Pentesilea Road – “Pentesilea Road” (2021) | Resenha

 

“Pentesilea Road” é o primeiro e auto-intitulado álbum da banda de prog rock italiana, lançado em fevereiro de 2021, com participação de Ray Adler (Fates Warning) e Mark Zonder (Warlord e Fates Warning).

Abaixo você lê nossa resenha completa deste álbum que foi lançado no Brasil pelo selo Hellion Records, em 2022, com slipcase e mini-poster.

Pentesilea Road Review Resenha prog metal rock

O Pentesilea Road é um projeto de Vito Mainoli, guitarrista e baixista, formado em 2014 e cujo nome faz referência a Penteselia, a cidade diluída descrita no livro de Italo Calvino ‘‘As Cidades Invisíveis”, usada como uma metáfora do mundo globalizado.

Musicalmente, o projeto busca mesclar o rock progressivo setentista clássico com as formas mais leves do metal progressivo moderno impresso com uma produção brilhante, gerando uma forma interessante, ancorada nos arranjos de guitarra bem elaborados, mas sem ser prolixo, com solos ora limpos, ora distorcidos, esboçando algumas influências mais nítidas e de diversas que vão de Marty Friedman, Joe Satriani e John Petrucci a David Gilmour e Robert Fripp.

Com isso, ele transformou o Pentesilea Road numa espécie sensível, lúdica e de extremo bom gosto do rock progressivo moderno fundindo referências de Pink Floyd, Premiata Forneria Marconi, Eloy e Caravan com Fates Warning, Pain of Salvation e Dream Theater ao longo de setenta e dois minutos de pura técnica entremeada ao feeling.

Claro que as referências ao Fates Warning são reforçadas pelas participações do vocalista Ray Alder, em duas músicas, e do baterista Mark Zonder, em três músicas em que ele se mostra muito criativo, técnico e complexo, sendo notória as diferenças entre ele e baterista oficial do Pentesilea Road, Alfonso Mocerino.

Não à toa, “Noble Art” (com os vocais de Ray Alder), “Memory Corners” (uma instrumental com forte sabor clássico do rock progressivo), “Spectral Regrowth” (com uma vibe Pink Floyd bem misturada às caraterísticas próprias) e “Give Them Space” (com uma boa dose de adrenalina nos teclados e na bateria), todas com Mark Zonder, são as faixas que mais se destacaram para mim, junto com “Pentesilea Road” “A Tale of Dissidence”.

Todavia, Lorenzo Nocerino, um dos vocalistas que completam a formação oficial do projeto liderado por Vito F. Mainolfi, é extremamente competente, tanto que sua versão de “Shades of the Night” é tão boa quanto a de Ray Alder. Nocerino traz uma técnica que lembra Geoff Tate, mas usando maneirismos dos vocalistas das bandas italianas de power metal melódico (detalhes bem marcantes em “Genius Loci”).

Além disso, dizer que a voz de Nocerino possui um timbre que lembra muito o de James LaBrie não seria exagero, o que leva a musicalidade do Pentesilea Road para mais próximo dos movimentos mais leves do Dream Theater. Cabe mencionar que além de Ray Alder, temos outro vocalista convidado, Michele Guaitoli, que canta apenas na genérica “Stains”.

Olhando friamente, a mistura de três vocalistas deu um senso mais diversificado para o material apresentado pelo Pentesilea Road, mas o brilhantismo reside mesmo nas quatro faixas instrumentais, em especial na música “The Pscychopathology Of Everyday Things”.

Sendo muito sincero, Vito F. Mainolfi não trouxe nada de novo para o rock/metal progressivo com seu Pentesilea Road, mas fez uma costura muito bem feita de referências óbvias, gerando um disco nada original, mas musicalmente excelente, tecnicamente complexo e com inesperadas mudanças de andamentos.

Ou seja, o Pentesilea Road entrega um típico álbum de rock/metal progressivo, desde o belo trabalho gráfico da capa do álbum, que vai agradar em cheio os fãs do gênero, mas não irá angariar admiradores fora deste universo musical.

Enfim, com o Pentesilea Road, o compositor Vito F. Maninolfi se coloca como um talento a ser observado de perto dentro da cena progressiva.

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