Annihilator – Resenha de “Ballistic, Sadistic” (2020)

 

“Ballistic, Sadistic” é o o décimo sétimo álbum de estúdio do Annihilator, banda capitaneada pelo incansável Jeff Waters.

Vindo do Canadá, o Annihilator tem em seu guitarrista o pilar de sustentação e a mentoria intelectual desde que iniciaram sua longa e oscilante discografia com o clássico “Alice In Hell” (1989).

É fato que a banda produziu alguns capítulos duvidosos em sua carreira, mas ao lado deste primeiro disco existem verdadeiras pérolas como “Never Neverland” (1991) e “Set The World On Fire” (1993) e “Schizo Deluxe” (2005).

Annihilator - Ballistic, Sadistic (2020, Hellion Records, Silver Lining Music)

O grande problema do Annihilator sempre foi a constante troca de integrantes que giravam em torno de Jeff Waters, tanto que os quatro primeiros discos da banda tiveram quatro vocalistas diferentes.

Talvez por isso, a banda nunca conseguiu um respaldo de crítica e público dentro do heavy metal, que por vezes não economiza nas críticas a seus álbuns, como foi o caso de “For the Demented”, o disco anterior a “Ballistic, Sadistic”.

Porém, mesmo que muito criticado, de cá eu gosto de “For the Demented”, mesmo com sua bateria eletrônica e as inspirações modernas.

Não dá pra negar que aquele trabalho chegava entregando muito peso!

De certa forma, “Ballistic, Sadistic” continua aquela proposta groove/heavy metal, mas agora com mais agressividade e a organicidade de uma bateria de verdade, olhando para o próprio passado no thrash metal técnico e tempestuoso.

Ou seja, além de diminuírem a carga melódica dos últimos discos, para melhorar tudo, ainda foram buscar elementos de clássicos como “Set the World on Fire” (ouça “Lip Service” com atenção), “Never, Neverland” e “Alice In Hell”.

Jeff Waters soa furioso e impiedoso, seja nas guitarras ou nos vocais, esboçando até mesmo algumas linhas agudas de voz e esbanjando feeling nos solos e riffs que podem até soar reciclados do passado, mas não deixam de ser cativantes.

Em resumo: menos baladas e ganchos melódicos, mais thrash/speed metal.

Além disso, Jeff Waters se mostra mais criativo (usando elementos diversos nos alívios climáticos e melódicos das composições intensas) ao misturar musicalidade moderna com tradicional, variando bastante a abordagem entre as composições, que não soam similares e tendo cada uma seu elemento diferenciado e marcante.

Nesse sentido, temos ótimos momentos no repertório como “Armed to the Teeth” (se dividindo entre o thrash metal e o metal tradicional), “The Attitude” (estudando os ensinamentos do Slayer), “Psycho Ward” (uma ótima mistura de thrash metal com hard rock), “Dressed Up For Evil” (com baixo espetacular e que remeteu ao Megadeth), “On Wrong Move” (com aquela vibe noventista do thrash metal) e “The End of the Lie” (que me lembrou da obscura banda norte-americana At War).

Disparado, o melhor disco da banda desde “Schizo Deluxe” (2005).

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