Sunroad – Resenha de “Heatstrokes” (2019)

 

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Sunroad: “Heatstrokes” (2019, Musik Records) NOTA:9,5

“Heatstrokes” é o sétimo disco de estúdio da banda goiana Sunroad em mais de duas décadas de estrada balizadas por influências grandiosas do hard rock como Van Halen, Scorpions, Dokken, Def Leppard, Led Zeppelin e Triumph.

Referências usadas para construir uma musicalidade própria, honesta e com a devida reverência ao passado.

“Heatstrokes” mantém essa postura!

Porém, se “Wing Seven”, ótimo disco anterior (que resenhamos aqui) , trazia um hard rock de melodias saborosasagora o timbre e a tenacidade do hard n’ heavy oitentista aliado ao requinte cativante do AOR dão o tom das novas composições, rumando os arranjos para algo ainda mais trabalhado, mas sem esquecer do peso, quase como uma reação binária ao que foi explorado em discos anteriores.

Algo que pode ser bem compreendido na faixa “Screaming Ghosts”, por exemplo, e suas palhetadas pesadas sobre um ritmo cadenciado.

Tudo bem que essa mudança de abordagem não é novidade na carreira do Sunroad, que sempre buscou expandir seus horizontes e explorar terrenos musicais adjacentes àqueles em que se encontravam antes.

Aliás, em certa medida, mesmo renovando levemente sua sonoridade, o Sunroad dialoga com as próprias referências de sua obra, em todas as suas fases.

Existe, em “Heatstrokes”, camadas sobrepostas de vocais (com destaque às linhas de André Adonis que conseguem ser rasgadas e melódicas com versatilidade) e guitarras melodicamente dispostas sobre estruturas bem feitas, por sua vez alicerçadas pela bateria (do experiente Fred Mika) e pelo baixo, numa seção rítmica consistente e entrosada.

No geral, podemos dizer que as harmonias em “Heatstrokes” buscam a sofisticação pelo esmero e atenção aos detalhes. Assim como os refrãos são certeiros, mas sem espremerem ainda mais os já combalidos clichês do gênero.

Isso fica bem desenhado em “Empty Stage”, uma power ballad invocando o melhores espíritos do rock/metal oitentista, e na abertura com “Mind the Gap”, com seus arranjos inteligentes e muita criatividade.

Outra que mostra a capacidade que o Sunroad tem de desconstruir e reconstruir o hard n’ heavy é a dobradinha “Unleash Your Heart” com a faixa-título! Inventividade sem ser “modernosa” e ganchos melódicos saborosíssimos constroem, sem dúvidas, o melhor momento do disco!

Ambas as composições mostram também a tal sofisticação, aqui bem definida pelas linhas de guitarra, versáteis e grandiloquentes, tanto em peso quanto em melodia, sendo este o instrumento guia do trabalho como um todo, em ótimos momentos como “Given and Taken” (com adrenalina, familiaridade, e tenacidade hard n’ heavy), “Lick My Lips” (faixa sensacional, com uma das melhores linhas vocais do disco), “Spellbound Age” (atenção às guitarras do recém chegado  Mayck Vieira, e ao baixo do velho conhecido Van Alexandre), “Overwhelmed” (que riff possui essa música!), e “Dare to Dream” (onde o vocalista me lembrou muito Tom Keipfer, do Cinderella).

Em diversos momentos do disco você se pega pensando que já ouviu algo assim antes. Mas refletindo percebe que não estão copiando nada em específico e se pergunta: por que não se fazem mais músicas assim, hoje em dia?

Devemos enaltecer o trabalho em estúdio de “Heatstrokes”, cristalino, mas sem ser pasteurizado, permitindo ao ouvinte perceber cada curva do desenho instrumental e amplificando as qualidades da banda. Os produtores Fred Mika e Netto Mello foram muito bem ao combinar técnicas analógicas e digitais, criando uma atmosfera própria para o trabalho.

Creio que isso o tempo dirá melhor, mas temos o potencial melhor disco do Sunroad! O único ponto negativo é a anunciada saída do vocalista André Adonis logo após o lançamento do disco, já substituído pelo vocalista e guitarrista Warlley Oliveira.

Certamente “Heatstrokes” é um dos melhores discos de 2019!

FAIXAS:

1. Mind the Gap
2. Given and Taken
3. Screaming Ghosts
4. Lick My Lips
5. Empty Stage
6. Unleash Your Heat
7. Heatstrokes
8. Spellbound Age
9. Overwhelmed
10. Dare to Dream

FORMAÇÃO:

André Adonis – Vocal/Guitarra

Maick Vieira – Guitarra

Pedro Jordan – Baixo

Fred Mika – Bateria

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