“Walking The Hemispheres” é o oitavo álbum de estúdio da banda goiana Sunroad, lançado em 2021, pelo selo Musik Records. Esse disco conta com 11 faixas e marca a estreia do vocalista e multi-instrumentista francês Steph Honde.
A julgar pelo que ouvimos nos últimos dois discos do Sunroad, “Heatstrokes” (2019) e “Wing Seven” (2017), além do álbum solo do baterista Fred Mika, “Withdrawal Symptoms” (2018), a expectativa pelo novo trabalho desta tradicional banda goiana era grande.
Musicalmente esta expectativa se justifica, afinal o disco anterior era o melhor que tinham lançado até aquele momento, mas também pela adição do excepcional vocalista Steph Honde à formação que gravou “Walking The Hemispheres”. É importante lembrar que apesar do trabalho brilhantemente executado em “Heatstrokes” o vocalista André Adonis deixou o posto pouco tempo depois do lançamento do disco.
“Walking The Hemispheres” traz dez novas composições inéditas e um cover para “Try Me”, do UFO, e dentre elas podemos destacar faixas como “Living In A Dream (Red Sign Mirror)”, “The Mess And It’s Key”, “Written in the Mist”, “Halo of Hearts” e “Victim Of Nowhere”, como bons exemplos da diversificação de mais um excelente disco do Sunroad, alicerçado nos cânones do hard rock/AOR e muito bem trabalhado em estúdio, de forma orgânica e moderna.
Desta forma, este novo trabalho eleva o nível de sofisticação e exploração na música do Sunroad, mesmo que traga muito da sua própria sonoridade antiga para a musicalidade moderna, desenvolvendo as melodias aos detalhes em meio a um pesado hard n’ heavy trajado pela elegância do melodic rock/AOR, bem exemplificado em “Crawling Back And Ahead”.
Não seria exagero dizer que enquanto o Sunroad funde as melodias do AOR com o peso do heavy metal, através de arranjos esmerados, boa variação nos andamentos, belíssimas linhas de guitarra e cozinha sólida, eles remetem a bandas como Whitesnake (ouça a cadenciada “Shoot The Clock”), Journey, Mötley Crüe, Europe, Skid Row e Scorpions.
Esse peso inerente ao hard n’ heavy já vem impresso na faixa-título, que é também a abertura, e até promete uma inspiração à moda Deep Purple, pelos teclados iniciais, mas logo entrega algo à moda Judas Priest e Accept. Daí já dava pra perceber que teríamos ter algo a mais neste novo trabalho.
Pra você ter uma ideia da diversificação de “Walking The Hemispheres”, o interlúdio “Mighty Beauty And It’s Chaos” chegará a lembrar o Pink Floyd antes de explodir a vibe Dokken de “The Mess And It’s Key”, que por sua vez abrirá espaço para o “naipe de metais” dos arranjos da empolgante “Halo Of Hearts”. Já “Detached Picture Of Venus” apresentará harmonias de guitarra e ritmo marcado que lembrará o Iron Maiden e algo mais estruturalmente progressivo como o Wishbone Ash.
Sem dúvidas, a chegada de Steph Honde (que arrepia em sua interpretação de “Try Me”) trouxe mais possibilidades para a musicalidade do Sunroad, e isso é efetivado no fato dele inclusive ter contribuído na composição de algumas faixas. Cabe lembrar que o vocalista francês é conhecido pelo seu projeto de hard rock Hollywood Monsters que reúne músicos lendários como Don Airey e Vinny Appice.
O grande trunfo de “Walking The Hemispheres” é a variação de estilos e abordagens que cada música entrega de forma brilhante, costurando referências através de sua personalidade própria. Nesse ponto, “Walking The Hemispheres” já é melhor que “Heatstrokes”.
A formação, além de Steph Honde, é completada pelos guitarristas Netto Mello e Mayck Vieira, o baixista Van Alexandre, e o baterista Fred Mika. As gravações de “Walking The Hemispheres” foram realizadas simultaneamente no SH Studio em Manosque, França, e no Brasil nos estúdios Musik em Goiânia.
Além do vocalista, devo enaltecer o trabalho dos dois guitarristas, Netto Mello e Mayck Vieira, que desenharam harmonias pesadas e melódicas, riffs empolgantes e solos encharcados de feeling e adrenalina, como em “Silence Erupting Inside”.
No contexto geral, “Walking The Hemispheres” é um disco forte, melodioso e muito bem executado, sem reinvenções e futilidades musicais. Claro que alguns momentos soam mais genéricos, mas mesmo assim o Sunroad, com competência e maturidade, eleva e muito o sarrafo dentro do hard rock nacional, simplesmente pela alta qualidade musical que entrega.
Leia Mais:
- Sunroad – “Heatstrokes” (2019) | Resenha
- Fred Mika – “Withdrawal Symptoms” (2018) | Resenha
- Steph Honde – “Covering The Monsters” (2016) | Resenha
- O que é Classic Rock? Discos Obrigatórios do Rock Clássico
Dica de Livros Sobre o Tema:
Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:
- Kindle Unlimited: 10 razões para usar os 30 dias grátis e assinar
- Os 6 melhores fones de ouvido sem fio com bateria de longa duração hoje em dia
- Edição de Vídeo como Renda Extra: Os 5 Notebooks Mais Recomendados
- As 3 Formas de Organizar sua Rotina que Impulsionarão sua Criatividade
- Camisetas Insider: A Camiseta Básica Perfeita para o Homem Moderno