Crossplane – “Class of Hellhound High” (2013) | Resenha

 

“Class of Hellhound High” é o primeiro álbum da banda alemã Crossplane, lançado em 2013, e que acaba de ganhar uma edição nacional à cargo do selo Shinigami Records.

Crossplane - Class of Hellhound High (2013, 2021, Shinigami Records) Resenha Review

O Crossplane foi formado em 2010 pelo quarteto Celli (vocal e guitarra), Alex (guitarra), Matthias (bateria) e Schluppi (baixo) com o intuito de praticar um rock n’ roll direto e pesado, emprestando a atitude do punk para impulsionar um heavy rock que se divide entre a herança do blues e o peso groovado do heavy metal.

O resultado é uma sonoridade cativante e que remete às interseções existentes entre as culturas do rock/metal e das motocicletas, afinal, o clima estradeiro, com cheiro de óleo, asfalto e cerveja é perene.

Não só por isso, afinal o Crossplane teve apoio de Shagrath nesse primeiro álbum, as comparações com Chrome Division quanto a musicalidade não são exageradas, apesar de imprecisas.

Afinal o Crossplane também mistura o peso e a velocidade do metal/punk, a malícia do hard rock nos solos, a sujeira estradeira do stoner guiada pelo baixo gorduroso e pelos riffs musculares, e o tempero escandinavo nas melodias inerente a bandas como Gluecifer e Turbonegro, para criar uma sonoridade direta e sem firulas.

Nesse caldeirão de referências, o grande trunfo de “Class of Hellhound High” acaba sendo os grandes refrãos, criados sobre clichês propositalmente para marcar e cantar junto já na primeira audição.

Isso fica marcado desde a abertura forte com “Bring the Fire”, onde o timbre vocal de Celli irá nos levar direto ao Motorhead, porém, de certa forma, o som do Crossplane em “Class Of Hellhound High” é mais divertido do que perigoso, mesmo em momentos mais intensos e pesados como a ótima “Hellride” ou nos mais cadenciados e trabalhados, como no desfecho com a vibe setentista de “Medusa”.

Mas entenda o adjetivo “divertido” no bom sentido, pois eles conseguem convencer no saldo final pela energia que empregam para imprimir seu bom humor, principalmente em faixas como “Demons” (com uma pegada sabática certeira), “Balls” (um blues metal pesado e groovado) e “I Will Be The King” (mantendo a alta octanagem no fim do disco), de fato, os grandes destaque por aqui.

No geral, as músicas são pesadas e intensas, as letras são simples, e os arranjos são diretos como mandam os instintos mais básicos do rock n’ roll, algo que pode ser ainda conferido nos outros pontos positivos do repertório: “Take It Or Leave It”, “Killing Machine” e “Rollin”.

Por fim, a produção é suja na medida certa, transparecendo organicidade e imprimindo a fórmula musical calcada na rebeldia controlada com nitidez.

Cabe mencionar que além de Shagrath (Dimmu Borgir/Chrome Division), o Crossplane contou com a participação de Marc Grewe (ex-Morgoth/Insidious Disease) nos vocais, além de Tom Angelripper, do Sodom, e  Christof Leim (ex-Sinner, The New Black), na guitarra, como convidados no videoclipe para o single “Rollin”.

Se você gosta de um rock pesado, direto e veloz então devia dar uma chance a “Class of Hellhound High”, mas se você gosta de Motorhead, então é quase uma obrigação ter esse disco do Crossplane.

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