“The Trick Side of Some Songs” é um EP de covers da banda brasileira Maestrick, lançado em 2016.
Quem conhece o Maestrick sabe que eles não se atêm aos limites que a música pesada possa oferecer, olhando diretamente para as possibilidades exploratórias que a liberdade musical concede, numa viagem guiada pelo bom gosto e pela sensibilidade musical, sem abrir mão do peso do Heavy Metal, bem como da versatilidade.
Após a excelência e grandiosidade do indefectível “Unpuzzle!” (2011), e enquanto aguardamos o prometido próximo álbum, “Espresso Della Vita: Solare”, resolveram prestar uma homenagem às bandas que mais os influenciaram: Pink Floyd, Beatles, Queen, Yes, Rainbow e Jethro Tull.
A materialização deste tributo foi feita no neste EP, batizado de “The Trick Side of Some Songs”, que apesar de ser composto por covers, tem a cara da banda, em releituras muito bem executadas e, pasmem, imprevisíveis.
Sim! São músicas conhecidas, mas os detalhes que emergem e um ou outro arranjo diferenciado na performance nos entregam momentos musicais inesperados.
O mergulho nos tradicionalismos do Rock Clássico é vertiginoso, com adornos progressivos, linhas sinfônicas e intrincadas.
A preocupação com a grandiosidade das linhas vocais é notória, culminando em belíssimos arranjos de vozes. “Yes, It’s a Medley!” é uma colagem de clássicos do Yes, como “Roundabout”, “Close to the Edge”, “Changes”, “Soon” e “Give Long Each Day”, enquanto as duas partes de “The Ogre Fellers Master March” ampliam o Hard Rock dentro da inventividade do Queen, misturando duas composições do clássico “Queen II”, se esbaldando em detalhes folk, espírito burlesco e música clássica.
Já “Aqualung” ganhou mais insanidade e acidez na bateria, além de doses contagiantes de emoção na parte acústica.
Explicito aqui meus aplausos para as guitarras registradas por Rubinho Silva, que deu um show de técnica e bom gosto em “While My Guitar Gently Weeps”, dos Beatles, em, quiçá, sua melhor versão desde que foi eternizada no histórico álbum branco.
Ela ganhou força nas guitarras, um aroma onírico na aclimatação dos teclados e pianos, além de nobreza sinfônica. Valem menção, “Near – Brain Damage”, uma bem sacada paródia com o clássico do Pink Floyd e “Rainbow Eyes”, lindíssima balada do Rainbow, registrada em tributo à Ronnie James Dio.
Um aperitivo luxuoso, enquanto aguardamos o prato principal!
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