Leprous – “Malina” (2017) | Resenha

 

“Malina” é o quinto álbum de estúdio da banda norueguesa de metal progressivo Leprous, lançado em 25 de agosto de 2017, pela Inside Out Music.

Leprous - Malina (2017) Inside Out Music Resenha Review {Malina}

Certamente o Leprous é uma das mais interessantes bandas de Rock/Metal Progressivo da atualidade, praticando uma forma experimental, obscura, densa e melodiosa do estilo, numa exploração de diferentes variáveis emocionais dentro de suas músicas, muito pelas texturas diferenciadas e pelos arranjos ousados, transitando por influências que vão de A-Ha, Massive Attack e Radiohead, a Gojira, Opeth e Devin Towsend Project.

“Bonneville” abre seu novo e sexto álbum, “Malina”, com espírito progressivo renovado por um ritmo jazzistíco e vozes emocionais, num lirismo entrecortado e sincopado, servindo de arauto para uma forma imprevisível de praticar a música progressivo que que veremos ao longo destas novas onze composições.

Claro que temos uma imprevisibilidade controlada pela hiperativa identidade criada pela banda, principalmente seus primeiros três álbuns, com assinatura dinâmica guiada pelos vocais poderosos, emocionais e dramáticos de Einar Solbergem (uma espécie de Morten Harket com Ian Astbury), numa fórmula que vem sendo aparada e amadurecida com esmero, tanto que os três destaques do álbum, “Stuck”, “Leashes” e “Coma” soam como ecos para os ouvidos da nova geração daqueles sons dos primórdios.

Existe uma certa acessibilidade pop estremeada ao trabalho (me peguei pensando no Muse em certas passagens, o no A-Ha enquanto a faixa-título discorria), mesmo nos momentos mais densos e pesados, muito pelos refrãos bem construídos e pelas texturas eletrônicas, o que tornam faixas como  e “From the Flame” e “Illuminate” mais familiares e envolventes. Claramente temos uma banda que flerta com o Metal, mas pende, na maioria das vezes, para o Rock Progressivo.

Ou seja, não espere elementos contextualizados à prática progressiva contemporânea, como vocais agressivos e virulência instrumental que beira o extremismo metálico, pois aqui a proposta é ser mais limpo e mais suave, mas de um modo mais sisudo e robusto.

Claro que não existe uma retomada descontínua em sua jornada discográfica, afinal temos muito daquela verve melancólica entremeada à estética progressiva feita em “The Congregation” (2015), trabalho de estúdio anterior, mesmo que a capa “mais colorida” anseie por uma imagem oposta.

Os andamentos estão intrincados e técnicos, mas trabalhados numa textura amaciada que cativa e prende a atenção. “Captive” e “Mirage”, por exemplo, são perfeitos exemplos de como criar música progressiva que não intimida ou repele o ouvinte, mas segue todos os preceitos atuais do gênero.

Com “Malina”, o Leprous retoma aquela eficiência técnica e emocional que caracterizou sua primeira parte da discografia e foi relativamente perdida nos dois últimos álbuns de estúdio, cravejando as mentes abertas para a música que fazem de preciosidades progressivas.

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