Blackmore’s Night – “Nature’s Light” (2021) | Resenha

 

“Nature’s Light” é o décimo primeiro álbum de estúdio do Blackmore’s Night, banda de Ritchie Blackmore (Rainbow, Deep Purple) dedicada ao folk medieval“Nature’s Light” foi lançado no Brasil através da parceria entre os selos earMUSIC Brasil, Shinigami Records e Sound City Records.

Blackmore's Night - Nature's Light (2021, earMUSIC, Shinigami Records) Resenha Review Folk Medieval Music

Conheci o Blackmore’s Night com “Shadow of the Moon”, seu primeiro disco lançado em 1997, quando comprei ele numa promoção da loja de discos que eu frequentava.

Lembro que naquela época a estética musical medieval e belíssima voz de Candice Night me chamaram muito a atenção.

Claro que a técnica de Blackmore, já demostrada no Deep Purple e no Rainbow, não causou espanto, mas sua versatilidade em instrumentos barrocos e medievais brilhavam numa proposta que chegou justamente na época em que a imagética medieval explodia no meio heavy metal com as bandas de power metal.

Com o passar dos álbuns, as melodias e texturas medievais do Blackmore’s Night, geradas em instrumentos como violas, violinos, mandolim, flauta, cellos, hurdy-gurdy e nyckelharpa, foram cada vez mais sendo sobrepostas aos elementos inerentes ao rock, através de guitarras, percussão e teclados.

Após “Shadow of the Moon” o Blackmore’s Night lançou bons trabalhos em sua primeira década, como “Under a Violet Moon” (1999) e “Ghost of a Rose” (2003), mas após “Winter Carols” (2006) eu deixei de acompanhar o duo.

Somente agora, com o lançamento de “Nature’s Light” no Brasil, pela Shinigami Records, tomei contato com um novo trabalho do Blackmore’s Night. E que grata surpresa, pois o material é excelente!

De saída, posso dizer que pouco mudou da proposta antiga, mantendo a estética musical renascentista e a sonoridade daqueles primeiros discos, muito pela mão do produtor Pat Regan, uma espécie de braço-direito de Ritchie Blackmore, pois esteve em todos os discos do Blackmore’s Night.

A faixa-título amplia ainda mais essa impressão pelas melodias que remetem aos tempos de “Fires at Midnight” (2001). Já “Once Upon December”, a faixa de abertura, deixa claro que a voz de Candice Night continua envolvente em meio aos belíssimos arranjos folk.

Por sua vez, “Four Winds”, “Feather in the Wind” “Going to the Faire”  mostram uma energia renovada dentro da proposta musical do Blackmore’s Night, mesmo que as composições orbitem o mais do mesmo de sua musicalidade, enquanto “The Twisted Oak” captura o espirito trovador da banda e a faixa-título traz a face mais épica e régia de sua personalidade musical.

O disco é composto por dez faixas, sendo sete delas composições originais, duas músicas antigas retrabalhadas; a ótima “Darker Shade of Black” (atritando luz e sombras por detalhes belíssimos no arranjo que em texturas e melodias mistura “Whiter Shade of Pale”, do Procol Harum, com “Can’ Help Falling In Love” eternizada por Elvis Presley) e “Wish You Were Here” (do primeiro disco); além de um cover para “Second Element”, originalmente gravada por Sarah Brightman, em 1993.

“Nature’s Light” é um disco versátil, carregado de luz, sendo que vários momentos são tão acessíveis melodicamente que tangenciam a música pop enquanto outros soam mais pesados pela atmosfera sombria, como na bluesy “Der Letze Musketier”, que tem um leve sabor de jam como nos tempos do Deep Purple.

No geral, temos um disco coeso, mesmo com toda a sensação de “reciclagem das antigas ideias”!

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