“Vanquish In Vengeance” é o oitavo álbum da banda Incantation, lançado em 2012, e recentemente relançado no Brasil em luxuoso formato slipcase pelo selo Black Hole Productions.
Formada no verão de 1989, pelo guitarrista e vocalista John McEntee e o baixista Paul Ledney, ambos influenciados por bandas como Sodom, Possessed e Hellhammer, tanto na agressividade, no peso e na velocidade, quanto no culto ao lado mórbido da humanidade e o desejo de ser anti-religioso, a banda norte-americana Incantation é uma das maiores representantes do death metal de conotações rítmicas inspiradas pelo doom metal e líricas alinhadas ao black metal.
No caminho até “Vanquish In Vengeance”, lançado em novembro 2012, vieram mudanças de formação, sempre com John McEntee na linha de frente do Incantation, e clássicos do death metal como “Mortal Throne of Nazarene” (1994) e “Diabolical Conquest” (1998), para ficar em apenas dois deles.
A musicalidade forte e convincente do Incantation chegou incólume a “Vanquish In Vengeance”, que àquela altura já era seu oitavo álbum de estúdio, produzido pelo velho conhecido Bill Korecky (ele trabalha com a banda desde os anos 1990) e mixado pelo renomado Dan Swanö.
Alguns, ao ouvir “Vanquish In Vengeance” pela primeira vez, certamente podem oferecer objeções quanto a modernidade da produção frente a uma musicalidade tão old-school, mas é fato que o que se perde em organicidade, se ganha em limpidez e definição dos instrumentos (algo perceptível nos primeiros minutos do disco num rápido duelo de baixo e guitarra).
Ao lado de John McEntee neste disco estavam o guitarrista Alex Bouks (que ficou na banda entre 2007 e 2014), o baterista Kyle Severn (que já estava na terceira passagem pelo Incantation e tinha gravado o clássico “Diabolical Conquest”) e o baixista Chuck Sherwood (que está no posto desde 2008).
Esse time conseguiu criar um disco muito coeso entre peso e agressividade, onde a personalidade do Incantation está impressa nas sensações e emoções que os arranjos provocam no ouvinte.
As músicas soam energizadas como nos clássicos noventistas e erguidas sobre um alicerce de autorreferências que não traduzem vanguarda, mas reafirmam a fidelidade à sua história pela fúria e espontaneidade de que se valem.
Existem momentos que somos remetidos aos temas mais diretos de seus primeiros discos e outros nos levam às formas técnicas dos seus discos da primeira década do novo milênio, tendo no tradicionalismo do death/doom o alívio rítmico do extremismo metálico, algo bem definido na macabra e arrastada “Profound Loathing”.
Nas dez faixas de “Vanquish in Vengeance” os riffs atonais e as harmonias dissonantes e devastadoras, ambos alicerçados por uma bateria versátil, emolduram todo um escopo de música profana tão valorizado desde os primórdios do death/black metal.
De uma forma rigorosa, o Incantation segue à risca os mandamentos mais blasfemos do puro death metal em faixas como “Invoked Infinity” (um arrasa-quarteirão de peso e dissonâncias), “Ascend into the Eternal” (variando a dinâmica de forma inteligente), “Haruspex” e “Legion of Dis” (um doom/death de onze minutos experimentais, numa releitura moderna do que o Hellhammer fazia nos anos 1980 com dissonâncias e urros mórbidos), sem dúvidas os quatro grandes destaques do repertório simplesmente por serem expressões de sua personalidade musical alinhada à velha escola do death metal.
Veja bem, o Incantation é uma banda da velha guarda, mas nesse disco não está seguindo no piloto automático do tradicionalismo. Eles pincelam detalhes modernos aqui e ali entre sua proposta brutal, que instigam o ouvinte e revelam um desejo de ser criativo por parte dos compositores.
Por falar em brutalidade, “Transcend into Absolute Dissolution” e “Vanquish in Vengeance” são muralhas sonoras erguidas como nos velhos tempos do Incantation e permitem ainda observar como os vocais de John McEntee melhoraram, desde que ele assumiu o posto em 2004.
Concluindo, “Vanquish In Vengeance” era, sem dúvidas, o melhor disco que o Incantation lançava desde o tão citado “Diabolical Conquest” (1998) e se death metal à moda tradicional é o que você gosta, vá atrás desse disco imediatamente!
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