Organoclorados | Banda baiana responde nossas Se7e Perguntas

ORGANOCLORADOS, banda baiana de rock, participa de nossa seção SE7E PERGUNTAS, onde queremos apresentar bandas ou artistas que merecem atenção, através de sete perguntas fixas.

FICHA TÉCNICA

NOME DA BANDA: Organoclorados

ESTILO: Rock

CIDADE/ESTADO: Alagoinhas e Salvador/Bahia

ANO DE FUNDAÇÃO: 1985

DISCOGRAFIA: Princípio Ativo (2001/Álbum), Organoclorados Ao Vivo (2006/DVD ), Organoclorados Plays The Doors (2015/DVD), Organoclorados Remasters (2017/EP), Organoclorados As Preferidas das Crianças (2018/EP), Quântico (2018/Álbum), Quântico (2018/Card-drive ), Efeito Residual (2020/EP).

ENTREVISTA

1. Primeiramente, obrigado pela entrevista e pela atenção conosco do site Gaveta de Bagunças. Conte-nos um pouco sobre a biografia da banda.

Nós que agradecemos a oportunidade de estar com vocês do site Gaveta.

Vamos lá! A banda tem uma “pré-história”…rsss.

As primeiras músicas foram compostas por Artur W e o colega e amigo Paulo Coqueiro, no período 1985-1987, durante a estadia dos dois em Cruz das Almas-BA, enquanto estudavam engenharia agronômica na UFBA.

Eles tocavam e cantavam as músicas em festas e reuniões com amigos e logo veio a ideia de formar uma banda.

Por muito tempo foram uma dupla, depois um trio, com dificuldade para encontrar um baterista.

As apresentações aconteciam, porém com formações instáveis. A banda finalmente se consolidou em 1990.

Com André G (baixo), Artur W (guitarra, violão folk e voz), Joir Rocha (bateria e percussão) e Roger Silva (teclados e backing-vocals), a Organoclorados ganhou consistência em ensaios e mais shows, foco e resultado.

Daí em diante vieram as gravações em estúdio e o primeiro álbum (Princípio Ativo) que abriu as portas para a banda tocar na capital, Salvador.

De lá para cá, a banda tem se adaptado às novas tendências tecnológicas, lançou trabalhos em DVD, CD, card-drive e redes digitais de música, além de incorporar um quinto elemento, Alan Gustavo (guitarra).

2. Quais as principais influências da Organoclorados? Existem alguns nomes que indicariam como principais referências para a sonoridade que vocês praticam?

Nossas principais influências decorrem da formação musical e do gosto pessoal dos integrantes.

Também pesquisamos muitos sons novos, procuramos manter a mente aberta, desde que haja autenticidade.

Podemos destacar as sonoridades do pós-punk, gótico e new wave como influências básicas em nosso som, mas também adicionamos a psicodelia e as sonoridades dos anos 1960, além de um pouco de blues.

Quanto a nomes, podemos citar Joy Division, Echo & the Bunnymen, The Cure, Bauhaus, The Smiths, The Doors, The Animals e Pink Floyd.

Sendo da Bahia, é lógico que temos algo a ver com Raul Seixas.

Nesse caldeirão, buscamos sempre um som que seja denso e enérgico, embora melodioso, com arranjos que escapem do lugar-comum ou de fórmulas repetidas.

3. Quanto às letras, existe algum direcionamento especifico? Nesse âmbito, vocês possuem algum posicionamento político ou ideológico?

Geralmente as letras partem de influências literárias, vivências pessoais ou de situações de outras pessoas.

Gostamos do simbolismo, onde realidade e niilismo interagem na busca de maneiras singulares de expressar pensamentos, opiniões e sentimentos, às vezes com termos e paradigmas científicos para abordar temas do cotidiano, romances e reflexões ou críticas existenciais, sociais e ecológicas.

Nosso posicionamento político acaba ficando claro, pois a crítica social e às mazelas de uma sociedade desigual e muitas vezes hipócrita aparece em algumas de nossas letras.

4. Poderia nos dizer um pouco de como funciona o processo de composição?

Em verdade, deixamos fluir vários tipos de processo ao mesmo tempo e de forma bem natural.

Há composições que surgem de maneira repentina, algumas com histórias bem interessantes; outras levam anos para ficarem prontas.

Às vezes letra e música são elaboradas simultaneamente, outras vezes a música fica esperando até que os versos certos para ela sejam encontrados.

Uma prática que sempre tivemos é escrever letras sem pensar se ou quando serão aproveitadas, deixar guardadas; e ao mesmo tempo criar frases musicais, licks de guitarra, arpejos de baixo, montar sequências de acordes…

Um belo dia, quem sabe, fazemos o encaixe e a composição se completa.

Tudo isso pode acontecer com a participação de vários da banda ou de maneira solitária.

5. Qual das suas músicas ou discos você indicaria para alguém interessado em conhecer o som de vocês?

Se for uma música, Até o Sol, presente no álbum Princípio Ativo.

Mas creio que o melhor mesmo é escutar o álbum Quântico, para ter uma noção mais completa do que fazemos.

6. Já existem metas de longo e médio prazo para a Organoclorados?

Esses tempos pandêmicos nos obrigam a revisar periodicamente nosso cronograma para 2020-2021, mas o planejamento se mantém com metas traçadas.

Por enquanto, shows convencionais continuam suspensos, sem previsão de retorno. Por outro lado, em 2020 encontrarmos uma forma de prosseguir com gravações e lançamentos de músicas inéditas.

Já tínhamos começado esse plano no segundo semestre de 2019, mas resolvemos dedicar mais energia, tempo e esforço para esticá-lo ao longo de 2020 e 2021, como visão de médio prazo.

Além dos videoclipes, lyrics vídeos e singles que foram lançados, encerramos 2020 com o EP Efeito Residual, com distribuição digital pelo Selo Tocaia, especializado em bandas do circuito independente e underground.

Para 2021, projetamos continuar na mesma toada produtiva e pretendemos lançar um álbum, sem decisão ainda quanto a uma possível versão em formato físico convencional.

Já estamos com cinco músicas inéditas em fase final de mixagem e masterização e ainda há muitas outras esperando para gravar.

Não estão descartadas algumas lives musicais através de YouTube, Instagram ou Facebook e vamos em frente na divulgação de nossas músicas em rádios do Brasil e do exterior, principalmente da América Latina, atividade que se intensificou em 2020 e tem sido uma experiência fantástica.

Se as condições permitirem, vamos também produzir um ou dois videoclipes. A longo prazo, a partir de 2022, posso apenas revelar que temos lançamentos previstos até 2025.

7. Para finalizar, agradeço a oportunidade da entrevista, e fique à vontade para pontuar algo que queira mencionar fora das perguntas acima.

Foi uma satisfação enorme ter esse espaço de alta qualidade para conversar com vocês e mostrar um pouco da banda Organoclorados para o público que acessa o site Gaveta de Bagunças. Parabenizamos vocês pela iniciativa e profissionalismo.

Uma das características da Organoclorados é não esperar e sempre buscar alternativas para viabilizar seus projetos, fazer acontecer, sejam eventos, shows, discos ou videoclipes.

Os produtos dessas realizações podem ser encontrados facilmente em Instagram, Facebook, YouTube, Spotify, Deezer, Apple Music, Tidal etc…

E gostamos bastante da interação com o público, suas perguntas e comentários.

Por fim, gostaríamos de deixar aqui uma mensagem a favor da esperança, integridade e da capacidade em resistir. Grande abraço e força sempre.