Com “Vortex To The An Iron Age” (2016), o Hagbard passa com louvores no teste do segundo álbum, reforça sua identidade dentro do cenário, e mostra uma salutar evolução dentro de sua discografia, com alto potencial internacional.
Abaixo você lê nossa resenha deste disco, lançado pelo selo Heavy Metal Rock.
O teste do segundo álbum é sempre um rito de passagem quando se obtém um resultado tão grandioso como o do Hagbard em seu primeiro álbum, “Rise of the Sea King”. Ou seja, as comparações são inevitáveis, e desde já, asseguro que são álbuns relativamente diferentes, mas de equânime brilhantismo dentro de suas propostas.
Enquanto no primeiro álbum a banda mineira conseguiu homogeneizar a abordagem festiva do Folk com a agressividade do Metal épico, forjando sua personalidade dentro do gênero, através de um conjunto conciso de faixas inspiradas, cujo segredo era o equilíbrio na manipulação das diversas formas de grandiosidade, este segundo trabalho soa até mesmo austero, mas, quiçá, até mais eficiente e envolvente.
Claro que junto àquele equilíbrio de “Rise of the Sea King”, que gerava uma consequente e bem vinda homogeneidade, a diversidade de referências também brilhava, refletindo uma variedade dentro do Folk Metal passeando pelo Metal Sinfônico, pelo Death Metal Melódico e pelo Viking Metal.
Em contrapartida, de um certo modo, “Vortex to an Iron Age” é um trabalho mais direto (são pouco mais de trinta e cinco minutos de música), mostrando que sabem exatamente onde querem chegar, se valendo de elementos mais clássicos do Folk Metal, e buscando particularidades do gélido metal escandinavo de aspirações viking, num claro amadurecimento como músicos e compositores.
Por exemplo, temos um pouco menos de vocais limpos como protagonistas fora dos refrãos épicos, a grandiosidade sinfônica perdeu espaço para tradicionalismos do Folk ao violino e teclados, e a imprevisibilidade no desfile dos arranjos foi deixada de lado em favor de um sentimento mais vibrante e fluido, como bem mostra a inspirada “Inner Inquisition”, de longe a melhor faixa de “Vortex to an Iron Age”!
No caminho evolutivo dentro da discografia, entre os dois primeiros álbuns, lançaram o EP “Tales of Frost and Flames” (2015), ampliando ainda mais a influência da literatura fantástica dentro da temática das letras, principalmente do autor G. R. R. Martin, tão em voga ultimamente, combinando perfeitamente com a sonoridade desenvolvida pela banda, e que se estendeu para “Vortex to an Iron Age”.
Menos de um anos após este EP, lançaram “Vortex To The An Iron Age”, amplificando o gene Viking Metal de seu DNA, e elaborando as melodias de um modo mais requintado (como já evidencia a introdução festiva e puramente folk, e a belíssima “Last Blazing Ashes”), em meio a uma parede reforçada de natureza metálica, sinfônica e épica, menos convulsionada, e que já aparece com força na direta “Never Call The Sage To Drink In Your Home”, com agressivos vocais guturais, e num instrumental que me LEMBROU a melhor fase do Amorphis.
Excluindo as pequenas composições instrumentais que abrem e fecham o álbum, o que temos, no geral, são nove músicas compondo o trabalho, altamente nivelado como outrora, explorando cores mais frias e melancólicas da sua personalidade, surgidas do movimento espiralado das melodias Folk, que dançam ao redor do centro estrutural mais voltado ao Viking Metal. O que também explicaria a escolha do título do trabalho.
Além disso, as harmonias continuam bem desenhadas, só que menos elásticas quanto a variabilidade e imprevisibilidade, o que não os priva de confeccionarem ótimas composições como “Bridge To New Era”, “Iron Fleet Commander”, a belíssima “Last Blazing Ashes”, e “Deviant Heathen” (uma das melhores composições do Hagbard).
A produção impecável elevou ainda mais as potencialidades da música do Hagbard, dando, além da organicidade já costumeira, uma timbragem bélica, gélida e férrea, perfeita para o clima nórdico de “Vortex To The An Iron Age”, inserindo o ouvinte numa aura medieval através de detalhes nos arranjos muito bem trabalhados, em cada composição.
Um belo álbum, que só enriquece o legado dos mineiros, dando ainda mais identidade à sua formatação do Folk Metal, passando com louvores no teste do segundo álbum, e mostrando, sem se repetir, uma salutar evolução dentro de sua discografia, com potencial internacional… A começar pela belíssima capa à cargo do conceituado Marcelo Vasco.
Leia Mais:
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