelente trabalho de estúdio, moderno, mas orgânico, fruto da produção à cargo do renomado Jay Ruston ( que já trabalhou com The Winery Dogs, Stone Sour, Black Star Riders, e Europe).
Um exemplo disso está em “Grazed By Heaven” que até lembra algo dos discos mais recentes do Uriah Heep, enquanto se divide da vibração classuda do hard n’ heavy britânico, indo da força climática do Deep Purple ao apelo melódico do Iron Maiden, com a eficiência tradicional de sua própria identidade.
Essa variação entre os dois mundos musicais que ofereceram nos anos 1970 e na década seguinte ainda permanece em “Goodbye To Innocence”, “Falling Under Your Spell” e na épica “Rockin in the Road” (um típico fechamento apoteótico do primeiro lado de um vinil).
Já a faixa-título investe na pura classe setentista cadenciada, dramática e épica, com vozes sobrepostas, teclados primorosos, movimentos climáticos bem encaixados e algo que lembra o Rainbow, enquanto “Waters Flowin'” permanece nos anos setenta pela pegada folk.
O melodic rock ainda aparece de forma mais pura em “Take Away My Soul”, com seu espirito AOR, refrão instigante e fácil de grudar na cabeça pela grandiloquência melódica. Essa faixa seria um hit nos anos oitenta!
Mesmo assim, não há como negar que o grande destaque de “Living the Dream” reside em “Knocking At My Door”, mesclando o que de melhor existe nas abordagens anteriores , com destaque absoluto à linha simples, mas cativante, da guitarra de Mick Box.
Aliás, Mick Box está excelente, tanto em composição quanto em performance. Claro que ao longo do tempo houve inúmeras mudanças de integrantes, todavia o guitarrista sempre esteve no comando do Uriah Heep, mantendo a vibração e a relevância da banda.
Sim, ele o único integrante original do Uriah Heep na formação, mas é importante lembrar que Phil Lanzon (versátil o suficiente para caminhar entre as referências setentistas e oitentistas) e Bernie Schaw (cujos vocais se destacam em “Living the Dream” pela força e sentimento) estão na banda há mais de três décadas.
Individualmente, todavia, o grande destaque entre os instrumentistas vai para o baterista Russell Gilbrook, que dá a força e o dinamismo necessários à abordagem musical moderna do Uriah Heep (confira o que ele faz em “Rocks In The Road”), sendo a parcela mais brilhante da seção rítmica concisa.
Dentre as faixas, ainda merecem comentários “It’s All Been Said” e “Dreams Of Yesteryear”. A primeira traz o progressivo com mais proeminência para o jogo do Uriah Heep, remetendo ao passado com climas bem criados. Já a segunda, é o mais próximo que teremos de uma balada em “Living the Dream”, sendo o belo desfecho de um grande disco!
Estas dez composições mostram com uma banda veteraníssima consegue ainda produzir um trabalho com força, energia, e criatividade, sem transpor uma sensação de mais do mesmo, pois soam renovados e cheios de vontade de produzir ao mesmo tempo que reforçam sua identidade.
Pode ir atrás de “Living the Dream”, pois, como já registrei em outro momento, esse é um grande álbum de uma banda clássica!
TRACKLIST:
1 Grazed by Heaven
2 Living the Dream
3 Take Away My Soul
4 Knocking at My Door
5 Rocks in the Road
6 Waters Flowin’
7 It’s All Been Said
8 Goodbye to Innocence
9 Falling Under Your Spell
10 Dreams of Yesteryear
FORMAÇÃO:
Mick Box (guitarra)
Phil Lanzon (teclados)
Bernie Shaw (vocais)
Russell Gilbrook (bateria)
Dave Rimmer(baixo)
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