SOULZ Project – Resenha de “Reprog” (2020, EP)

 

Capa do EP "ReProg" do Soulz Project
Soulz Project – “ReProg” (2020, EP)

Meu primeiro contato com o trabalho do tecladista e compositor Charles Soulz foi no mais recente (e excelente) disco da banda carioca Imago Mortis, intitulado “LSD” (2018).

Naquele disco inspiradíssimo, seus teclados onipresentes eram peça chave para catalisar e homogeneizar os movimentos progressivos e as nuances de música clássica que formavam uma suíte de opostos com os tons modernos do heavy metal.

Até por isso, e também por ser um apaixonado por rock progressivo, fiquei muito curioso para conferir “Reprog”, primeiro EP recém lançado de seu projeto SOULZ PROJECT.

O trabalho foi todo escrito e produzido por Charles Soulz que também colaborou nas artes gráficas (feitas por Alexandre Cabral) mixagem e masterização, mostrando sua polivalência em todos os campos deste projeto.

E posso dizer que o trabalho em estúdio é muito competente, dando um toque noventista ao clima, a capa dialoga muito bem com a música que apresenta, mas o que chama realmente a atenção por aqui são as músicas.

As influências de Pain of Salvation que permearão grande parte das composições já são declaradas em “Running Place”, música que chega após a curta introdução “Reprogramming”. 

Trazendo ótimas linhas vocais de Kleber Ramalho (Perc3ption/Glory Opera) e as guitarras pesadas de Diogo Mafra (Edu Falaschi/Almah), essa música é um prog metal/rock moderno, com seção rítmica dinâmica sustentando movimentos oscilando entre melancólicos, climáticos e intrincados.

Outra faixa com essa “vibe Pain of Salvation” é “I Realize”, mas nesse caso ela vem casada a outras referências, como Queensryche, mas claro, com personalidade própria enquanto atrita peso e melodia, além de groove intrincado com melodias melancólicas.

A dupla Kleber Ramalho e Diogo Mafra aparecem novamente na inspiradíssima “Opium”, agora acompanhados do baixista Thiago Carvalho (Solo/Estúdio).

“Opium” é um exemplo tácito de como a música progressiva pode ser cativante, por seus andamentos variados e estrutura instigante, além de um solo de guitarra brilhante, um refrão envolvente e extremo bom gosto dos arranjos.

Por aí já percebemos como as músicas exploram diferentes formas da música progressiva, sobrepondo-as tanto em forma quanto conteúdo.

Essa observação é também fortemente corroborada por “Magic Bullet” “I Used to Hide”.

Enquanto a primeira se equilibra entre os teclados pincelando algo de AOR, um intrincado peso metálico nos riffs e nos vocais determinados de Raphael Dantas (Soulspell/Ego Absence), a segunda remete bastante ao Dream Theater, principalmente nos vocais do sempre excelente Fábio Caldeira (Maestrick).

Além disso, Charles ainda explora sem mimetismos e bem diluídas à musicalidade suas influências de Neal Morse, Ayreon, Haken, e Porcupine Tree, além das óbvias de Pain of Salvation e Dream Theater.

Ou seja, são seis composições criativas, com teclados encaixados de forma inteligente, seja no segundo plano, criando climas enquanto concede espaço para seus convidados brilharem, ou no apelo ora sinfônico, ora intrincado, do progressivo que explora.

Por vezes os teclados entram num duelo vertiginoso com as guitarras. Até por isso, não temos a sensação de “Reprog” ser um disco solo de um tecladista, funcionando diversas vezes como uma banda, apesar da pluralidade dos músicos.

Logicamente temos passagens instrumentais longas, várias delas beirando o fusion, mas acredite que sempre existe algo que não as deixam maçantes ou repetitivas.

E e você costuma ouvir fusion ou música instrumental (odeio esse termo, mas ele funciona por aqui), aconselho muito uma conferida na versão sem vocais do trabalho que está disponível nas plataformas digitais, pois creio que vai curtir até mais do que as originais. Como foi o meu caso, principalmente em faixas como “Running Place”, “Opium”, “Magic Bullet”.

Por fim, não da pra ignorar as duas faixas bônus: “Innertalk” e “Lonely Day, Rainy Night”. Ambas mostram a capacidade de Charles em transformar melancolia em arte, através de um clima de trilha sonora inspirada pelo romantismo erudito que emociona, de fato.

Na parte lírica reflexões sobre o despertar da mente e do próprio ser humano, como evolução de mindset e críticas sociais, fazem “ReProg” funcionar como um disco conceitual pela temática aborda e não necessariamente por uma trama que desenvolva.

Se você curte música progressiva pode conferir sem medo, pois o trabalho é excelente!

FAIXAS:

01 – Reprogramming
02 – Running In Place (feat. K. Ramalho, D. Mafra)
03 – Opium (feat. K. Ramalho, D. Mafra, T. Carvalho)
04 – Magic Bullet (feat. R. Dantas, PRS, D. Mafra)
05 – I Used to Hide (feat. F. Caldeira, L. Oliveira, F. Baggins, M. Rangel)
06 – I Realize (feat. R. Dantas, D. Mafra, PRS, F. Baggins)

Innertalk (Bonus Track)
Lonely Day, Rainy Night (Bonus Track)

Line-up:

Charles Soulz – Teclados, pianos e programação de bateria

Músicos convidados:

Vocais – Kleber Ramalho (Perc3ption/Glory Opera), Fábio Caldeira (Maestrick) e Raphael Dantas (Soulspell/Ego Absence)

Guitarras – Diogo Mafra (Edu Falaschi/Almah), Luke Oliveira (Imago Mortis) e Marcos Rangel

Baixo – Paulo “PRS” Ricardo Silva (Imago Mortis) e Thiago Carvalho (Solo/Estúdio)

Bateria – Felipe Baggins (Solo/Estúdio)

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