Confira a proposta desta seção aqui…
Dia Indicado Pra Ouvir: Quinta-Feira;
Hora do dia indicada para ouvir: Sete da Noite;
Definição em um poucas palavras: Guitarra, Retrô, Pesado.
Estilo do Artista: Stoner/Doom Metal.
Comentário Geral: Lançado em junho de 1992, “Manic Frustration” era o quinto disco da banda norte-americana Trouble, responsável por suceder seu trabalho mais consistente e celebrado até hoje, o auto-intitulado de 1990 (que resenhamos aqui).
Aquele quarto disco, era um conjunto de rupturas, à começar por ser lançado pelo selo Def American, já sob a produção de Rick Rubin, mas principalmente pela proposta musical que seria influente na década que se iniciava, muito por causa do amálgama de referências setentistas.
Aquele trabalho era um claro retorno às suas influências de Black Sabbath, pesado na musicalidade orgânica e soturno na aclimatação psicodélica, engrossando o caldo do stoner metal que cada vez mais se destacava no mundo do heavy metal naquele período, uma proposta continuada nesse “Manic Frustation”.
Aliás, em “Manic Frustation” as mudanças do disco anterior foram reforçadas, acelerando ritmos e andamentos, injetando ainda mais psicodelia em sua sonoridade (observação reforçada pela presença da releitura para “Breath”, composição do britânico Donovan, um ícone da psicodelia sessentista), que influenciaria toda uma cena dentro do rock/metal.
“Manic Frustation” tem uma vibração ainda mais setentista que seu predecessor, com referências a Led Zeppelin, Mountain e Black Sabbath, ao mesmo tempo que olha ainda para o passado, em direção ao rock sessentista de nomes como Steppenwolf, Beatles, Blue Cheer e Jimi Hendrix (como na instigante “Come Touch the Sky”). Isso tanto nos riffs e nas timbragens quanto na produção de Rick Rubin.
O próprio vocalista Eric Wagner diria mais tarde que “Manic Frustation” era um trabalho diferente dos demais, mais ainda assim coeso: “nós estávamos numa direção um pouco diferente, mas ainda assim estávamos focados”.
Sobre as referências diferenciadas o vocalista chegou a justificar: “talvez minhas influências naquele momento eram mais leves.. Eu cresci com Beatles e Steppenwolf e isso me impactou”.
De fato, isso pode ser ouvido também em suas linhas, atingindo notas que logo seriam impossíveis de executar ao vivo, enquanto flertava como timbres comuns ao rock alternativo da época.
Em “‘Seuse Me”, por exemplo, ele chega a lembrar vagamente Chris Cornell, nos tempos de Soundgaden, e em “Tragedy Man” ele encarna Robert Plant com personalidade.
Aliás, a sonoridade do disco estava muito contextualizada ao que acontecia com o hard rock naquele início de década.
Se por um lado, a abordagem aproximava-os, a seu modo, do que faziam bandas como Soundgarden, Alice In Chains e Kyuss, ao renovar os aspectos setentistas do rock, por outro a produção era fatalmente contextualizada a esses moldes alternativos.
Isso está bem impresso em bons momentos como “Fear”, “Memory’s Garden” e “Mr. White”.
Mais tarde, no álbum seguinte eles voltariam a injetar ainda mais peso em sua sonoridade, muito pela insatisfação dos principais compositores da banda, Bruce Franklin e Rick Wartell, com o produto final do disco, apesar do trabalho de excelência da dupla nos riffs e nos solos.
É inegável que “Manic Frustation” é o disco mais dimensional e profundo do Trouble, com uma produção aveludada e eletrificada, distante do corpo chapado de antes (até nos trazem uma balada com aspecto mezzo grunge mezzo southern em “Rain”), que causou atrito com os membros da banda.
Sobre essa sonoridade advinda dessa produção, Bruce Franklin chegou a dizer que o resultado final “era coisa de Rick Rubin”, e ainda completa: “Tenho pré-mixagens do ‘Manic Frustration’ que não soam desse jeito”.
Para se ter uma ideia de como a sonoridade era “inofensiva” e afinada ao que se praticava pelas bandas alternativas, a resenha da revista Spin registrou que a faixa “Memory’s Garden” era o single do ano no gênero “fake metal”.
O fato é que “Manic Frustation” trouxe alguma modernidade, alguma polidez que tornou o Trouble, um símbolo do underground, em algo mais acessível.
A insatisfação com o trabalho em estúdio foi tamanho, que este seria o último disco do Trouble pela Def American, muito porque o produtor Rick Rubin, além de todo o exposto, ainda foi acusado pelo guitarrista Bruce Franklin de não estar cem por cento dedicado a produzir a banda, delegando a outros parceiros o trabalho em estúdio, algo que também aconteceriam com o AC/DC, no disco “Ballbreaker”, como vimos nesse artigo.
Todavia, esse julgamento dos músicos não significa que as composições sejam ruins.
Faixas como “The Sleeper” (um stoner rock/metal de manual, cuja fórmula é repetida à exaustão até os dias atuais), a já citada “Tragedy Man” (com boas melodias e peso na medida certa), “Manic Frustration” (com um groove sensacional e guitarras inflamadas), “Hello Strawberry Skies” (outro stoner rock/metal de manual, repetido hoje em dia) e a belíssima “Breath…” (com sua vibe Beatles no seu último terço) avalizam esta nossa opinião.
Ouvindo com atenção, não é exagero dizer que esse “Manic Frustation” é um dos melhores discos do Trouble, principalmente pela criatividade e esmero nos arranjos.
Talvez a forma não seja a mais adequada, mas o conteúdo é brilhante!
Sem dúvidas, VOCÊ DEVIA OUVIR ISTO!
Ano: 1992;
Top 3: “Manic Frustration”, “Memory’s Garden”, e“The Sleeper”.
Formação: Eric Wagner (vocais), Rick Wartell e Bruce Franklin (guitarras), Ron Holzner (baixo), e Barry Stern (bateria).
Disco Pai: Steppenwolf – ” Steppenwolf” (1968)
Disco Irmão: Pentagram – “Relentless” (1993)
Disco Filho: Spiritual Beggars – “Ad Astra” (2000)
Curiosidades: Apesar da insatisfação da banda com o resultado final de “Manic Frustation”, este disco é indicado por nomes importantes do rock/metal como Danny Cavanagh, do Anathema, Jorgen Sandstrom, do Entombed e Jeff Waters, do Annihilator.
Pra quem gosta de: Riffs de guitarra, bateria precisa, profundidade, eletricidade estática e Coca-Cola com Jack Daniel’s.
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