Gamma Ray – ’30 Years Live Anniversary’: Celebrando 3 décadas de metal melódico

 

“30 Years Live Anniversary” é um disco ao vivo comemorativo das três décadas de existência da banda Gamma Ray, capitaneada pelo músico Kai Hansen e que ajudou a definir as bases do power metal melódico.

“30 Years Live Anniversary”  chega ao Brasil em digipack triplo (2 CDs + DVD) pela parceria entre os selos Shnigami Records e earMUSIC e abaixo você confere nossa resenha completa.

Gamma Ray 30 Years Anniversary review resenha

Assim como várias outras bandas, o Gamma Ray não pôde excursionar no ano de 2020 em decorrência das medidas tomadas para conter o avanço da pandemia de COVID-19. Mesmo assim, Kai Hansen decidiu registrar um único show no palco do ISS Dome, em Düsseldorf, Alemanha, em  27 de agosto de 2020, que foi transmitido para fãs de todo o mundo.

O diferencial desta vez mora no fato dos  fãs terem enviado gravações de saudações e pedidos de suas músicas favoritas do Gamma Ray, que foram adicionadas ao final do show. No que tange aos quesitos técnicos, o material está impecável.

Várias câmeras registrando cada detalhe e uma captação de áudio brilhante nos permitem curtir um show que mesmo sem público traz seu atrativos, como a participação do primeiro vocalista do Gamma Ray, Ralf Scheepers, além da presença do tecladista convidado Corvin Bahn.

O Gamma Ray foi a banda que Kai Hansen formou em 1989, logo após sair do Helloween e com seu primeiro disco, “Heading For Tomorrow” de 1990, ajudou a redefinir o power meal melódico dando ao gênero os contornos que seriam repetidos à exaustão na década de 1990.

O genial Kai Hansen já havia entrado para o seleto grupo de influenciadores dentro do metal melódico com o seu trabalho junto ao Helloween, mas a musicalidade explorada principalmente na trinca inicial de álbuns de estúdio do Gamma Ray é impressionante!

Até “Land of The Free” (1995) o Gamma Ray esteve na vanguarda do heavy metal melódico, demonstrando um ecletismo metálico dotado de muita personalidade num desfile de técnica instrumental, feeling dentro dos arranjos inteligentíssimos e multifacetados, indo além das guitarras melódicas, dos vocais vibrantes e dramáticos, e da seção rítmica coesa, com ousadia e coragem.

O Gamma Ray mesclava elementos clássicos com a independência e liberdade sonora dos anos noventa o que dava um sabor diferente à música da banda, mas a partir daquele trabalho viveu numa ciclotímica tentativa de retomar suas características principais que seriam executadas a cada álbum que se seguia na discografia, ainda com destaque a discos como “Power Plant” (1999) e “Somewhere Out in Space” (1997), mas que à partir de então seguiriam com cada vez menos inspiração. O que não diminui a importância de legado dentro do heavy metal.

Até por isso, “30 Years Live Anniversary” é uma celebração mais do que merecida, ainda mais quando Kai Hansen se vê novamente como membro do Helloween, gerando uma incógnita quanto ao futuro próximo do Gamma Ray. Para corroborar esta dúvida que paira no ar, lembremos que o último álbum de estúdio da banda veio em 2014, o interessante “Empire of the Undead”.

E se depender da performance dos músicos no palco posso afirmar que o Gamma Ray está muito bem. Mesmo num ambiente sem público, o que gera uma ambientação estéril para um disco ao vivo, principalmente Henjo Richter (guitarra) e Dirk Schlächter (baixo), os velhos companheiros de Kai Hansen na empreitada, conseguem se destacar com performances tecnicamente precisas.

Além disso, no que tange à formação, duas escolhas se mostram acertadas, pois tanto o baterista Michael Ehré (que está no posto desde 2012 e impressiona pela técnica e energia) e o ótimo vocalista Frank Beck (na banda desde 2015) são muito eficientes e dinâmicos em suas performances.

O repertório é aquela típica lista de celebração. É clássico atrás de clássico, deixando de lado todos os supérfluos do repertório e até atacando com algumas surpresas como “Heading For Tomorrow” e “Empathy”, pois se não me falha a memoria elas não vinham sendo frequentes nos repertórios.

No mais, “Land of the Free”, “Dethrone Tyranny”, “Rebellion in Dreamland”, “Send Me a Sign”, “The Silence” e“Armageddon” são os pontos altos de um repertório irrepreensível, mesmo que vários clássicos tenham ficado de fora. Enfim, não dá pra ter tudo (eu mesmo queria ver eles tocando a estupenda “Heavy Metal Universe”) e ter Ralf Scheepers em “Lust for Life” já compensa todas as músicas que faltaram. Simplesmente imperdível!


Dicas de Discos do Gamma Ray:

  1. Land of the Free – Confira o disco neste link
  2. Alive ’95 – Confira o disco neste link
  3. Heading for Tommorow – Confira o disco neste link
  4. Insanity And Genious – Confira o disco neste link
  5. Sigh No More – Confira o disco neste link

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