Quiet Riot – “One Night In Milan” (2019) | Resenha

 

“One Night In Milan” é um material ao vivo da banda Quiet Riot originalmente lançado em 2019 pelo selo italiano Frontiers e que havia sido gravado na edição de 2018 do Frontiers Rock Festival. Em 2021, este registro ao vivo ganhou uma edição nacional em CD/DVD, pelo selo Shinigami Records, limitado a 300 cópias.

Quiet Riot - One Night In Milan

Em meados dos anos 1980, no auge da explosão do hard rock, o Quiet Riot estava no epicentro do movimento com o seu clássico “Metal Health” (1983), quando foi a primeira banda do hard rock/heavy metal a liderar as paradas norte-americanas.

O sucesso e a relevância dentro do movimento foi mantido com os dois discos seguintes: “Condition Critical” (1984) e “QRIII” (1986). Nestes três discos, estabeleceram seu hard n’ heavy cativante, empolgante e cheio de melodias pegajosas e similaridades com o glam rock do Slade (de quem gravaria os clássicos “Cum On Feel the Noize” “Mama Weer All Crazee Now”) e do Twisted Sister, guiado pela voz inconfundível de Kevin DuBrow.

Desta fase, temos clássicos como “Metal Health”, “Don’t Wanna Let You Go”, “Condition Critical”, “Party All Night”, além dos dois covers do Slade que marcaram época. Não há dúvidas que aqueles álbuns são obrigatórios para quem gosta de hard n’ heavy, o que torna esse lançamento ao vivo no mínimo interessante, afinal é quase como testar o efeito do tempo nestas composições em pleno palco.

Tudo bem que o Quiet Riot de 2018 já estava todo reformado e, após o falecimento de Kevin DuBrow, em 2007, apenas o (hoje, também, saudoso) baterista Frankie Banali permanecia no time.

Mas dá pra ver pela resposta da platéia que foi até aquele clube italiano ver o show que isso tudo era menos importante. Eles estavam ali para curtir todas músicas que aquela versão do Quiet Riot tinha a oferecer, afinal era o primeiro show da banda na Itália em seus 35 anos de existência.

E eles foram agraciados não só com clássicos da fase de ouro, bem como uma performance ao piano (tocado por Alessandro Del Vecchio) de “Thunderbird”, uma faixa de “Metal Health” (1983) que nunca havia sido tocada ao vivo e dedicada aos ex-membros Randy Rhoads e Kevin DuBrow.

O restante do tracklist empolga com “Run For Cover” (a abertura explosiva), “Slick Black Cadillac”, “Mama Weer All Crazee Now”, “Whatever It Takes” (retirada de “Down to the Bone”, um disco que merece ser redescoberto), “Terrified”, “Love’s A Bitch” (essa música é sensacional!), “Condition Critical”, “Party All Night”, “Wild & The Young”, “Let’s Get Crazy”, “Cum On Feel The Noize” e Metal Health (Bang Your Head)”.

Ou seja, só clássicos enfileirados. Da fase mais recente apenas “Freak Flag” e “I Can’t Get Enough”, que foram retiradas do álbum “Road Rage” (2017), disco que apresentou o poderoso vocalista James Durbin.

É importante registrar que apesar de bons, os vocais de James Durbin se encaixaram melhor à musicalidade recente do Quiet Riot, onde ele consegue mostrar sua versatilidade e amplitude vocal, por vezes remetendo a uma fusão de Mark Slaughter, Vince Neil e Jon Bon Jovi. Todavia é inegável que falta-lhe o carisma de DuBrow, mesmo com todo o esforço que faz para ser um frontman á moda antiga.

Além de Banali e Durbin, completam a formação presente que registrou “One Night In Milan”, o veterano baixista Chuck Wright (que está na banda desde 1985 com algumas idas e voltas) e o guitarrista Alex Grossi (na banda desde 2004).

E deixando de lado aquele “blá-blá-blá” inócuo sobre playbacks e afins, a verdade é que o tempo de maturação não afetou o frescor do gigantismo dos clássicos criados pelo Quiet Riot em sua era de ouro.

A prova disso é que eles ainda soam vibrantes e empolgantes mesmo com uma banda completamente descaracterizada se comparada aos áureos tempos e com uma performance um tanto desleixada (para ser educado!).

Talvez o grande problema aqui seja a mixagem que não conseguiu equilibrar a oscilação de volume, principalmente nas guitarras, chegando a ser irritante em dado momento, pelo destaque à bateria.

Tudo bem que o fato de Frank Banali insinuar um rápido solo de bateria já na terceira música mostra quem mandava por aqui. Natural a bateria estar destacada na mixagem. O estranho é para uma gravadora como a Frontiers, que tem excelentes produções nos lançamentos destes shows realizados no seu festival, liberar uma produção assim.

Mesmo assim, se você é fã da banda vá atrás deste material, pois a lamentável morte de Frankie Banali devido a um câncer no pâncreas em agosto de 2020 deve fazer deste “One Night In Milan” um dos últimos lançamentos do Quiet Riot.

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