Rock Nacional: As 3 Bandas Mais Subestimadas do “Rock Brasil Anos 80”

 

Descubra o verdadeiro tesouro musical esquecido dos anos 80! Neste artigo, mergulhamos nas profundezas do rock nacional para desenterrar três bandas subestimadas, eclipsadas por seus contemporâneos. De Violeta de Outono a Plebe Rude, estas pérolas merecem sua atenção perdida. Prepare-se para uma viagem nostálgica e musicalmente enriquecedora!

Vamos, neste artigo, dar espaço a 3 bandas do rock nacional dos anos 1980, conhecido como BRock, e que considero as mais subestimadas da época.

Quando ouvimos o rótulo rock nacional ou rock brasileiro, nos anos 1980, bandas como Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a Rigor, RPM, Engenheiros do Hawaii e Barão Vermelho vêm à mente instantaneamente, mas o termo se aplica a uma ampla gama de músicos e bandas, alguns esquecidos e outros injustamente subestimados.

Todas estas bandas que citei tornaram-se sinônimo de música popular na década de 1980, mas havia muitas outras bandas no rock nacional da época, que eram tão boas (se não melhores) que estas, mas que, por uma razão ou outra, simplesmente subestimadas.

Seja devido à falta de tocar nas rádios, singles limitados, pouca divulgação das gravadoras, ou até mesmo um sucesso arrebatador de meia dúzia de músicas, mas quem tem sua obra completa solenemente ignorada pelo público do rock nacional nos anos 1980.

Ou seja, estas bandas que listaremos neste artigo foram ofuscadas por bandas maiores ou simplesmente não receberam o respeito e reconhecimento que mereciam, representando alguns dos atos mais subestimados da era do rock brasileiro dos anos 1980.

As 3 Bandas Mais Subestimadas do Rock Nacional dos anos 80

Em geral, os marcos inicial e final do rock brasileiro dos anos 1980 são o lançamento do primeiro disco da Blitz, em 26 de setembro de 1982, e a morte de Cazuza, em 7 de julho de 1989. Para completar, Raul Seixas morreria em 21 de agosto daquele ano, dando o tom de decadência que o rock nacional entraria no mainstream nos anos 1990.

Neste ínterim, a explosão do rock nacional gerou uma quantidade gigantesca de bandas, algumas delas que viraram apenas notas de rodapé nas páginas da história do rock no Brasil. Mas creio que três destas merecem destaque e uma revisita em suas obras para entender com mais profundidade sua musicalidade ou seu desenvolvimento lírico.

O que são bandas subestimadas?

Podemos dizer que uma banda subestimada é aquela que não foi devidamente valorizada, simplesmente por ser encarada como possuidora de um valor abaixo do que realmente representa. Nesta definição, várias são as bandas do rock nacional dos anos oitenta que foram desvalorizadas em sua capacidade, seja por desatenção do público ou por descrédito do mercado fonográfico.

Hoje queremos fazer justiça àquelas que considero as 3 melhores destas bandas, mesmo que “subestimada” possa ser um conceito subjetivo.

1) Violeta de Outono

Apesar de todos os grande nomes surgidos no rock nacional dos anos 1980, creio que poucos conseguiram capturar a musicalidade oitentista e a magia psicodélica que as bandas brasileiras da década anterior possuíam. Uma delas foi o Violeta de Outono! Uma das grandes bandas da história do rock nacional!

Esta seria uma frase comum se o Violeta de Outono fosse uma banda presente na grande mídia nacional como os seus contemporâneos paulistas oitentistas que vendem seus atuais lançamentos graças à reputação adquirida naquela década mágica para o rock nacional.

Entretanto, o Violeta de Outono era um dos grandes sopros de inteligência em uma época em que o rock nacional começava a sentir os ventos cortantes do marketing e da imagem acima da música, bebida da new wave.

O Violeta de Outono trazia influências do pós-punk, muito em voga na época com bandas como Echo & The Bunnymen, The Cure, Bauhaus e Jesus and Mary Chain, aliadas a algum acento psicodélico, ao melhor estilo Pink Floyd, afinal Fabio Golfetti, guitarrista da banda era um exímio guitarrista da escola de Syd Barret.

Seu primeiro e auto-intitulado disco, lançado em 1987, traz obras-primas da psicodelia roqueira brasileira como “Faces”, “Outono”, “Declínio de Maio” e a instrumental viajante “Sombras Flutuantes”, provando que o Violeta de Outono foi uma banda subestimada nos anos 1980, mas que merece ser ouvida e admirada por construir uma sonoridade única em nossa música nacional.

Uma curiosidade interessante é que o Violeta de Outono era dissidente de uma outra banda subestimada do rock nacional. Em meados dos anos 1980, a banda Zero começava sua trajetória que iria atingir um sucesso radiofônico considerável, mas que teria um prematuro recesso de suas atividades. Porém, após lançar o primeiro álbum, a formação do Zero se desfez, com os integrantes egressos formando o Violeta de Outono.

2) Nenhum de Nós

Como uma banda que representa o rock gaúcho e possui sucessos acachapantes como “Camila, Camila” “Astronauta de Mármore”, pode ser subestimada? Exatamente por isso! Além destes dois sucessos, quais são as outras músicas lembradas do Nenhum de Nós? Vai me dizer que quando você pensa em rock gaúcho não lhe vem à mente primeiramente os Engenheiros do Hawaii?

Você pode até ter respostas diferentes para estas perguntas, mas, acredite, se você sabe listar mais de cinco músicas do Nenhum de Nós, conheceu à fundo mais de dois discos deles, e lembra deles antes do Engenheiros do Hawaii quando fala em rock gaúcho, você é a exceção e não regra.

Uma pena que este seja uma verdade, pois a banda liderada pelo excelente vocalista (uma das melhores vozes do pop rock nacional) Thedy Corrêa, e fundada no Rio Grande do Sul em 1986, é uma das melhores representantes do rock melodicamente classudo no Brasil, seja pelo instrumental pop talhado aos detalhes ou pelas letras inspiradíssimas.

Além de seus dois sucessos mais lembrados, músicas como “Enquanto conversamos”, “O Marinheiro Que Perdeu As Graças Do Mar”, “Homens caixa”, “Eu Caminhava”, “Strip-Tease Baby”, “Sobre As Mãos”, “Sobre o tempo” “Das coisas que eu entendo” são amostras retiradas de seus três primeiros discos que mostram uma banda brilhante, ousada nos arranjos pop e nas letras, mas que não parece ter a devida atenção profunda de muitos fãs do rock nacional dos anos 1980.

Isso sem contar que nas décadas seguintes, o Nenhum de Nós ofereceu discos ainda melhores e ainda mais subestimados, como os indicadíssimos “Nenhum de Nós” (1992), “Paz e Amor” (1998) e “Histórias reais, seres imaginários” (2001), além de um dos melhores discos acústicos do rock nacional!

Por isso tudo, eu acredito que o Nenhum de Nós é uma banda subestimada, mesmo tendo muito sucesso na década de 1980, afinal poucos se dignaram a explorar seus discos com o devido cuidado e atenção, indo além dos singles de sucesso.

3) Plebe Rude

Plebe Rude é uma das bandas brasileiras oriundas da geração brasiliense oitentista, sendo os caçulas da famosa Turma da Colina, de onde surgiram os embriões da Legião Urbana e do Capital Inicial.

Porém, apesar da juventude, a Plebe Rude era uma das bandas que mais apresentava maturidade musical desde sua gênese. O discurso presente em suas letras trazia uma típica mensagem punk, apesar da poética elevada, mesmo que o punk no Planalto Central brasileiro naqueles dias fosse apenas uma válvula de escape para jovens nos fins de semana.

Após de se unirem em 1981, Jander Bilaphra, Gutje, André Muller e Phellipe Seabra conjuraram um amálgama da cozinha incisiva, guitarras furiosas e jogo de vozes que impressionava já desde o lançamento do mini-LP “O Concreto Já Rachou”, composto por sete faixas, e que se tornaria o trabalho mais bem sucedido do grupo.

Músicas como a clássica “Até Quando Esperar”, junto a “Proteção”, “Sexo e Karatê”, “Johnny Vai À Guerra Outra Vez”, “Bravo Mundo Novo”, “Códigos”, “Mentiras Por Enquanto”, “Plebiscito” “Um outro lugar”, representam os três ótimos discos lançados pela Plebe Rude ainda nos anos 1980.

Além disso, elas são nossas evidências de que a Plebe Rude é subestimada pois, apesar de “Até Quando Esperar” ter se tornado um hino do rock nacional dos anos 1980, todas as outras são solenemente ignoradas atualmente, mesmo que elas trouxessem movimentos diferenciados da áurea pos-punk da época, solos de guitarra pouco comuns ao que víamos em bandas nacionais e harmonias que respiram ares pesados do rock de Brasília.

Isso sem falar nas letras, que apoiam grande parte da genialidade da banda, com pesadas críticas ao status quo da época, e se mostrando desconcertantemente atual em seu discurso.

Conclusão

Ao revisitar o cenário do rock brasileiro dos anos 80, é inegável que Violeta de Outono, Nenhum de Nós e Plebe Rude merecem um lugar de destaque. Essas bandas, apesar de subestimadas na época, continuam a brilhar como verdadeiras joias musicais. Que este artigo sirva como um convite para redescobrir e apreciar a riqueza sonora dessas pérolas esquecidas do passado.

E para você? Quais são as três bandas mais subestimadas do rock nacional nos anos 1980, pela qualidade musical e das letras, apesar de serem pouco reverenciadas como mereciam? Deixe sua lista nos comentários.

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  1. Violeta de Outono – “Violeta de Outono” (1987) / “Em Toda Parte” (1989) [2 Lps em 1 Cd]
  2. Violeta de Outono – “Dia Eterno” [CD Digipack]
  3. Nenhum de Nós – “Acustico Ao Vivo” [CD]
  4. Nenhum de Nós – “Nenhum de Nós” [CD]
  5. Plebe Rude – “O Concreto Já Rachou” [Disco de Vinil]
  6. Plebe Rude – “Nunca Fomos Tão Brasileiros” [Disco de Vinil]

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3 comentários em “Rock Nacional: As 3 Bandas Mais Subestimadas do “Rock Brasil Anos 80””

  1. A banda mais subestimada pra mim foi Inocentes, uma baita banda do punk rock nacional. Letras, vocal e sonoridade nota 10.

  2. Iniciei a leitura achando que seria mais um textozinho bobinho, falando sobre bandinhas chatinhas. Mas não! A ideia passada sobre as três bandas eu concordo plenamente. Eu só incluiria aí algumas outras como bandas Inocentes, Hojerizah, Mercenárias e algumas outras que levaram um bom Rock’n’Roll tupiniquim nos 80’s e 90’s.

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