Black Void – “Antithesis” (2022) | Resenha

 

“Antithesis” é o álbum de estréia do projeto black n’ roll de membros de bandas como Borknagar e Ihsahan, inspirado nas obras do filósofo niilista Friedrich Nietzsche e com participação de músicos do Rotting Christ e do Taake.

Abaixo você lê nossa resenha completa deste disco lançado no Brasil pela parceria entre os selos Shinigami Records e Nuclear Blast.

"Antithesis" é o álbum de estréia do projeto black metal de membros de bandas como Borknagar e Ihsahan, inspirado nas obras do filósofo niilista Friedrich Nietzsche e com participação de músicos do Rotting Christ e do Taake.

Após o projeto de hard rock White Void, o tecladista do Borknagar, Lars Are Nedland, lança seu projeto batizado de Black Void, ao lado do guitarrista Jostein Thomassen, também do Borknagar, e do baterista Tobias Solbakk, do Ihsahn e também do White Void.

O álbum de estreia do projeto, “Antithesis”, foi lançado em 2022 e explode uma fusão de black metal com punk rock e prog metal, que possui paralelos com os álbuns de bandas como Darkthrone, Impaled Nazarene, Motorhead, Venom e Gehennah, mas de formas pontuais, pois a personalidade própria é bem marcada.

Até por isso, esteja avisado que o Black Void vai além do esperado, sendo aconselhável ter a mente aberta quando for ouvir a música feita por eles. Em geral, são os refrãos, às vezes fortemente melódicos, que tornam este álbum tão especial e contrastam fortemente com a premissa black metal de sonoridade predominantemente violenta. Os vocais gritados e agudos, tão típicos do black metal, e vocais limpos usados em doses homeopáticas fornecem um dinamismo envolvente, mantido no atrito dos riffs pesados e arrastados com ataques rápidos de guitarra (emprestados do black metal)

As nove músicas apresentam uma musicalidade pra quem aprecia um heavy metal pesado, sem firulas, com pitadas sujas de rock n’ roll. Efetivamente misturaram riffs de heavy metal, com geometria punk/hardcore (que já explode nas dissonâncias de “Reject Everything”), numa experimentação musical agressiva, incluindo detalhes que remetem ao hard rock setentista, e até mesmo alguma coisa progressiva (como na visceral “No Right, No Wrong”), em meio a uma montanha-russa instrumental.

Uma das provas de que a mistura instigante do Black Void funciona está em “Nihil”, uma faixa que insere elementos do death metal de forma criativa no jogo musical diferenciado. Na verdade, está música poderia ser expandida e até mesmo poderia derivar algo moderno e novo dela. Outros bons momentos do repertório são “Void” (a abertura provocativa), “It’s Not Surgery, It’s A Knife Fight” (com um peso assombroso) e “Explode Into Nothingness”.

O clima ao longo de todo o repertório de “Antithesis” é caótico, violento, destruidor, mortal, e atordoante, versando sempre sobre o completo vazio, escuridão total e aniquilação. Algo bem interpretado artisticamente na belíssima capa, que chega a lembram algumas obras mais sombrias do genial Albrecht Dürer.

Também é necessário ressaltar as participações especiais que geram momento interessantes neste álbum de estréia do Black Void.  Sakis Tolis do Rotting Christ mantém o clima denso e sombrio na pesada “Dadaist Disgust”, fechando o álbum de forma violenta, e Hoest, do Taake, na black metal/punk “Death To Morality”.

Enfim, entre o black metal e o punk, “Antithesis” é um disco surpreendente, mesmo que não palatável de imediato, por parte do Black Void, nos deixando ansiosos por um próximo trabalho que expanda ainda mais esta proposta musical.

Só espero que a produção do próximo trabalho seja mais efetiva, pois a deste primeiro capítulo discográfico me soou um pouco morna; faltou um pouco da crueza do trabalho em estúdio tão característico tanto do black metal e do punk em suas raízes musicais.

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