SepticFlesh – “Modern Primitive” (2022) | Resenha

 

“Modern Primitive” é o décimo primeiro álbum de estúdio da banda grega de death metal sinfônico SepticFlesh.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

"Modern Primitive" é o décimo primeiro álbum de estúdio da banda grega de death metal sinfônico SepticFlesh. Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco que foi lançado pela parceria entre os selos Nuclear Blast e Shinigami Records.

A banda grega Septicflesh é um dos grandes representantes do symphonic death metal na atualidade, trazendo na bagagem três décadas de evolução musical que culmina em “Modern Primitive”, seu décimo primeiro álbum de estúdio.

Tendo iniciado suas atividades ainda nos anos 1990 sob o nome Septic Flesh,  com o lançamento de “Ophidian Wheel”, em 1997, uma vocalista soprano feminina (Natalie Rassoulis) foi introduzida levando a banda para um estilo mais sinfônico. Houve um hiato entre 2003 e 2007, quando mudaram para a escrita atual do nome.

Neste contexto, “Modern Primitive” chega para suceder o ótimo “Codex Omega” (2017), dando cores ainda mais grotescas para a parcela death metal de sua música, além de manter o requinte teatral (herdado do próprio teatro grego) das partes sinfônicas, desde a abertura “The Collector”, com passagens sinfônicas inspiradíssimas e um peso mórbido bem equilibrado.

Neste sentido, “Modern Primitive” ganha pontos pela imprevisibilidade dos arranjos desde o início, nunca dando o que se espera em termos de composição e mostrando como enxergar caminhos diferentes para obter a mesma excelência, conseguindo mais uma vez nos dar algo de diferente dos trabalhos anteriores.

Ao longo de quase quarenta minutos, nove músicas são desfiladas, donde podemos observar a preocupação com cada detalhe dos arranjos, num resultado geral que sintetiza bem a proposta musical equilibrada do Septicflesh, entre o grotesco e o sofisticado, num casamento altamente complexo.

Este atrito de opostos, já colocado no título do trabalho, faz de “Modern Primitive” extremamente cativante, afinal nossa mente é facilmente fisgada pelo contraste. Isso torna a musicalidade do Septicflesh muito forte, principalmente nos vocais, ora brutais e profundas, ora limpas e dramáticas. Além dos vocais, o classicismo do metal sinfônico extremo vem dinamizado como ótimos grooves (como na teatral “Self Eater”) e refrãos muito bem construídos.

No mais tudo está no lugar; os vocais guturais de Seth, o clima de ocultismo renascentista bem definido por orientalismos, instrumentos comuns à música mediterrânea, coros e orquestração dramática (se bem que desta vez estão menos cinematográficos e épicos). Tudo isso está muito bem reunido em “Coming Storm”, por exemplo, uma das melhores do trabalho.

E mesmo com todas as camadas sobrepostas de texturas diferentes e complexas, vocais ou instrumentais, “Modern Primitive” é um disco impressionantemente brutal, que se não supera o que ouvimos anteriormente em “Codex Omega” (2017) e “Titans” (2014), também não não desce de nível em termos de qualidade.

Para perceber bem as nuances de “Modern Primitive”, assim como a maioria dos discos do Septicflesh é quase necessário um estudo, uma imersão, para que as múltiplas camadas sejam assimiladas e o quadro desenhado por notas musical seja completamente entendido. Isso acontece até mesmo em músicas mais “acessíveis”, como “Hierophant”“Neuromancer”, “A Desert Throne” e a faixa-título, em sua maioria se aproximando criativamente do gothic metal.

Ou seja, este é um disco com várias camadas de absorção que vão se abrindo a medida que as audições vão se sucedendo. Isso é até sintomático para entender como a produção de Jens Bogren foi eficiente no trabalho em estúdio de amalgamar todas estas camadas de forma coesa (se bem que o som da bateria, em especial do bumbo, não me agradou muito).

Além disso, as letras merecem um destaque à parte pela reflexão proposta do quanto evoluímos tecnologicamente, mas permanecemos primitivos filosoficamente como humanidade, mas principalmente nos instintos primitivos que ainda nos dominam e podem nos levar a um fim trágico.

Enfim, “Modern Primitive” é uma aula de como fazer symphonic death metal com excelência, mas sem preder a brutalidade como nos provam as duas últimas faixas, “Psychohistory” e “A Dreadful Muse”!

Leia Mais:

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  1. Septicflesh – “Codex Omega” [Link do Disco]
  2. Septic Flesh – “Communion” [Link do Disco]
  3. Septicflesh – “Modern Primitive” [Link do Disco]
  4. Septicflesh – “The Great Mass” [Link do Disco]
  5. Septicflesh – “Infernus Sinfonica MMXIX” [Link do Disco]

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