Rolling Stones: As histórias e mistérios por trás de ‘Sympathy for the Devil’

 

Descubra os segredos por trás da lendária música “Sympathy for the Devil” dos Rolling Stones com este artigo completo. Explore a inspiração e o significado desta música icônica.

“Sympathy for the Devil” é um clássico atemporal dos Rolling Stones que continua a cativar o público até hoje. Neste artigo, mergulhamos na inspiração, no significado e nas histórias por trás dessa música icônica, revelando os segredos que a tornam tão lendária. Junte-se a nós enquanto exploramos o mundo sombrio e intrigante de “Sympathy for the Devil”.

Sympathy for the Devil - The Rolling Stones e a Simpatia pelo Demônio

O ano de 1968 chegava para o Rolling Stones com o clássico “Beggar’s Banquet” à tira-colo, seu primeiro grande álbum dentro do rock n’ roll, e responsável por tirar do “sexteto” (entre aspas, pois Mick Taylor ainda não havia sido oficializado) formado por Mick Jagger, Brian Jones, Keith Richards, Mick Taylor, Charlie Watts, e Bill Wyman, o estigma de banda de singles. 

“Beggar’s Banquet” era o primeiro  disco consistente do Rolling Stones, que dentre clássicos como  “No Expectations”, “Parachute Woman”, “Street Fighting Man”, tínhamos a longa e xamânica “Sympathy for the Devil”.

A marca de desajustados dos Rolling Stones já havia sido criada com os processos judiciais, prisões e o abuso de drogas de Brian Jones, que parecia um doidivanas no estúdio no período de gravação de “Beggar’s Banquet”apesar de ser neste disco sua última grande contribuição  à obra da banda.

A crueza do blues e do country marcam “Beggar’s Banquet”, numa resposta dicotômica à psicodelia e viagens lisérgicas de “Their Satanic Majesties Request”, mas “Sympathy for the Devil” tem um viés épico, uma letra ultrajante e provocativa (que fatalmente inspiraria outros artistas, mais obviamente Raul Seixas e Ozzy Osbourne), com clima ritualístico e percussão extasiante e luxuriosa.

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Rolling Stones: “Beggars Banquet” (1968) – Confira o disco aqui

The Rolling Stones: “Sympathy for the Devil”

Além de abrir a chamada “fase de ouro dos Rolling Stones“, donde se seguiria, à partir de “Beggar’s Banquet”, álbuns como “Let It Bleed” (1969)“Sticky Fingers” (1971), e “Exile on Main St.” (1972), a música “Sympathy for the Devil” contribuiu para carimbar na banda o rótulo, também, de satanista, afinal ela dava sequência a um disco  intitulado “Their Satanic Majesties Request”.

Claro que eles brincariam com essa acusação de satanismo, principalmente no título e arte de “Goat Head’s Soup”, álbum de 1973, mas alguns grupos religiosos e até pontualidades da imprensa levavam-os à sério, e ajudavam a  colocá-los como uma má influência para a juventude; adoradores do demônio.

Voltando ao clássico “Sympathy for the Devil”, é possível encontrar em seus versos similaridades com o livro “O Mestre e a Margarida”, de Mikhail Bulgákov. Todavia, mesmo que Mick Jagger tenha ganhado o livro de presente de Marianne Faithfull, ele nega esta influência e diz que a música foi inspirada pelo francês Charles Baudelaire.

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Ainda com respeito a letra de “Sympathy for the Devil”, ela sofreu uma mudança por causa do assassinato de Robert Kennedy, que se deu na mesma época em que a música fora gravada, que em sua primeira versão era uma balada. O verso “Who killed Kennedy” foi transformado em “the Kennedys”.

A transformação de “Sympathy for the Devil” de uma balada à lá Bob Dylan para aquela hipnótica versão de samba/rock com ritmo ocultista e ritualístico foi obra de Keith Ricahrds.

Mick Jagger inclusive já afirmou que a música foi inspirada após uma visita que ele teria feito a um centro de candomblé na Bahia, quando tirou férias de três meses no Brasil (se dividindo entre Bahia e Rio de Janeiro) em 1968, ao lado da namorada Marianne Faithfull e de Keith Richards.

Claro que os mais atentos também notarão algo de latin jazz, com pontuais influências de “A Night in Tunisia”, de Dizzy Gillespie, composição dos anos 1940 que assim como “Sympathy for the Devil” trazia um ritmo latino hipnótico.

Uma curiosidade das sessões de gravação de “Sympathy for the Devil” é que houve uma “dança das cadeiras” nos instrumentos: Keith Richards tocou baixo, Bill Wyman tocou maracas, Watts cantou no coro completado por Brian Jones, Anita Pallenberg e Marianne Faithfull, além de Nick Hopkins no piano e Rocky Dijon  nas congas.

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A Simpatia pelo Demônio dos Rolling Stones

Se a fama de bad boys não era combatida pelas ações dos Rolling Stones, principalmente pelo trio Jagger, Richards e Jones, mas “Sympathy for the Devil” colocou sobre elas a pecha de satanistas dentro de uma sociedade sessentista conservadora, tendo como um dos seus pilares os valores cristão.

“Sympathy for the Devil” é uma música que apresenta o Diabo em primeira pessoa lembrando momentos fatídicos da humanidade inspirados “por Ele”, algumas delas inclusive sob o ponto de vista de Satanás. Mas teriam os Rolling Stones real envolvimento com o satanismo?

É fato que Mick Jagger flertou com o ocultismo, inclusive mantendo uma amizade com Kenneth Anger, um discípulo direto de Aleister Crowley, o maior ocultista do século XX, para quem dedicamos um texto completo que pode ser lido aqui.

Kenneth Anger considerava os Rolling Stones dotados de uma força disruptiva inigualável, capaz de abalar os alicerces sociais, como se Mick Jagger e Keith Richards fossem paralelos modernos de Lúcifer e Belzebu, respectivamente, numa visão religiosa do romantismo.

O envolvimento com o ocultismo de Keith Richards se tornou tamanho que ele e a namorada Anita Pallenberg cogitaram seriamente se casar numa cerimônia pagã ministrada pelo próprio Kenneth Anger.

Todavia, nos anos 1960 e 1970, o ocultismo estava em voga nos altos círculos sociais e culturais, e no rock não foi diferente. Nomes como Led Zeppelin, David Bowie, Ozzy Osbourne e John Lennon (que foi o responsável por inserir o rosto de Aleister Crowley na capa de “Sgt. Peppers”) podem facilmente ser atrelados a influências ocultistas.

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Jean-Luc Godard: “Sympathy for the Devil”

“Sympathy for the Devil”, foi tão estrondosa que até virou filme de Jean-Luc Godard, onde ele mostra como a música que era uma folk song intimista à lá Bob Dylan, virou um efervescente candomble/rock, além de ser um perfeito retrato de como funcionava a contra-cultura.

Godard sempre procurou superar o cinema e englobar outras artes e políticas, formulando uma maneira revolucionária dentro da sétima arte, livre dos pensamentos comuns da sociedade ocidental. E, de fato, mesmo “Sympathy for the Devil” não sendo um de seus melhores momentos segue esta máxima à risca.

Lançado em 30 de Novembro de 1968, “Sympathy for the Devil”, o filme, trazia quarenta minutos seus dedicados ao processo de composição daquela que seria uma das maiores composições do rock, de modo crú e realista.

O cineasta insere os Rolling Stones no cenário dos pensadores anárquicos da época, justapondo a rebeldia que confrontava o establishment inerente à banda com movimentos contemporâneos, como os Panteras Negras.

Um registro histórico para o gênero, não só para os Rolling Stones.

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O Fatídico Festival de Altamont

O Festival de Altamont  merece um texto inteiro para si, e até por isso não irei alongar nos detalhes que envolveram a tragédia ocorrida no show dos Rolling Stones, naquele dezembro de 1969, e que simbolizou o fim do ideal de paz e amor, e a década de 1960.

show de Altamont era o último da turnê dos Rolling Stones que já era considerada a maior banda de rock do mundo. O festival era gratuito, nenhuma autoridade policial estaria envolvida e tanto os Stones quanto Jerry Garcia, líder do Greatful Dead, vinham nele potencial para um novo Woodstock.

A segurança seria feita pelos Hell’s Angels, e quando alguns estudantes começaram a  distribuir tabletes de LSD misturados com anfetaminas, os Angels começaram a consumir drogas com cerveja e vinho, criando uma paranoia entre público e Angels.

Após o início da apresentação de Crosby, Stills and Nash, a violência explodiu, e os Angels partiram pra cima do público, batendo em todos.

No show dos Rolling Stones a confusão chegou ao ápice! Enquanto a banda entoava “Sympathy for the Devil” houve uma confusão no palco com uma garota nua, os Hell’s Angels e Meredith Hunter, um garoto negro de 17 anos que acabou assassinado.

Depois de Altamont, os Rolling Stones só voltariam aos Estados Unidos após três anos.


Os 5 Melhores Discos dos Rolling Stones

  1. Let It Bleed – Link para conferir o disco
  2. Exile On Main Street – Link para conferir o disco
  3. Tattoo You – Link para conferir o disco
  4. Sticky Fingers – Link para conferir o disco
  5. Beggar’s Banquet – Link para conferir o disco

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