The Georgia Thunderbolts – “Can We Get a Witness” (2021) | Resenha

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“Can We Get a Witness” é o primeiro álbum de estúdio da Georgia Thunderbolts,  uma das melhores bandas de southern rock da atualidade.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste excelente disco lançado no Brasil pelo selo paulista Hellion Records, numa edição em slipcase com direito a pôster da capa do álbum no formato 24×24, além de encarte com as letras.

"Can We Get a Witness" é o primeiro álbum de estúdio da Georgia Thunderbolts,  uma das melhores bandas de southern rock da atualidade.

Sabe aquele lugar em que o classic/hard rock encontra o country e a soul music sulista? Aquela mesma encruzilhada sulista onde surgiram nomes como Lynyrd Skynyrd, Blackfoot, The Marshall Tucker Band e Outlaws? Pois então, a mais nova entidade surgida neste trívio musical é o The Georgia Thunderbolts, uma banda orientada ao southern rock de Rome, na Georgia.

Musicalmente, o quinteto bebe diretamente na fonte do Lynyrd Skynyrd para criar músicas marcantes, com melodias cativantes, muito feeling, espírito rústico nos timbres (atenção à bateria seca) e organicidade moderna. Os arranjos são esmerados o peso bem controlado e administrado, e o vocais possuem o timbre certo para emocionar sem perder o punch, seguindo a escola dos irmãos Van Zandt.

O auto-intitulado EP de 2020 me fez sentir novamente aquilo que não sentia desde que ouvi “The Whippoorwill”, do Blackberry Smoke. “Can We Get a Witness”, seu primeiro álbum traz aquelas músicas que já haviam sido destaque em seu EP de estréia, como “Looking For An Old Friend” (esta música fica cada vez mais bonita), “So You Wanna Change The World” (aquela faixa emocional típica do southern), “Lend A Hand” (com refrão e riffs brilhantes), “Spirit Of A Workin’ Man” e “Set Me Free”. 

Mas o quinteto da Georgia foi além e trouxe outras faixas com a excelência southern rock como “Take it Slow” (um rock lascivo e instigante), “Midnight Rider” (cover do Allman Brothers), “Be Good To Yourself”, “Half Glass Woman”, “Dancin’ With the Devil”, “Walk Tall Man”, “It’s Alright” e a faixa-título, que não deixam a a qualidade cair em nenhum momento, fazendo deste disco um dos grandes álbuns de estréia de uma banda dentro do southern rock.

De fato, o Georgia Thunderbolts não busca inovar o southern rock, longe disso, mas pratica uma forma cativante, pelos riffs inspiradíssimos e pelas melodias emocionais, herdada dos pioneiros do estilo, o que compensa qualquer falta de inovação e modernidade. Na verdade, eles trazem até mesmo algo do classic rock setentista para seus refrãos, chegando a lembrar bandas como Bad Company, Faces e Little Feat, em meios aos riffs sujos do southern rock.

O cantor TJ Lyle traz uma incrível combinação de paixão e poder para entregar suas linhas inegavelmente influenciadas pelos irmãos Van Zandt, inclusive no timbre, mas com a elegância e determinação de Paul Rodgers, sendo um fator decisivo para a qualidade daquilo que ouvimos em “Can We Get a Witness”. Claro que a herança bluesy das guitarras organicamente timbradas de Riley Couzzourt  também possuem crédito, principalmente pela classe com que são executadas.

Se você gosta de southern rock com o peso e pegada antiga, de bandas como Lynyrd Skynyrd, Blackberry Smoke e Blackfoot, então você vai se deleitar com esse material e certamente o Georgia Thunderbolts será a grande revelação da década para o gênero. Enfim, “Can We Get a Witness” é um disco de estréia impressionante do Georgia Thunderbolts!

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