Iron Angel – Resenha de “Emerald Eyes” (2020)

 

O Iron Angel, um nome cult do power/speed metal alemão nos anos oitenta, apresenta “Emerald Eyes, seu segundo trabalho em estúdio após a retomada das atividades em 2015.

Essa banda teve muito apelo no Brasil, pois foram lançados por aqui os discos “Hellish Crossfire” (1985) e “Winds of War” (1986), tidos pelos headbangers da época como verdadeiras pérolas do metal oitentista. 

Iron Angel - Emerald Eyes (2020, Hellion Records, Heavy Metal Rock)

Musicalmente, o Iron Angel é praticante de um heavy metal pesado, no baricentro do triângulo formado por estilos como power metal, speed metal thrash metal, tendo como base o metal tradicional alemão.

Podemos dizer que “Emerald Eyes” captura essa essência teutônica de seus dois primeiros discos, mas por um trabalho de estúdio moderno, que deu muito mais poder aos riffs agressivos, além de energia à tempestade de solos de guitarra e às base brutais.

Existem composições poderosas e furiosas como “Sacred Slaughter” (atenção à bateria dessas música), “Demons” e “Heaven in Red” ao lado de outras mais trabalhadas como “What We’re Living For” e “Emerald Eyes” (com uma passagem tipicamente blues rock durante o solo), mas todas sempre velozes e pesadas, esbanjando energia por passagens exuberantes, mutos solos e arranjos tipicamente power/speed metal.

Diversas vezes temos a impressão de ver as influências de Accept (como e “Sacrificed”) e Helloween (como em “Sands of Time”) se fundindo ao metal tradicional do Judas Priest (“Fiery Winds of Death”) e ao thrash metal vigoroso do Artillery, principalmente nos movimentos instrumentais mais trabalhados.

Isso, claro, além de olhar para o próprio legado, afinal, talvez pelo timbre característico do vocal de Dirk Schroder, o único membro original, tenhamos alguns deja vus entre um arranjo mais rápido, um riff mais agressivo e um refrão preciso (como no de “Descend”, uma das melhores músicas do disco, ou no de “What We’re Living For”).

Aliás, seu timbre lembra muito o de Udo Dirkschneider (na já citada “Demons” isso fica claro), mesmo que mais sombrio, e se encaixa perfeitamente na musicalidade tradicionalista do Iron Angel, de forma mais madura e deixando as velhas repetições de alguns andamentos no passado.

Mas não pense que a fórmula é datada pela simples menção à sonoridade clássica, pois as canções conseguem tirar os aspectos datados por causa da execução precisa e imprevisível, além do ótimo trabalho de estúdio, nos possibilitando detalhar cada andamento.

Sendo assim, este álbum faz uma fusão eficiente entre a brutalidade lapidada do passado, com a sonoridade moderna nascida na reformulação do Iron Angel em 2015.

Não temos um novo “Wings of War”, ou uma segunda parte de “Hellish Crossfire”, também não creio que fosse esse o objetivo da banda, mas sim a consolidação da retomada de uma importante banda do metal alemão.

“Emerald Eyes” enaltece um Iron Angel que soube modernizar e amadurecer sua sonoridade, sem desrespeitar seu passado, ou apagar sua identidade musical.

Na verdade, ouso dizer que “Emerald Eyes” é melhor que “Winds of War”!

Aproveite que esse disco foi lançado no Brasil por uma parceria entre os selos Hellion Records e Heavy Metal Rock numa edição em slipcase, e vá atrás já!

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