Hate Eternal – Resenha de “Infernus” (2015)

 

“Infernus”, lançado em 2015, é o sexto álbum de estúdio da banda de death metal Hate Eternal, oriunda de Tampa, na Flórida, uma das terras míticas do gênero.

Quando Erik Rutan fundou a banda em 1997, ele já tinha um nome sólido na cena death metal, devido ao trabalho como guitarrista em bandas como Ripping Corpse e o histórico Morbid Angel.

Aliás, ele estava no Morbid Angel na época de “Domination” (1995) e do ao vivo “Entangled in Chaos” (1996), discos que marcaram sua primeira passagem pela banda de 1993 a 1996, quando substituiu Richard Brunelle.

Ele voltaria ao Morbid Angel para um segunda passagem em 1999, mas antes começaria a marcar o estilo com os discos de sua própria banda, cujo nome foi retirado de uma música do Ripping Corpse.

Hate Eternal - Infernus (2015, Season of Mist, Shinigami Records)

Com o Hate Eternal, o guitarrista desenhou uma sonoridade crua, pesada, agressiva e puramente death metalcuja marca registrada, como era de se esperar, estavam nas guitarras de rffis cortantes e precisos.

O ritmo das músicas brutais sempre foi intenso, com bateria ultra-veloz, mas o Hate Eternal também sempre inseriu muitos alívios dinâmicos e melódicos em meio a toda a pancadaria sonora.

Aqui Erik Rutan podia extravasar toda a energia de sua verve death metal, mas de uma forma inteligente, técnica e criativa, uma mensagem já expressa nas capas, sempre de extremo bom gosto.

À julgar pelo que se escuta neste “Infernus” e pela belíssima capa, é fato que no ínterim separando-o do brutal “Conquering the Throne” (1999), o primeiro disco, só podemos dizer que o Hate Eternal evoluiu e amadureceu sua fórmula.

As dez músicas que completam esse trabalham são pesadíssimas, mas revelam uma musicalidade ambiciosa, tanto no quesito execução técnica, quanto na ousadia criativa, investindo sempre na variação de ritmo e velocidade.

“Locust Swarm” abre o trabalho como um rolo compressor death metal, colocando estas cartas na mesa e sendo um dos destaques ao lado da instigante “The Stygian Deep” (a melhor abertura do disco), “Infernus” (arrastada, pesada e cheia de dissonâncias), “The Chosen One” (com sua quebradeira insana), “Order of the Arcane Scripture” (outra parede sonora) e “Chaos Theory” (com um groove certeiro em meio a brutalidade).

Dizer que a produção é brilhante quando se tem um produtor do gabarito de Erik Rutan na banda beira a redundância, mas não pode deixar de ser registrado.

É impressionante como cada instrumento por aqui pode ser destacado durante a audição, sendo que cada detalhe pode ser percebido com clareza em meio ao caos musical.

Até por isso indico uma audição atenta às linhas de baixo e bateria desse disco que são tecnicamente matadoras.

O Hate Eternal, assim com o Krisiun e o Cryptopsy, faz o death metal soar artístico e sofisticado.

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