Månegarm – Resenha de “Fornaldarsagor” (2019)

 

Månegarm é uma banda sueca conhecida por ser uma das precursoras do que hoje conhecemos como folk metal e que chega a seu nono álbum de estúdio “Fornaldarsagor”, recentmente lançado no Brasil via Hellion Records.

Primeiro trabalho em estúdio da banda em quatro anos, “Fornaldarsagor” traz oito composições inspiradas pela era pagã da Escandinávia, dotadas de timbragens cruas e linhas de guitarra que retomam suas raízes no black metal ao lado de riffs melódicos e abordagem folk.

Isso é algo que já é entregado na primeira faixa, “Sveablotet”, aberta com as tradicionais palhetadas que nunca viram riffs do black metal e desenvovida sobre o atrito de climas, peso, melodia e velocidade.

Aliás, essas raízes black metal darão as caras novamente na agressiva e ríspida “Slaget vid Bråvalla”.

Månegarm - Fornaldarsagor (2019, Hellion Records)
Månegarm – “Fornaldarsagor” (2019, Hellion Records)

Porém, os suecos mostram que sabem trabalhar esses elementos de forma diferente já na segunda faixa, “Hervors arv”, investindo numa dinâmica mais simples e cativante para sua proposta, numa fórmula que reaparecerá mais tarde em “Krakes sista strid” (com uma passagem climática de arrepiar).

Aliás, por falar em cativante, o ritmo cadenciado e as melodias sinuosas de “Spjutbädden” a torna uma das melhores músicas do trabalho, de longe.

A diversidade de abordagens, seja instrumental (as guitarras por vezes emprestam artifícios do metal tradicional) ou nos vocais (as letras estão em sueco e eles variam bem entre as formas guturais e limpas), é um ponto positivo, criando dinâmica pela pluralidade, além do atrito de estilos e estética, equalizando muito bem as parcelas de metal folk através dos climas bem criados.

Basta uma primeira audição na beleza primitiva e cáustica de “Ett sista farvä” para entendermos como isso é feito de forma tão fluída.

Além dela, “Dödskvädet” se destaca pelo requinte melódico das timbragens folk e creio que essa seja a forma mais próxima do Manegarm compor uma balada. Belíssima canção.

Mesmo assim, o senso belicoso e orgânico das batalhas (seja na energia e furor do combate ou na melancolia após a luta) é perene ao longo do trabalho, muito pelos refrãos épicos e os momentos mais dramáticos que possuem um clima de hino de guerra tribal.

Na espinha dorsal das faixas temos um instrumental coeso e inspirado, com arranjos de extremo bom gosto para a ambientação épica, além de vocais fortes, tudo injetado de agressividade (como na pureza folk de“Tvenne drömmar”).

Desta forma, temos faixas grandiloquentes e belicosas, onde os elementos básicos do black metal, de tangências folk/viking, estão magnificamente explorados, em meio a guitarras pesadas e saturadas, vocais monstruosos e extremismo metálico, envolto num nevoeiro de detalhes pagãos.

Não espere originalidade neste álbum, todavia espere muita satisfação se você ainda aprecia um folk metal executado com muita competência, inclusive abusando de alguns clichês e extremamente fiéis às regras do jogo.

FAIXAS:

1. Sveablotet 05:32 Show lyrics
2. Hervors arv 05:21 Show lyrics
3. Slaget vid Bråvalla 05:02 Show lyrics
4. Ett sista farväl 05:13 Show lyrics
5. Spjutbädden 05:56 Show lyrics
6. Tvenne drömmar 04:46 Show lyrics
7. Krakes sista strid 07:38 Show lyrics
8. Dödskvädet

FORMAÇÃO:

Erik Grawsiö (baixo e vocal)
Markus Andé (guitarra)
Jacob Hallegren (bateria)

Leia Mais:

Outros Artigos que Podem Ser do Seu Interesse:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *