Eclipse – Resenha de “Paradigm” (2019)

 

Liderada pelo talentosíssimo vocalista e guitarrista sueco Erik Martensson, o Eclipse chega a seu sétimo álbum de estúdio dando continuidade ao que ouvimos em “Monumentum”, álbum anterior, e se mantendo como um dos nomes mais fortes do hard/melodic rock atual.

Tudo bem que em “Monumentum” eles mostraram menos inspiração do que na trinca brilhante formada pelos álbuns “Are You Ready to Rock” (2008), “Bleed & Scream” (2012) e “Armageddonize” (2015), mas também não dava pra dizer que perderam a mão.

O mesmo ocorre em “Paradigm”, que soa até melhor e mais impactante que “Monumentum”, reafirmando as fortes linhas de guitarra, as melodias grudentas, os andamentos cadenciados e o clima AOR latente que forjam seu hard rock poderoso, herdado de nomes como Pretty Maids, House of Lords e Europe.

Eclipse - Paradigm (2019, Hellion Records, Frontiers Music)

É fato que o Eclipse soa mais épico e pesado nesse disco, dando diversos e propositais esbarrões no power metal enquanto desenvolve seu hard rock épico, além de soar menos apressado e mais bem trabalhado que no disco anterior.

Além disso, “Paradigm” será marcado como o álbum que trouxe um dos grandes clássicos do Eclipse, a viciante “Viva La Victoria”. Uma faixa mais dedicada aos saborosos ganchos melódicos que ao peso do hard rock escandinavo, apesar das ótimas guitarras.

Junto a ela, “Mary Leigh” tem potencial para chegar lá também, mas por uma via mais pesada e oitentista, chegando a lembrar os bons tempos do Bon Jovi no refrão e no solo.

As duas são exemplos de como o Eclipse pode ser cativante e moderno, mas sem perder a identidade.

Ao longo do repertório seguem por ótimas composições, alicerçadas pelos ensinamentos do hard rock embebido em adrenalina, melodicamente bem construído e impresso por um excelente trabalho em estúdio.

Como bem podemos ouvir nos destaques “Blood Wants Blood” (Danger Danger mandou lembranças), “When The Winter Ends” (outra com ótimas guitarras), “Never Gonna Be Like You” e “The Masquerade” (buscando inspiração no power metal épico da Escandinávia).

Algo que também chama a atenção em “Paradigm”, principalmente em algumas guitarras, é uma maior influência da fase hard rock/AOR de Gary Moore, principalmente na empolgante .38 Or .44″, e uma pontual remissão ao estilo clássico do Iron Maiden na abertura da ótima “Delirious”.

Claro que apesar do exímio compositor que é Erik Martensson (seus solos de guitarra são de cair o queixo!) no gênero ao qual se dedica, não dá pra “gabaritar” em todos os discos, e aqui faixas como “Shelter Me”, “United” (com aquele clima épico de “hino de taberna”) e a pretensiosa “Take Me Home”, realmente soam menos inspiradas que as demais.

Em suma, esse é um disco feito para fãs do Eclipse e como toda boa pregação para convertidos não irá arregimentar novos seguidores. Porém, seus devotos ficarão extasiados!

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