Ricky Warwick – “When Life Was Hard And Fast” | Resenha

 

Ricky Warwick é um nome ligado a bandas como Black Star Riders, The Almighty, New Model Army e Thin Lizzy, mas agora ele apresenta seu primeiro disco solo em cinco anos, “When Life Was Hard And Fast”.

“When Life Was Hard And Fast” já é o quinto disco solo de Ricky Warwick e sucede o bom “When Patsy Cline Was Crazy… And Guy Mitchell Sang The Blues”,  de 2016.

Ricky Warwick - When Life Was Hard And Fast (2021)

Podemos dizer, sem exageros, que este disco do guitarrista e vocalista irlandês é uma verdadeira celebração ao rock n’ roll, não apenas como estilo musical, mas também como estilo de vida.

Algo que já era notório na faixa “You’re My Rock and Roll”, que ganhou um clipe de divulgação tão poderoso e cativante quanto ela própria, uma composição que gera aquela sensação de força  e poder no ouvinte pela energia empregada.

Junto com Ricky em “When Life Was Hard And Fast” está um de seus companheiro de Black Star Riders, o baixista Robbie Crane, além do baterista Xavier Muriel e o guitarrista Keith Nelson formando a base de músicos.

Dando ainda mais contornos de celebração das diversas formas de expressão do rock n’ roll ainda temos convidados do quilate de Joe Elliot do Def Leppard, Andy Taylor do Duran Duran e Dizzy Reed do Guns N’ Roses.

“When Life Was Hard And Fast” foi gravado em Los Angeles e para a produção Ricky Warwick recrutou o próprio Keith Nelson, ex-membro do Buckcherry, e uma espécie de parceiro de composição de Ricky, pois co-assina várias composições.

Paixão, honestidade e objetividade. Estas são as definições de “When Life Was Hard And Fast”.

Um disco que traz a melodia simples que o rock norte-americano herdou do blues e do country, fundida à determinação e agressividade saídas das garagens de Detroit ou dos clubes proto-punk de Nova York.

Nesse desenho musical, temos uma fórmula praticada com destreza e sinceridade, impressa com a crueza controlada do “ao vivo em estúdio” e tendo no carisma da voz de Ricky o grande poder de cativar.

Como era de se esperar, a abordagem é simples, emocionante, carregada de poderosos acordes de guitarra, afinal esta é a essência de Ricky.

Não se preocupe com anacronismos, pois “When Life Was Hard And Fast” possui uma sonoridade levemente modernizada, dialogando com o passado que está arraigado em sua estrutura, mas olhando para o futuro, flertando até mesmo com certas doses alternativas.

Existem fatias generosas de hard rock classic rock, pitadas de soul/rock e rockabilly com clima dos anos 1950, e um pouco de country rock harmonizado ao punk dando energia primitiva extra ao repertório.

O único problema por aqui parece ser a forma com que tudo isso foi diluído.

Longe de faltar energia, ser mal gravado ou executado, o problema maior em “When Life Was Hard And Fast” é que a inspiração, a criatividade, chegam apenas em momentos pontuais do repertório.

A dinâmica do disco é boa, e em faixas como “When Life Was Hard And Fast”, “Gunslinger” (com urgência nas melodias e tensão nos timbres), “Time Don’t Seem to Matter” (uma balada simples, mas com ótimos arranjos), “Fighting Heart” (que poderia estar em qualquer disco do Black Star Riders), “Still Alive” (com a vibe setentista acesa) e “Never Corner a Rat” (com algo dos últimos discos do Ramones) Ricky mostra realmente a que veio e oferece músicas que possam fazer paralelo ao seu legado.

Por outro lado, algumas composições como “You Don’t Love Me” e “I Don’t Fell At Home”, pra ficar apenas em dois exemplos, chegam ao ponto de não serem bem-vindas.

Tudo bem que isso é algo comum em sua discografia solo (“Belfast Confetti” já trazia o mesmo problema lá em 2009), e ainda creio que isso seja algo que incomode apenas os ouvidos mais críticos, pois essa é a personalidade de Ricky, sempre direto ao ponto, sem floreios e de fácil assimilação.

Se formos olhar a discografia do Black Star Riders, isso também vem acontecendo pelo menos nos nos seus últimos dois discos.

Para ficar claro, “When Life Was Hard And Fast” está longe de ser um disco ruim, só não empolga tanto quanto “Love Many Trust Few” (2005) ou o já citado “When Patsy Cline Was Crazy & Guy Mitchell Sang the Blues” (2014).

Mesmo assim, se você é fã do vocalista/guitarrista ou apenas conhece o trabalho dele no Black Star Riders, pode ir atrás, sem medo, pois ao menos a diversão é garantida!

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